Desaparecida por 2 anos, a obra foi encontrada em um local insólito
Com a queda de Napoleão em 1815, a Mona Lisa, obra de Leonardo da Vinci, seguiu para seu definitivo lar: o Louvre. Em meio a alguns dos maiores tesouros artísticos de todos os tempos, ela parecia, enfim, ter encontrado a segurança e tranquilidade que merecia. E assim foi, por quase 100 anos. Até que no século 20, uma onda de tormentos tirou o seu sossego.
Em 21 de agosto de 1911, Mona Lisa foi roubada. Dois anos depois, a polícia prendeu o pintor italiano Vincenzo Peruggia quando este tentou vender o quadro para o governo italiano por 95 mil dólares. Em todo esse tempo, a obra esteve trancada em um baú no pequeno apartamento de Vincenzo.
Durante o julgamento, ele disse ter sido motivado por patriotismo: queria devolver o quadro à Itália. Acabou recebendo uma pena de prisão de um ano e 15 dias e a Mona Lisa foi devolvida a Paris, recebida com honras de chefe de Estado.
Ela ficou tão em evidência e passou a ser tão assediada que, em 1956, acabou vítima de pelo menos dois atentados. No primeiro, um visitante não identificado lançou ácido sobre a tela — e a parte inferior da pintura, danificada, precisou ser restaurada.
Às 16h15 do dia 30 de dezembro, o estudante boliviano Ugo Unzaga Villegas jogou uma pedra na tela. O impacto descascou a pintura perto do cotovelo esquerdo de Mona Lisa. Ele foi preso e encaminhado pelas autoridades francesas para tratamento psiquiátrico. A obra foi restaurada.
Apesar dos ataques, o Louvre decidiu atender a outro tipo de assédio. Museus de todo o mundo queriam expor a obra, e, em 1963, Mona Lisa deixou pela primeira vez a Europa e seguiu para os Estados Unidos.
Para a viagem, foi feito um seguro, o que exigiu que, de forma inédita, o quadro fosse avaliado: se algo acontecesse a ele, o preço a ser pago seria de 100 milhões de dólares. Mas ela voltou sã e salva de sua temporada na América. Tanto que, em 1974, deixou novamente a França para um tour pelo Japão.
Hoje a obra está em exibição no Louvre — devidamente protegida por um vidro a prova de balas — e atrai milhares de visitantes todos os anos.