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Matérias / Múmias

Mistério de 2.600 anos: a desgraça da múmia Takabuti

Pesquisas recentes conseguiram determinar a causa do óbito da mulher que viveu no Egito Antigo, mas que, curiosamente, não era egípcia

Isabela Barreiros Publicado em 16/05/2020, às 07h00

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A múmia de Takabuti - Museu Ulster
A múmia de Takabuti - Museu Ulster

A prática de egiptomania se tornou muito comum na Europa depois das guerras napoleônicas, a partir do final de 1815. Múmias antigas e todos os seus equipamentos fúnebres, como caixões, passaram a ser objeto de consumo tanto de pesquisadores quanto de curiosos, o que tornou esse insólito costume um comércio.

Entre muitos restos mortais encontrados no Egito Antigo, estavam os de Takabuti, uma mulher que morreu por volta dos 20 a 30 anos, casada e que viveu durante a 25º Dinastia egípcia. Vivendo na cidade de Tebas, ela era dona de uma grande casa e filha de Taseniric e de um dos sacerdotes de Amon, deus do Sol.

A múmia e seu sarcófago foram comprados por Thomas Greg da Ballymenoch House, Holywood, Co. Down, em 1834. No entanto, ela apenas foi desenrolada e estudada no ano seguinte, no Museu de História Natural de Belfast, na Irlanda do Norte, em 27 de janeiro de 1835. O egiptólogo irlandês Edward Hincks foi responsável pelo estudo, descobrindo, a partir dos hieróglifos inscritos no caixão, a maioria das informações que se sabe sobre ela.

Crédito: Museu Ulster

No entanto, um dos dados mais importantes sobre a mulher permaneceu um mistério por quase 200 anos: a causa de sua morte. Quando realizaram a primeira inspeção do corpo mumificado, os pesquisadores não tinham tecnologia o suficiente para determinar tal aspecto, conseguindo saber apenas algumas características mais evidentes de Takabuti.

Isso mudou quando, recentemente, especialistas da Universidade de Queens, no Canadá, em parceria com os Museus Nacionais da Irlanda do Norte, analisaram a múmia a partir de resultados dos testes de DNA e tomografias. Segundo esses novos estudos, ela morreu depois de ter sido brutalmente esfaqueada nas costas.

Por meio da técnica da tomografia, os cientistas conseguiram revelar marcas de facas na parte superior de suas costas, próximo ao ombro esquerdo. No entanto, o coração da mulher permanecia no corpo, se encontrando intacto e altamente preservado, mas diferente do que geralmente era feito em mumificações, em que o órgão era retirado do corpo.

"É frequentemente comentado que ela parece muito pacífica deitada dentro de seu caixão, mas agora sabemos que seus momentos finais foram tudo menos que ela morreu nas mãos de outro", afirmou a bioarqueóloga da Escola Natural da Universidade de Queens, Eileen Murphy. 

Takabuti e seu caixão em exposição no Museu Ulster, em Besfast / Crédito: Wikimedia Commons

Segundo Rosalie David, egiptóloga da Universidade de Manchester, os estudos em Takabuti e as novas descobertas ajudam a entender um pouco mais sobre o contexto histórico no qual ela vivia, além de informações primordiais sobre a múmia que permaneceu quase anônima durante tanto tempo.

Esses dados foram obtidos não a partir de apenas uma pesquisa, mas de inúmeras que vinham sendo realizadas nos últimos anos por inúmeros testes de DNA, raio-x e tomografias computadorizadas. De acordo com o curador de arqueologia dos Museus Nacionais da Irlanda do Norte, Greer Ramsey, “há uma rica história de testes em Takabuti desde que ela foi desembrulhada em Belfast, em 1835".

Além disso, os testes também determinaram outro aspecto importante sobre Takabuti. Diferentemente do que se podia assumir, ela, na verdade, não era egípcia, mesmo tendo vivido a maior parte de sua vida no Egito.

Os cientistas responsáveis pela pesquisa ainda afirmam que ela, possivelmente, era europeia. Os resultados dos testes de DNA atestam que a mulher apresentava genes mais semelhantes a características da Europa do que do Egito.


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