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Matérias / Personagem

Marie Laveau, a implacável Rainha do Vodu

A feiticeira de Nova Orleans foi uma das mulheres mais respeitadas dos Estados Unidos no século 19 e, chegou a ser retratada na série American Horror Story

Alana Sousa Publicado em 17/03/2020, às 13h30

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Marie Laveau representada na série American Horror Story: Coven por Angela Bassett - Divulgação
Marie Laveau representada na série American Horror Story: Coven por Angela Bassett - Divulgação

O vodu é uma religião popular em Nova Orleans. A cidade, no estado de Louisiana é conhecida por sua festa carnavalesca Mardi Gras, suas raízes francesas, a presença da música jazz, e principalmente, pela forte influência negra na região. É neste local que viveu Marie Laveau, a feiticeira de Nova Orleans.

A origem de Marie é ainda envolta de mistérios, acredita-se que ela tenha nascido em setembro de 1801, no Bairro Francês, em Nova Orleans, e seja filha de uma escrava liberta com o prefeito da cidade, Charles Laveau. Aprendeu os ofícios do vodu com a mãe e a avó durante a adolescência.

Em 1819, casou-se com Jacques Paris. Após um ano, Paris morreu em circunstâncias misteriosas. Marie então abriu um salão de cabeleireiros com a herança do marido, foi o primeiro passo para sua importante carreira como feiticeira da cidade.

Fotografia de Marie Laveau : Crédito: Wikimedia Commons 

A Rainha do Vodu

Seu trabalho como cabeleireira vinha acompanhado, muitas vezes, de atividades religiosas. Respeitada pela elite da cidade, Marie atendia as clientes em suas casas, onde realizava os trabalhos de curandeira, fitoterapeuta, leitura de cartas e supostos feitiços — para ajudar pessoas a enriquecer e provocar abortos em casos de gravidez fora do casamento.

Na praça Congo, nos arredores da cidade, cerimônias de vodu eram conduzidas por Laveau. Aos domingos, galos e bodes eram sacrificados para que o sangue fosse derramado em pessoas que precisavam de purificação. Os frequentadores ainda entravam em transe durante o ritual. Lendas afirmam que ela tinha uma cobra chamada Zombi (em homenagem a um deus africano), mas não há documentos que sustentem essa afirmação.

Segundo a escritora Barbara Rosendale Duggal, em seu livro Crioulo, A História e o Legado do Povo de Cor Livre da Louisiana, um morador da cidade descreveu Marie dizendo que “ela andava pelas ruas como se fosse sua dona”. A Rainha do Vodu ainda era descrita como alta e bonita, sempre usando lenços coloridos e brincos brilhantes.

Cena que mostra Marie Laveau em American Horror Story / Crédito: Divulgação

Temida e respeitada, Marie casou-se pela segunda vez com Christophe Dominick de Glapion, com quem ela teve 15 filhos, sendo que apenas duas meninas chegaram à idade adulta, Marie Euchariste Eloise Laveau e Marie Philomene Glapion.

Morte

Após 1860, Laveau parou de realizar seus rituais públicos e levou uma vida mais tranquila, porém ainda era vista andando pela cidade, onde exercia um papel fundamental em movimentos sociais. Morreu pacificamente em sua casa, no dia 15 de junho de 1881. Foi realizado um grande funeral em sua homenagem, membros da elite branca de Louisiana também compareceram.

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Sepultura de Marie no cemitério St. Louis 1 / Crédito: Wikimedia Commons

Os jornais retrataram a morte de Marie, escrevendo que ela era uma “mulher de grande beleza, intelecto e carisma, que também era piedosa, caridosa e uma hábil curandeira de ervas”. Uma de suas filhas assumiu seu lugar como Rainha do Vodu, embora seja incerto qual das duas. Há relatos de pessoas que avistaram Laveau mesmo após a sua morte.

O local da sua sepultura é desconhecido. A localização mais aceita é no cemitério St. Louis 1, onde as pessoas costumavam visitar e marcar um X sobre sua lápide na esperança que seu espírito lhes concedessem três desejos.

Seu legado ainda tem um forte impacto, considerada um ícone cultural, Marie Laveau foi representada na terceira temporada da série American Horror Story: Coven. Assim como existem músicas dedicadas à ela e até mesmo uma linha de perfumes que carrega seu nome.


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