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Matérias / Personagem

Trancafiada em uma masmorra: os dias finais de Darya Nikolayevna Saltykova, o demônio russo

Comparada com a sádica "Condessa de Sangue" húngara, o nome da realeza matou e torturou inúmeros servos

Nicoli Raveli Publicado em 15/03/2020, às 09h00

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Darya Nikolayevna, a serial killer do século 18 - Domínio Público
Darya Nikolayevna, a serial killer do século 18 - Domínio Público

A nobre russa Darya Nikolayevna Saltykova, também conhecida como Saltytchica, era considerada uma dama. A mulher, terceira filha de um grande proprietário russo, foi casada com o oficial Gleb Saltykow, mas ficou viúva aos 26 anos. Com a morte do marido, ela tornou-se a pessoa mais rica de Moscou, já que havia herdado uma residência em Troitskoe, local onde, posteriormente, morou com os dois filhos e cerca de 600 servos.  

Naquela época, os servos eram chamados por "almas", e seus donos tinham poder ilimitado sobre eles. Além disso, os nobres não tinham a obrigação de tratá-los como seres humanos e podiam vendê-los como gado. 

Até o momento, nenhum familiar havia notado algo de diferente em Saltykova. Na maior parte do tempo, ela era uma pessoa calma e piedosa, que doou diversas vezes a igrejas e mosteiros.

Algum tempo depois, conheceu o jovem Nikolay Tyutchev e eles viveram um romance. A dama não demorou a perceber algumas ações estranhas do companheiro e logo descobriu que ele a traiu com uma jovem. Naquele momento, a mulher desejava matar o parceiro e sua amante, mas os dois fugiram antes do ato se concretizar.

Aos poucos, devido a situação, a raiva tomou conta de seu corpo. Logo, a russa começou a maltratar seu servos, principalmente as mulheres. Também torturou crianças e, até mesmo, mulheres grávidas, espancando-as até a morte, tornando-se uma terrível serial killer. Além disso, a homicida colocava os corpos nus das vítimas em gelo e também despejava água fervente.

Sua crueldade nunca foi completamente explicada, já que ficava furiosa sem motivo escancarado. Como Saltykowa estava ligada a membros da corte real, mesmo com diversas queixas sobre as mortes em sua residência, ainda não havia sido presa.  

Ilustração de Darya Nikolayevna maltradando seus servos / Crédito: Wikimedia Commons

Sua condenação ocorreu somente quando as testemunhas fizeram um tumulto e ela foi condenada pelo assassinato de 38 mulheres em 1762. Permaneceu na prisão durante seis meses, não demonstrando arrependimento por suas ações. Com a certeza que deixaria em breve o local, ela não confessou os crimes.

De acordo com os detetives que investigaram o caso durante sete anos, Darya assassinou aproximadamente 140 pessoas, incluindo três homens. A justiça interrogou diversas testemunhas e chegou a conclusão de que seus crimes deveriam resultar na pena de morte, mas a ação havia sido abolida na Rússia em 1754.

Em 1768, foi anunciado que a viúva receberia uma sentença de prisão perpétua e, posteriormente, seu corpo seria exposto frente à multidão com uma placa pendurada no pescoço, na qual dizia “Esta mulher torturou e assassinou”.

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Iliustração da serial killer Darya Nikolayevna / Crédito: Wikimedia Commons

Além disso, o decreto exigia que ela ficasse em uma masmorra de um mosteiro, acorrentada. Foi construída uma sala sem janelas e, por tempo determinado, ela viveu na escuridão.

Sob vigia 24h, uma freira era responsável por sua alimentação. Conforme foi pedido pela realeza, a mulher era levada à igreja para participar dos cultos, mas não entrava no local. Durante 11 anos, Darya não teve contato com outras pessoas.

Em 1779, Saltykova foi transferida para um dos edifícios do mosteiro. Dessa vez, seu quarto contava com uma janela com grades. Durante a estadia, ela foi visitada por espectadores curiosos que a irritavam. Com isso, ela cuspia e os expulsava. Até o momento, não se sabe se ela desenvolveu uma doença mental devido ao seu confinamento ou se apenas foi agravada. Depois de mais de 30 anos de prisão, ela faleceu aos 71 anos e foi enterrada no mosteiro de Donskoy. 


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