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Matérias / Personagem

George Patton, o general que causou mais de 1,5 milhão de baixas ao inimigo

Carismático e bronco, o líder dos americanos na Europa liderou os aliados em algumas das mais importantes operações do front ocidental

Edgar Olimpio de Souza Publicado em 21/12/2018, às 17h00

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Conheça a trajetória do general - Reprodução
Conheça a trajetória do general - Reprodução

Polêmico, extravagante, patriota e anticomunista ferrenho, o general norte-americano George Smith Patton (1885-1945) foi um dos personagens mais extraordinários da Segunda Guerra Mundial. No comando do 3º Exército dos Estados Unidos, ganhou notoriedade por cruzar a Europa a uma velocidade espantosa, percorrendo 2 mil quilômetros e reconquistando 200 mil quilômetros quadrados de território. Seus homens libertaram cerca de 12 mil cidades e povoados, fizeram 1,2 milhão de prisioneiros, deixaram 386 mil feridos e mais de 144 mil soldados mortos.

Patton era odiado e amado na mesma proporção por seus comandados. Certa vez, esbofeteou um soldado que chorava num hospital militar, após a tomada de Palermo. “Você é um covarde. Não vou permitir que um safado poltrão chore na frente de outros feridos. Mandem-no para o front”, esbravejou o “bode velho”, como também era conhecido o general.

Patton em 1944 Getty Images

Uma atitude grosseira, que parecia não combinar com um homem casado, duas filhas, que tratava seu bull terrier Willie com desmedido carinho, falava francês, compunha poesias, gostava de desenhar seus uniformes e portava uma pistola Colt 45 com cabo revestido de marfim e suas iniciais gravadas em preto.

Mais extravagante que isso só o fato de acreditar em reencarnação. Patton jurava ter lutado em Tróia, engrossado a s legiões romanas de Júlio César contra Átila e participado das guerras napoleônicas. “Ele era um militar personalista, rebelde e talentoso, que virou mito no Pós-Guerra”, afirma Carlos Eduardo Riberi Lobo, professor de Relações Internacionais do Centro Universitário Assunção – Unifai.

Ascensão

Por conta de sua incrível capacidade de liderança e domínio da artilharia motorizada, Patton experimentou ascensão meteórica no Exército. Quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra, em 1941, o general Dwight Eisenhower, ex-companheiro dos tempos de caserna e comandante supremo dos aliados, convocou-o imediatamente. Não se arrependeu.

Em novembro de 1942, sob a liderança do estreante Patton, o Marrocos, a Argélia e boa parte da Tunísia foram libertados – o general alemão Erwin Rommel e seu famoso agrupamento de tanques Afrikakorps ficaram encurralados na capital, Túnis.

Na Sicília, em 1943 Getty Images

Como ressalta Antonio Pedro Tota, professor de História Contemporânea da PUC-SP, o 3º Exército dirigido por Patton tornou-se referência militar. “Foi o mais longe, o mais rápido e combateu mais divisões em menos tempo que qualquer outro exército na história dos Estados Unidos.”

No sul da Itália, Patton escancarou sua rivalidade com o general britânico Bernard Montgomery, um dos aliados com quem mantinha inequívoca disputa. O outro adversário era o então vice-comandante Omar Bradley, que o ultrapassou na cadeia de comando graças, sobretudo, ao caso do bofetão, mencionado anteriormente.

Foi para ele que Patton perdeu a direção da Operação Overlord, o desembarque aliado na Normandia (1944), na França, a maior invasão marítima da história, com quase 3 milhões de soldados.

Operação Husky

Na Sicília, Patton recebeu ordens superiores para defender os flancos de Montgomery, que encontrara inesperada resistência ao tentar encurralar o inimigo e precisava de auxílio. O papel de coadjuvante não foi bem digerido.

Simulando problemas na transmissão, o general americano seguiu sua estratégia e conseguiu resgatar o restante da ilha, chegando à frente do rival. A Operação Husky foi a maior batalha de blindados de todos os tempos, e levou à prisão de Mussolini e ao fim do regime fascista na Itália.

Em agosto de 1944, enquanto conversava com soldados Getty Images

Com o fim da guerra, Patton foi designado para um posto administrativo na Baviera. Três meses depois de sair da ativa, em dezembro de 1945, um tanque sem freios esmagou seu veículo. 

Gravemente ferido, morreu em 21 de dezembro e foi enterrado em Luxemburgo, ao lado dos combatentes mortos na batalha de Ardenas. Até hoje, é o único general americano sepultado fora de sua terra natal.

Com a palavra, George Patton

Getty Images

“Quando eu quero que meus homens se lembrem de alguma coisa muito importante, capricho nos palavrões. Pode não soar bem entre um bando de velhinhas, mas ajuda meus soldados.”

“Nunca aceite seus medos como conselheiros”

“O objetivo da guerra não é morrer pelo seu país. É fazer o idiota do outro lado morrer pelo dele.”

“Nunca diga às pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes o que deve ser feito e elas o surpreenderão com sua engenhosidade.”

“O que é sucesso? É aquele impulso com que você pula depois que bateu no fundo.”


Saiba mais

A Guerra que Eu Vi, George Patton, Bibliex, 1979