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Matérias / Guerra Fria

O plano mirabolante dos Estados Unidos: explodir a Lua

Durante a Guerra Fria, o país teve a bizarra ideia para provar a sua superioridade

Thiago Lincolins Publicado em 06/09/2019, às 08h00

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Reprodução
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Tudo começou em outubro de 1957, com o lançamento do Sputnik 1, o primeiro satélite artificial a orbitar a Terra, colocando a União Soviética à frente dos americanos – e causando pânico. Os jornais imediatamente reverberaram a opinião de que, se os soviéticos podiam mandar esferas ao espaço, podiam também enviar mísseis nucleares ao coração dos EUA. E absolutamente podiam: o foguete do Sputnik era basicamente uma versão adaptada do míssil nuclear R7 Semyorka.

Os americanos decidiram passar a mesma mensagem aos russos, mas com bem menos sutileza.

O lado da Lua onde ocorreria a explosão / Crédito: Wikimedia Commons

O plano de codinome "A119" foi desenvolvido pela Força Aérea dos Estados Unidos em 1958. Foi desclassificado em 2000 por Leonard Reiffel, ex-executivo da Nasa que liderou o mesmo.  

Projeto engavetado

A ideia dos físicos e especialistas militares era explodir na Lua uma ogiva do mesmo tamanho da bomba lançada em Hiroshima, no Japão. O objetivo era que a explosão criasse uma nuvem de poeira que, iluminada pelo Sol, seria vista a olho nu da Terra. Particularmente, da União Soviética.

O show de fogos do século foi engavetado em janeiro de 1959, quando os chefes militares dos EUA concluíram que, por alguma razão, a explosão poderia causar uma reação negativa da opinião pública mundial. Além disso, os riscos de mau funcionamento durante o lançamento eram grandes, colocando o mundo inteiro sob o perigo de uma ogiva nuclear fora de controle.

A capa do projeto / Wikimedia Commons

Depois disso, os EUA decidiram que seria mais inteligente seguir com a Corrida Espacial por linhas pacíficas. Após perderem o título do primeiro ser vivo no espaço (com a Laika, na Sputinik 2, 1956), do primeiro objeto a se aproximar da Lua (a sonda Luna 1, 1951) e do primeiro ser humano no espaço (Yuri Gagarin, na Vostok 1, 1961), cruzaram a linha de chegada espetacularmente ao desembarcar na Lua com a Apollo 11, em 1969.

Por mais incrível que possa parecer, os soviéticos tinham um plano bem parecido. Com o codinome E-4, pensavam atacar a Lua com um míssil nuclear. Assim como a outra superpotência, perceberam que as pretensões trariam mais prejuízo do que prestígio.