Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Crimes

Mary Bell: Criança e psicopata

Aos 11 anos, a psicopata mirim assassinou brutalmente duas crianças, na Inglaterra

Alana Sousa Publicado em 08/09/2019, às 02h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Imagem meramente ilustrativa de uma boneca quebrada - Pixabay
Imagem meramente ilustrativa de uma boneca quebrada - Pixabay

Mary Flora Bell nasceu na Inglaterra, em 1957. Sua mãe, a prostituta, Betty Bell, deu à luz quando tinha apenas 17 anos. Acredita-se que sei pai era Billy Bell, os dois mantinham um bom relacionamento, que não durou muito, pois Billy foi preso por assalto ainda nos primeiros anos de vida da garota.

A mãe, além de prostituta, era usuária de drogas e alcoólatra, mantinha uma relação abusiva com a filha, tentou assassinar Mary diversas vezes. Normalmente drogava a menina com anfetaminas, e esfregava o rosto da criança em sua própria urina quando fazia xixi na cama.

Betty tentou dar a filha para adoção, mas era sempre impedida por familiares, que a levavam de volta para casa. Os maus tratos eram extremos: desde os cinco anos, Mary era obrigada a fazer sexo oral com os clientes da mãe, em troca de dinheiro.

Mary Bell / Crédito: Divulgação

Os abusos sexuais afetaram profundamente a garota, que descontava as agressões torturando animais, como gatos e cachorros. Posteriormente, ela começou a matá-los. Treinava estrangulamento em crianças na escola, e foi acusada de empurrar um primo de três anos, que ficou gravemente ferido.

A psicopatia de Mary Bell alcançou outro nível quando ela tinha 10 anos. Um dia antes de seu aniversário de 11 anos, em 25 de maio de 1968, ela fez sua primeira vítima. Martin Brown era um menino de três anos quando foi cruelmente estrangulado por Mary e sua amiga, Norma Bell. O corpo de Martin foi encontrado em uma casa abandonada. As duas crianças assassinas chegaram a ir ao enterro do garoto, onde Mary teria pedido para vê-lo no caixão.

No mesmo dia, Mary e Norma invadiram uma enfermaria escolar e vandalizaram o local. Deixaram bilhetes assumindo a responsabilidade pela morte de Martin, porém a polícia não acreditou, e consideraram apenas como sendo uma brincadeira de mau gosto, já que Mary era conhecida por eles por ter um “caráter transtornado”.

Um dos bilhetes / Crédito: Divulgação

Cerca de um mês depois, em julho de 1968, a segunda vítima foi morta. Brian Howe tinha apenas quatro anos. Mary estrangulou e mutilou Brian com uma faca. A pele dos genitais da vítima estava esfolada e, havia uma letra M cravada na barriga.

Norma diria à polícia mais tarde que ficara assustada com o comportamento da amiga psicopata. Em seu diário, encontrado nas investigações, Norma escreveu: “Brian não tem mãe, assim ninguém sentirá sua falta”.

Após a morte de Brian, sua família contou à polícia que, dias antes do assassinato, Mary e Norma haviam molestado a criança. E que, Mary perguntava, repetidamente, se eles sentiam a falta de Brian. A homicida teria dito para procurarem o corpo do menino perto de escombros, e alguns dias depois, o corpo foi achado em uma área abandonada.

Mary e Norma tornaram-se as suspeitas principais dos crimes. Foram interrogadas por detetives, e mudaram a versão da história inúmeras vezes. A prisão de ambas ocorreu em 7 de agosto, no dia do enterro de Brian. O detetive responsável flagrou as amigas homicidas rindo em frente à casa de Howe, no momento em que seu caixão era transportado.

Norma Bell / Crédito: Divulgação

Na delegacia, uma assassina tentava jogar a culpa para a outra, até que finalmente Mary assumiu a culpa, afirmando que matava por prazer e emoção. Levadas a júri popular, Norma foi inocentada, e Mary culpada de dois assassinatos, quatro estrangulamentos e pela vandalização da enfermaria escolar. Recebeu uma sentença indefinida por homicídio involuntário. Aos 23 anos, foi liberada, após cumprir mínimos doze anos de prisão.

Ela recebeu autorização para começar uma nova vida no anonimato. Teve uma filha e uma neta e, lançou, juntamente com uma jornalista, sua biografia. A lei que protege a identidade de criminosos da Grã-Bretanha foi batizada como Ordem Mary Bell.