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Matérias / Personagem

Tomado pela melancolia: Há 129 anos morria Dom Pedro II, o último imperador do Brasil

Após a proclamação da República, o imperador teve de passar seus últimos momentos exilado

Giovanna Gomes Publicado em 06/12/2020, às 00h00

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O Imperador Magnânimo, Pedro II - Wikimedia Commons
O Imperador Magnânimo, Pedro II - Wikimedia Commons

De todos os governantes que já estiveram no comando do Brasil, Dom Pedro IIfoi o que ficou mais tempo no poder: um total de 50 anos, quando ocorreu o golpe que acabaria por transformar o país em uma República.

Manifestando tristeza, Pedro II escreveu uma carta, que foi destinada ao Governo Provisório. No documento, ele também deseja prosperidade ao Brasil. Confira: 

"A vista da representação que me foi entregue hoje, às três horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir com a minha família para a Europa, amanhã, deixando assim a pátria, de nós estremecida, à qual me esforcei por dar constante testemunhos de entranhado amor e dedicação durante meio século que desempenhei o cargo de Chefe do Estado. Na ausência, eu, com todas as pessoas da minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo ardentes votos, por sua grandeza e prosperidade". 

A carta foi endereçada a Deodoro, do qual recebeu a seguinte resposta: “...o Governo Provisório espera do vosso patriotismo o sacrifício de deixardes o território brasileiro, com a vossa família, no mais breve termo possível. Para esse fim se vos estabelece o prazo máximo de vinte e quatro horas, que contamos não tentareis exceder”. 

Com isso, o imperador foi obrigado a deixar sua pátria e se buscar refúgio na França, onde passou seus melancólicos últimos dois anos de vida até sua morte em 5 de dezembro de 1891.

Vida modesta 

Em seus últimos dias, Pedro viveu de maneira modesta no hotel Bedford em Paris. Ele obteve ajuda do Conde de Alves Machado, um grande amigo do ex-imperador. Sua esposa, Teresa Cristina, morrera assim que se exilaram devido a complicações por problemas respiratórios.

Leopoldina, Dom Pedro II, Teresa Cristina e Isabel, respectivamente, em 1863 / Crédito: Wikimedia Commons

No período após o golpe, o filho de Leopoldina passou por diversos problemas de saúde, de modo que esteve à beira da morte em diferentes ocasiões, além de que envelheceu muito rapidamente. Certo dia, quando fazia um passeio pelo Rio Sena, o ex-imperador contraiu um resfriado. 

Quando retornou ao hotel à noite, já sentia os primeiros sintomas. Era inverno e nos próximos dias a doença acabaria evoluindo para uma forte pneumonia. Seu estado de saúde decaiu rapidamente e, no dia 5 de dezembro, três dias após seu aniversário de 66 anos, Pedro II faleceu.

As tumbas de Isabel (esquerda), Pedro e Teresa Cristina (centro) e Gastão (direita), na Catedral de Petrópolis / Wikimedia Commons

Nos últimas dias do imperador, muitas pessoas foram visitá-lo. Suas últimas palavras foram: "Deus que me conceda esses últimos desejos, paz e prosperidade ao Brasil”.

O velório

Durante a preparação do corpo para o velório, um pacote lacrado foi encontrado em seus aposentos, junto à seguinte mensagem do imperador: "É terra de meu país. Desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria”. O pacote continha terra de todas as províncias brasileiras.

Um livro foi colocado sob sua cabeça em seu leito de morte, simbolizando que sua mente descansava sobre o conhecimento. O governo Francês realizou um funeral de Estado, e diversos membros da monarquia Europeia compareceram à cerimônia, assim como representantes de governos americanos e de países como Turquia, China e Pérsia e membros da Academia de Belas Artes.

Pedro II em seu leito de morte / Crédito: Wikimedia Commons

Segundo declarou o historiador José Murilo de Carvalho em seu livro “D. Pedro II: ser ou não ser”, a repercussão da morte do imperador também foi imensa no Brasil "apesar dos esforços do governo para a abafar. Houve manifestações de pesar em todo o país: comércio fechado, bandeiras a meio pau, toques de finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos".

Missas foram realizadas por todo o país, enaltecendo a figura de D. Pedro II e seu governo, de modo que o povo brasileiro se tornou ainda mais apegados a ele, o qual era considerado o Pai do Povo. Até mesmo republicanos demonstraram sentimentos de pesar, uma vez que consideravam Pedro II um modelo de governante.


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