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Vitrine / Personagem

O intrigante segredo da freira Benedetta Carlini de Vellano

Segundo a escritora Judith C. Brown esta figura religiosa é importante para estudar a imposição da Igreja Católica sobre os prazeres femininos

Victória Gearini Publicado em 21/05/2020, às 09h37

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Atriz Virginie Efira como Benedetta Carlini - Divulgação
Atriz Virginie Efira como Benedetta Carlini - Divulgação

Benedetta Carlini de Vellano foi uma freira, que contrariou as regras impostas pela Igreja Católica durante a Contra-Reforma. Segundo a escritora Judith C. Brown, esta personagem histórica possui uma importância inestimável para a luta de gêneros e causas LGBTs

Lançada originalmente em 1986, a obra Atos Impuros, da historiadora norte-americana Judith C. Brown narra a história completa de Benedetta Carlini de Vellano, e afirma, ainda, que esta freira possuía dons sobrenaturais e mantinha relações amorosas com outra freira. 

Origem do primeiro romance lésbico da História moderna

Nascida em 1591, na Itália, Benedetta Carlini de Vellano entrou para o convento ainda criança, com apenas 9 anos de idade. Aos 23 anos passou a alegar que tinha visões místicas, onde conseguia contatar Jesus Cristo. Tal ato foi visto com uma blasfêmia e uma possível possessão demoníaca. 

Benedetta e Bartolemea representadas na obra Atos Impuros (1986) / Crédito: Divulgação

A partir disso, Benedetta passou a ser acompanhada 24 horas do dia pela Irmã Bartolemea, iniciando-se assim um romance entre as duas freiras. Segundo Judith C. Brown, o amor entre Benedetta e Bartolemea foi visto como um ato impuro e pecador, o que levou ao declínio de ambas. 

“Esta irmã Benedetta, então, durante dois anos seguidos, pelo menos três vezes por semana, de noite, depois de tirar a roupa e ir para a cama, esperava que sua acompanhante tirasse a roupa, fingindo precisar de sua ajuda, chamava-a. Quando Bartolomea se aproximava, Benedetta agarrava-a pelo braço e atirava-a à força na cama. Abraçando-a, ela a colocava embaixo de si e, beijando-a como se fosse um homem, falava-lhe palavras de amor. E ela ficava se mexendo em cima dela até que ambas se corrompiam. E assim ela a segurava por uma, duas e às vezes três horas”, trecho retirado da obra Atos Impuros. 

O trágico fim das amantes 

Pouco se sabe sobre o destino final das amantes, mas estima-se que assim que a Igreja Católica soube sobre o afeto das freiras, mandaram prender Benedetta, que passou o resto de sua vida em uma prisão. Já o fim de Bartolemea é mais incerto ainda, mas acredita-se que ela tenha morrido em 1660, um ano antes de sua amada. 

Cena do filme Bartolemea, dirigido por Paul Verhoeven / Crédito: Divulgação

De acordo com Judith C. Brown, o romance entre Bartolemea e Benedetta atualmente é importante para compreender os preceitos religiosos impostos pela Igreja Católica, que a anos busca silenciar os prazeres femininos, inferiorizando e objetificando as mulheres. “No fim, Benedetta triunfou. Ela deixou sua marca no mundo, e nem a morte, nem a prisão puderam silenciá-la”, disse a historiadora.

Baseado na biografia de Judith C. Brown, o filme Benedetta foi dirigido por Paul Verhoeven, e estrelado por Virginie Efira como Benedetta Carlini. Produzida na França, a trama está prevista para estrear no resto do mundo em 2021, e conta, ainda, com a participação do produtor Saïd Ben Saïd, do escritor David Birke, da compositora Anne Dudley e da editora Job ter Burg.


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