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Matérias / Crimes

Jane Toppan: a impiedosa enfermeira serial killer

A assassina se aproveitou da confiança depositada por seus pacientes para causar as mais terríveis mortes

Caio Tortamano Publicado em 10/04/2020, às 12h00

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Apesar da face inocente, Toppan foi uma das mais terríveis serial killers de todas - Getty Images
Apesar da face inocente, Toppan foi uma das mais terríveis serial killers de todas - Getty Images

Honora Kelley nasceu em Boston, no ano de 1857. Filha de um casal irlandês, sua mãe morreu quando ela era muito jovem, e suas outras duas irmãs um pouco mais velhas tiveram que viver com o pai alcoólatra. Trabalhando como costureiro, o homem era tido como louco por conta de suas várias complicações mentais.

De tamanha perturbação que era viver com o progenitor, as garotas foram mandadas para um orfanato. Em 1862, porém, Honora foi adotada por uma viúva chamada Ann Toppan que, por não gostar de irlandeses, trocou o nome de Honora para Jane Toppan, como viria a ser conhecida pelo resto da vida.

Aos 18 anos, Jane ganhou 50 dólares como incentivo para construir sua vida, mas continuou trabalhando na casa em que vivia como se fosse uma governanta. Mesmo após a morte de Ann, trabalhar para a irmã, Elizabeth, soava bem para a menina.

Tentando mudar de vida, Jane se candidatou para uma vaga extremamente concorrida no curso de enfermagem do hospital Cambridge, em Boston. A vida como estudante era árdua, mas a futura enfermeira parecia estar disposta a viver essa rotina.

Cambridge Hospital atualmente / Crédito: Wikimedia Commons

Seu esforço era notado pelos pacientes, por quem era considerada uma das enfermeiras preferidas. Ela gostava deles também, mas de uma maneira, no mínnimo, perturbadora. Aos que tinha preferência, Jane adulterava os registros médicos para que ficassem mais tempo sob seus cuidados, e até medicou erroneamente alguns outros para que ficassem doentes, com o mesmo propósito.

A sua atitude mais assombrosa certamente era com os pacientes mais velhos, desses ela já não era tão apegada. Para a enfermeira, eles não tinham utilidade, e mantê-los vivos era uma perda de tempo. Algumas pessoas que ouviam o comentário vindo dela acreditavam se tratar de uma piada de humor duvidoso, mas Jane matou pelo menos doze pacientes de propósito.

Os seus conhecimentos em farmacologia a transformaram em uma especialista em envenenamentos. Suas descobertas eram testadas, sadicamente, em pacientes para que pudesse observar os efeitos de substâncias.

Ela sabia que misturando duas drogas diferentes, os efeitos visíveis da morte não seriam fáceis de encontrar. Assim, quando um médico legista fosse determinar a causa da morte, ficaria perplexo e confuso, não podendo concluir que alguma medicação foi dada erroneamente.

Tudo isso aconteceu enquanto ela era ainda uma residente no hospital, e mesmo com todas as mortes em seu nome, ninguém soube da autoria. Essa impunidade rendeu a Toppan uma vaga efetiva no Hospital Geral de Massachusetts, onde ela continuou agindo de forma maléfica com pacientes que ela não considerasse dignos para continuarem vivos.

Hospital Geral de Massachusetts / Crédito: Wikimedia Commons

Secretamente, Jane continuava torturando e matando os pacientes, até que uma de suas vítimas, Amelia Phinney, sobreviveu. Sua salvação aconteceu por acaso, enquanto a serial killer beijava seu rosto e lhe dava a última dose fatal de remédio, a enfermeira se assustou com algum barulho e fugiu corredor a fora. Na manhã seguinte, Amelia não sabia se era tudo um sonho ou não.

Quanto à equipe médica, sua opinião era dividida. Os médicos gostavam de sua competência e a tinham como uma das enfermeiras mais confiáveis, mas as outras colegas de profissão nutriam ódio por Toppan por causa de alguns delitos que ela havia cometido, como o roubo de um anel e de um pouco de dinheiro (nada comparado com o que era oculto em sua personalidade).

Sua carreira como enfermeira em hospitais teve um fim, mas não o imaginado para uma psicopata. Certa noite, ela deixou a ala em que estava responsável sem permissão, irresponsabilidade essa que lhe custou a vaga e o certificado de profissional da saúde.

Trabalhando como enfermeira autônoma, ela cuidou de um casal no ano de 1895. O senhor, Israel Dunham, teve um destino tão infeliz como outros demais pacientes da maníaca. Dois anos depois, foi a vez de sua viúva, Lovey.

Esses assassinatos desencadearam uma série de envenenamentos horríveis, matando sua meia-irmã, Elizabeth, e depois se mudando para a casa da família Davis. Em 1901, ela cuidaria de Alden Davis, o homem mais velho entre eles, que estava muito debilitado depois da morte de sua esposa, Mattie — morta, também, por Jane.

Em questão de semanas, quatro membros da família foram mortos pelas mãos criminosas da enfermeira. Sua obsessão pelos homicídios levou ao seu fim, quando os sobreviventes da família Davis exigiram um exame toxicológico na filha de Alden, que havia sido morta. O laudo? Morte por envenenamento, e a polícia logo investigou a psicopata, que confessou 31 de suas mortes.

Depois de seu julgamento, ela e seu advogado se reuniram para tentar uma tática comum entre os serial killers: alegar insanidade mental. Porém, o júri entendeu que ela estava a par do que estava fazendo e de como realizava tais tarefas, sendo considerada culpada e não insana.

Cumpriu prisão perpétua em um hospital psiquiátrico, morrendo somente aos 84 anos, como uma incapaz, da mesma forma como julgou suas vítimas.


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