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Matérias / Crimes

Há 50 anos sem solução: Mulher de Isdalen, o maior mistério da Noruega

Um corpo carbonizado encontrado em 1970, num local conhecido como Vale da Morte, ainda desperta teorias sobre o que motivou a sua morte

Daniela Bazi Publicado em 29/05/2020, às 14h30

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Retrato falado da Mulher de Isdalen distribuído pela polícia - Wikimedia Commons
Retrato falado da Mulher de Isdalen distribuído pela polícia - Wikimedia Commons

No dia 29 de novembro de 1970, o corpo carbonizado de uma mulher foi encontrado no vale Isdalen, na Noruega, por um homem junto de suas duas filhas pequenas. O local é conhecido como Vale da Morte pelos habitantes, pelos diversos suícidios que aconteceram no local.

O advogado policial Carl Halvor Aas foi o primeiro a chegar na cena. Ele revelou à BBC que a mulher foi encontrada fora da trilha de caminhada, e que sentiu "um forte cheiro de carne queimada". Segundo ele, "O corpo estava completamente queimado na parte da frente, incluindo o rosto e quase todo o cabelo”. Entretanto, a parte de trás de seu corpo não estava queimada.

Devido ao estado de decomposição do corpo, não foi possível identificar sua aparência, ou o tempo em que estava lá. Junto dos restos mortais, também foram encontrados diversos objetos, como um guarda-chuva quebrado, joias, um relógio e algumas garrafas.

Corpo da mulher encontrada no Vale da Morte / Crédito: Arquivos do Estado de Bergen

Tormod Bønes, um dos peritos responsáveis pelo caso, revelou que a posição na qual os objetos foram encontrados intrigaram a polícia: a mulher não estava utilizando nenhum deles. "A forma como estavam dispostos e a localização dos objetos ao redor do corpo eram estranhos; parecia que havia ocorrido algum tipo de ritual", disse.

As suas roupas estavam queimadas, e as que sobraram tiveram as etiquetas cortadas. As garrafas presentes no local também se encontravam sem rótulos. Nada no lugar foi Ajudou a identificar quem era a misteriosa mulher.

A polícia acredita que ela tinha por volta de 1,64m de altura, longos cabelos e olhos castanhos escuros, orelhas pequenas e um rosto arredondado, com a idade entre 25 e 40 anos. Como não sabiam seu bome, a jovem ficou conhecida como Mulher de Isdalen.

Poucos dias após a descoberta do corpo, as autoridades locais encontraram duas malas em uma estação de trem na cidade de Bergen, que continham objetos com uma impressão digital coincidente com a da mulher. Entretanto, mais uma vez, todos os rótulos que poderiam ajudar a identificá-la haviam sido retirados dos itens.

Uma pasta para eczema também foi encontrada dentro de uma das malas / Crédito: Arquivos do Estado de Bergen

Outro objeto encontrado dentro de uma das malas foi o bilhete codificado que intrigou a polícia. Devido a descoberta, suspeitas de que a mulher seria uma espiã israelense começaram a surgir, porém nada comprovou o fato. Após muito tempo de investigação, as autoridades desvendaram que o bilhete não passava de um registro dos lugares que a moça visitou.

O único item que continuou com a marca foi uma sacola de plástico da loja de sapatos Oscar Rørtvedt, localizada no município de Stavanger. Rolf Rørtvedt, filho do dono do estabelecimento, vendeu um par de botas de borracha para a mulher, e ajudou a polícia a rastreá-la até o hotel St. Svithun, onde ela teria se hospedado com o nome falso de Fenella Lorch.

A partir da pista, os oficiais conseguiram descobrir que a vítima teria passado por diversos hotéis na Noruega, utilizando nomes diferentes em todos. Assim, concluíram que ela também possuía vários passaportes falsos, utilizados para preencher os formulários de entrada.

Botas vendidas por Rolf Rørtvedt para a mulher / Crédito: Arquivos do Estado de Bergen

Durante a autópsia do corpo, foi concluído que ela não estava doente, e foi identificado um inexplicável hematoma no lado direito do pescoço, que poderia ter sido causado por uma queda ou um golpe.

Segundo Tormod Bønes, "Havia partículas de fumaça em seus pulmões... o que mostra que a mulher estava viva enquanto foi queimada”. Além disso, vestígios de gasolina foram encontrados embaixo do corpo da mulher, comprovando a utilização da substância para dar início ao fogo.

Especialistas também encontraram cerca de 50 a 70 pílulas de remédios para dormir em seu estômago, que não haviam sido completamente absorvidas pelo seu corpo no momento da morte.

A causa do falecimento foi dada como ingestão de grande quantidade de pílulas para dormir e envenenamento por monóxido de carbono. Apesar de muitos discordarem, o caso foi dado como possível suicídio e encerrado em 1971 por falta de pistas.

Em seguida, alguns jornalistas investigativos da NRK, empresa de comunicação norueguesa, começaram a pesquisar sobre os dentes de ouro da Mulher de Isdalen, que eram incomuns para sua faixa etária e poucos vistos na Noruega.

Mandíbula da Mulher de Isdalen / Crédito: Kripos, Serviço Nacional de Investigação Criminal da Noruega

O professor Morild, que participava da pesquisa, encontrou a mandíbula da mulher dentro de um porão onde ficavam os arquivos forenses no Hospital Universitário de Haukeland. A mais nova descoberta foi uma oportunidade para que o caso fosse reaberto, utilizando as novas tecnologias para a identificação da jovem.

A análise de DNA feita após meses de trabalho revelou que a mulher tinha descendência europeia, o que tornou a teoria dela ser uma agente israelense menos provável. Entretanto, não foi possível chegar a nenhum resultado. O caso da Mulher de Isdalen é o maior mistério da Noruega e continua sem respostas há 50 anos.


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