Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / França

A triste saga de François Vatel

O maior cozinheiro da história encontrou seu fim de uma forma trágica — e irônica

Redação Publicado em 14/12/2019, às 10h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
François Vatel - Wikimedia Commons
François Vatel - Wikimedia Commons

François Vatel era famoso na França do século 17. Insuperável na criação de receitas (criou o creme chantili), tinha também o dom de transformar banquetes em verdadeiros espetáculos. Imagine um Cirque du Soleil gastronômico e você terá um ideia da sua grandiosidade. Porém, não foi pela faca de cozinha que ele entrou para a História — mas sim por um punhal, com o qual se matou.

Para entender a atitude do desafortunado Vatel, é preciso entrar no espírito da época. Na França de 1600, a mesa dos banquetes era o lugar em que se tomavam decisões políticas, rolavam as intrigas na corte, lançava-se moda ou fofocava-se sobre a vida alheia. Por trás desse circo de vaidades, o cozinheiro reinava absoluto. Numa comparação com o Brasil, um bom chef seria tão popular quanto hoje é um escritor de novelas de televisão.

Ilustração mostra o momento do suicídio de François Vatel / Crédito: Wikimedia Commons

Quando o patrão do cozinheiro, o príncipe Condé, convidou o rei e sua comitiva (de mil pessoas) para um fim de semana no castelo de Chantilly, Vatel se esmerou. O menu do banquete principal seria filé de linguado, anchovas, melão com presunto de Parma, lagosta com molho de camarão, pernil de carneiro, pato ao molho de vinho Madeira e, de sobremesa, bombas de morango.

Vatel encomendou frutos do mar dos principais portos franceses. No entanto, justo naquela ocasião houve um grande atraso dos peixeiros. No dia do banquete, 23 de abril de 1671, Vatel surtou ao ver que o peixe não chegava. Soluçando, trancou-se no seu quarto, pegou o fatídico punhal e enterrou-o no coração. Quarenta e cinco minutos depois, os peixeiross bateram à porta do castelo com as encomendas.

O banquete correu às mil maravilhas e, claro, o suicídio de Vatel foi o assunto da noite. Como, no Brasil, de hoje, um escritor viraria notícia caso se suicidasse por não entregar o último capítulo da novela.


+Saiba mais sobre a Revolução Francesa:

1. Reflexões Sobre a Revolução na França, de Edmund Burke (2017) - https://amzn.to/2QEOFHs

2. 1789: O surgimento da Revolução Francesa, de Georges Lefebvre (2019) - https://amzn.to/37gHzyR

3. Revolução Francesa: o povo e o rei (1774-1793), de Max Gallo (2019) - https://amzn.to/2OvbvPl

4. Revolução Francesa, de Michel Vovelle (2012) - https://amzn.to/2O2sCZD

5. A Revolução Francesa explicada à minha neta, de Michel Vovelle (2007) - https://amzn.to/37pugwn

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!