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Matérias / Crimes

Marcial Maciel, o predador sexual dos Legionários de Cristo

Líder de um dos grupos mais respeitados da Igreja Católica, Maciel viveu por anos uma vida dupla

Alana Sousa Publicado em 07/02/2020, às 11h00

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Marcial Maciel e o papa João Paulo II - Getty Images
Marcial Maciel e o papa João Paulo II - Getty Images

Em 1941, aos 20 anos de idade, Marcial Maciel fundou, no México, os Legionários de Cristo. Essa viria a ser uma das congregações católicas mais respeitadas da Instituição e, também, a ruína do violador sexual e herege cardeal, um dos padres protegidos pelo papa João Paulo II.

As denúncias de abuso sexual só chegaram à mídia em 2006, quando o papa Bento XVI ordenou que Maciel se retirasse de Roma e voltasse para sua cidade natal, o México. Ainda com a investigação em andamento, o padre morreu, aos 87 anos. E nunca chegou a enfrentar um julgamento.

Marcial Maciel / Crédito: Wikimedia Commons

Segundo um relatório publicado pelos Legionários de Cristo, 33 religiosos estavam envolvidos em casos de assédio sexual, entre eles, Marcial. Responsável pelo abuso de, pelo menos, 60 crianças, podendo chegar a muito mais. “Provavelmente há mais casos de abuso do que aqueles no relatório”, dizia uma parte do documento.

Um padre herege

Após os primeiros rumores de abusos dentro da Igreja começarem a surgir, Bento XVI ordenou a aposentadoria de Maciel como líder dos Legionários, mas essa não foi a primeira vez que um pontífice tomou conhecimento sobre o comportamento perigoso do cardeal.

Na época, à frente da Igreja Católica, João Paulo II recebeu diversas denúncias contra Marcial, porém, sem pensar duas vezes, as ignorou. Os dois mantinham um relacionamento próximo, o Santo Papa o nomeou, em 1993, membro da Comissão Interdicasterial Permanente para uma Distribuição mais Equitativa do Clero no Mundo, e no ano seguinte, consultor oficial da Congregação para o Clero.

Maciel e João Paulo II / Crédito: Wikimedia Commons

Ainda que as denúncias tenham sido divulgadas em 2006, apenas quatro anos depois os Legionários admitiram a conduta inadequada de seu líder. O grupo emitiu um comunicado pedindo perdão àqueles “que tenham sido afetados, feridos ou escandalizados com as ações reprováveis do nosso fundador”.

Além das violações sexuais, o jornal New York Times, revelou, em 2009, que Maciel vivia uma “vida dupla”. O padre tinha uma filha, fruto de um longo relacionamento com uma mulher. Le Monde, um jornal francês, publicou a existência de outros três filhos, de uma mulher mexicana, e ainda, duas possíveis crianças, uma no Reino Unido e outra na França.

Apesar das graves acusações contra Marcial, não só sexuais, como físicas, sacerdotes de seu grupo religioso disseram terem sido agredidos pelo líder, o homem nunca enfrentou suas vítimas em um julgamento. Sua morte marcou o fim da investigação, e mais uma vez, o esquecimento de crimes de abuso cometidos no Vaticano.


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