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Matérias / Ciência

Há 161 anos Charles Darwin publicava o clássico A Origem das Espécies

Neste dia, em 1859, o aclamado livro do naturalista era lançado, sendo sua teoria de extrema importância para construção de uma nova visão sobre as espécies e o planeta Terra

Redação Publicado em 24/11/2020, às 14h35

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Charles Darwin, naturalista britânico - Getty Images
Charles Darwin, naturalista britânico - Getty Images

No dia 24 de novembro de 1859, um livro colocou o ser humano em seu devido lugar. Antes dele, a humanidade tomava a si própria como o ápice da criação, num mundo em que todas as outras formas de vida haviam sido colocadas na Terra por Deus apenas para servi-la. A Origem das Espécies demoliu essa visão milenar.

“Sua influência no desenvolvimento de áreas críticas da ciência foi profundo. Ao mesmo tempo, ajudou a construir uma nova visão científica do mundo, substituindo a visão cristã prevalente”, afirma o historiador e autor britânico Richard Overy.

Darwin afirmou que a espécie humana evoluiu, como todas as outras, por meio de um processo que não tem direção definida, com todos os animais partilhando um ancestral comum. É a sobrevivência do mais apto — não a do mais forte — às circunstâncias que guia a evolução.

A espécie humana não foi feita à imagem e semelhança de Deus, mas surgiu de um macaco na savana africana. Esse foi um impacto brutal na autoimagem da humanidade, que até hoje muitos ainda relutam em aceitar. Ainda mais em uma sociedade conservadora como a Grã-Bretanha do século 19.

Retrato de Charles Darwin / Crédito: Getty Images

Pelos diários de Darwin, sabe-se que ele já havia chegado a essas conclusões 20 anos antes. Mas temia publicá-las, porque podia prever as consequências na cultura da Inglaterra vitoriana. Aos 50 anos, tinha muito a perder, numa admirável carreira que havia rendido a medalha da Royal Society, a academia britânica de ciências, em 1853.

”Não sei o que pensar: realmente detesto a ideia de escrever por prioridade, mesmo assim ficaria irritado se qualquer um publicasse as minhas teorias antes de mim”, escreveu alguns anos antes da publicação. Seu trabalho começou com o retorno da viagem do navio Beagle, em 1836, trazendo fósseis e espécimes do mundo todo, inclusive do Brasil.

A ideia de evolução em si não era nova. Em 1809, ano de nascimento de Darwin, o naturalista francês Jean-Baptiste Lamarck propôs a evolução por meio de características adquiridas por esforço — um princípio errado, que marginalizou a ideia, já então tida por heresia.

Darwin só decidiu tirar da gaveta A Origem das Espécies porque um pupilo seu, Alfred Russel Wallace, apresentou a ele uma teoria quase idêntica, em 1858. Wallace poderia também ter sido o pai da seleção natural, mas quem apresentou a tese fez toda a diferença. As credenciais de Darwin estavam acima de qualquer suspeita. Wallace era um jovem desconhecido, com fama de radical.

As décadas de preparação fizeram de A Origem das Espécies um trabalho impecável, prova e explicação definitiva para a evolução. Para surpresa de Darwin, o livro tornou-se um best-seller, transformando o cientista recluso em celebridade internacional, discutido, caluniado e caricaturado nos jornais. Sem gosto pela vida pública, coube a outros cientistas, como seu amigo Thomas Huxley, defendê-lo.

Manuscrito original de A Origem das Espécies / Crédito: Wikimedia Commons

Quando morreu, em 1882, era um tesouro do Império Britânico. O naturalista agnóstico ganhou a honra de ser enterrado na Abadia de Westminster, junto a outros grandes cientistas da nação, como Isaac Newton. O darwinismo tornou-se a doutrina capaz de explicar e dar novos rumos à biologia, fazendo a ciência — sem trocadilho — evoluir ao longo do século 20. Suas teses são contestadas apenas por um grupo: o dos cristãos fundamentalistas, os chamados criacionistas.

Sem Darwin, inúmeros avanços não teriam acontecido. Viveríamos num mundo de máquinas impressionantes, mas de ciência biológica primitiva, onde a maioria das crianças morreria na infância como no século 19. Mesmo que a teoria dos germes fosse desenvolvida, é preciso da seleção natural para entender a resistência aos antibióticos. Ecologia seria apenas romantismo, preservação de paisagens.

Por mais que igrejas tradicionais, como a Católica, tenham buscado conciliar o darwinismo às suas crenças, ao explicar a origem da humanidade sem a necessidade de Deus, a seleção natural fez com que elas perdessem muito de sua influência. Darwin também ajudou a impulsionar a genética, e a descoberta do DNA, no século 20, tem a ver com seus escritos. “Sem Darwin, o mundo demoraria a explicar o mundo sem recorrer às forças sobrenaturais”, afirma Pedro Paulo Funari, da Unicamp.


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