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Matérias / União Soviética

Massacre de Katyn: quando a União Soviética matou 22 mil poloneses e culpou o inimigo

Por muito tempo, Stalin negou o brutal assassinato de inúmeros oficiais militares, prisioneiros de guerra e civis

Redação Publicado em 23/11/2019, às 09h00

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Os corpos encontrados anos depois do massacre - Getty Images
Os corpos encontrados anos depois do massacre - Getty Images

Durante a Segunda Guerra Mundial, na floresta de Katyn e em prisões em Kalinin e Kharkov, nas regiões da Rússia e Ucrânia, o mundo esteve diante de trágico episódio que, por muito tempo, foi negado pelos russos e seus aliados: o Massacre de Katyn.

Em 5 de março de 1940, Stalin assinou uma ordem para autorizar o genocídio de aproximadamente 22 mil poloneses, incluindo oficiais do exército, engenheiros, advogados, professores universitários, entre outros membros da intelectualidade do país. Estima-se que 8 mil eram oficiais presos durante a invasão soviética da Polônia em 1939, 6 mil policiais e os demais faziam parte da elite. 

O documento que autorizava o massacre / Crédito: Domínio Público 

Parte do território da Polônia estava sendo ocupado pela Alemanha Nazista, e a outra pela União Soviética. Na região dominada pelos soviéticos, os soldados foram, de imediato, rendidos e enviados para lugares específicos onde seriam presos e mantidos sob o controle da URSS por serem considerados uma ameaça.

A estratégia foi administrada pela NKVD (Comissariado do povo para assuntos internos, em português), o Ministério dos Assuntos Internos russo. Um dos carrascos, Vasili Blokhin, um major-general soviético, matou cerca de 7 mil pessoas no massacre. Ele é considerado o maior assassino em massa do mundo. 

Em Katyn, eles atiraram na nuca de todos os prisioneiros, que foram enterrados em valas comuns da região. Enquanto isso, em Tver, os presos eram baleados em uma sala à prova de som, individualmente, e colocados em um caminhão do lado de fora.

O historiador Gerhard Weinberg avalia que, no contexto histórico, uma explicação mais provável para o caso é que a União Soviética esperava, no futuro, ter novamente a Polônia em sua fronteira ocidental. Stalin pretendia manter sua parte leste e sabia que se o país em questão fosse revivido, não seria um episódio amigável. Por isso, privá-lo, de maneira drástica, de sua elite militar e intelectual o tornaria mais fraco.

Em 1943, oficiais alemães receberam informações da existência de túmulos coletivos de poloneses na floresta de Katyn. Em seguida, uma investigação composta por um grupo de doze especialistas forenses de diversos países europeus comprovou o envolvimento dos soviéticos nos assassinatos. A história, no entanto, permaneceu em negação e silêncio e demorou a ser, finalmente, reconhecida.

Mas como os nazistas foram culpados por esse evento? Com receio de perder a URSS como aliada contra os alemães, os Estados Unidos, Inglaterra e a própria Polônia decidiram atribuir à Alemanha a responsabilidade do acontecido.

Os corpos foram exumados pela equipe de especialistas para realizar o estudo / Crédito: Reprodução

Somente em 2010 a Rússia assumiu a autoria do episódio, culpando Stalin pelo massacre de Katyn em 1940. A decisão é considerada uma das mais duras condenações oficiais dos crimes stalinistas.