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Matérias / Crimes

A filha que matou os pais: Relembre o brutal caso Von Richthofen

Com a estreia dos filmes sobre o caso nesta sexta-feira, 24, relembre o crime que escandalizou o país

Isabela Barreiros Publicado em 14/02/2020, às 08h00 - Atualizado em 20/09/2021, às 14h45

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Suzane Von Richthofen durante entrevista - Divulgação/Vídeo/Record
Suzane Von Richthofen durante entrevista - Divulgação/Vídeo/Record

Suzane, seu irmão Andreas e seus pais Manfred e Marísia eram uma família de classe média paulistana que vivia em uma mansão no Brooklin. Mais tarde, essa casa se tornaria palco de um dos crimes que mais chocou o Brasil.

No ano de 2002, a jovem de 18 anos estudava o curso Direito na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e namorava Daniel Cravinhos. Mas seus pais não aprovavam o relacionamento.

O relacionamento não era visto com bons olhos pelo casal Richthofen. Em maio daquele ano, os pais proibiram a relação de Suzane com Daniel.

Não se sabe exatamente quais foram os motivos que levaram Suzane a planejar o assassinato de seus pais. A história é repleta de mentiras e versões distintas, mas o que se sabe é que no dia 31 de outubro de 2002, Manfred e Marísia von Richthofen foram mortos a pauladas por Daniel e Cristian Cravinhos, a mando de Suzane.

O crime

O crime foi muito bem arquitetado por eles. Mais cedo, no mesmo dia, a garota e o namorado levaram Andreas, o irmão mais novo, com 15 anos, para passar a \noite em um cybercafé, para que ele se divertisse com jogos de computador.

Logo depois, Cristian se juntou a eles e os três foram a caminho da mansão da família no Brooklyn, na Zona Sul paulistana. O casal foi assassinado pelos irmãos Cravinhos enquanto dormiam, levando marretadas na cabeça. Acredita-se que Suzane tenha permanecido na biblioteca da casa durante o crime.

A família / Crédito: Wikimedia Commons

No entanto, a jovem se mostrou fria e calculista ao longo desse período. Depois dos homicídios, Suzane recolheu as barras de ferro encharcadas com o sangue de seus pais e jogou seus documentos pelo quarto.

O intuito era fazer com que a polícia achasse que eles tinham sido vítimas de um latrocínio — um roubo seguido de homicídio. Cristian também deixou uma arma próxima do corpo de Manfred.

“Observei que [no local] não tinha nada, nenhuma marca de arrombamento; qualquer tipo de rompimento de barreira, enfim, isso estava bem nítido. Ou seja, alguém que havia entrado ali foi facilitado, alguém facilitou sua entrada ou ele tinha facilidade de entrar, com as ferramentas necessárias para isso, como chaves e tudo mais”, explica à Aventuras na História,  Robson Feitosa, então chefe de investigações do DHPP — hoje, aposentado, após mais de 34 anos de carreira —, que ajudou nas investigações do crime. 

Eles levaram uma mala cheia de dinheiro, contendo entre 8 e 5 mil reais. Depois do crime, o plano foi forjar álibis para que eles não fossem culpados pelos assassinatos.

Game over

Cristian ficou perto de sua casa, e o casal foi para o Motel Colonial, na Zona Sul. Eles saíram da suíte presidencial por volta das 3 horas da manhã para buscar Andreas no cybercafé em que havia sido deixado mais cedo.

Quando a polícia descobriu o trágico episódio, Suzane fingiu para as autoridades. Ela simulou sofrimento no enterro, chorando e abraçando seu irmão. Mas alguns dias depois, ao ser interrogada sobre o crime, acabou confessando.

Com o dinheiro que pegaram dos pais, o irmão de Daniel acabou comprando uma moto em dinheiro vivo, o que acabou chamando atenção das autoridades. Era o fim do labirinto e Daniel e Cristian também tiveram a mesma atitude.

“A coisa toda começa a cair quando o cunhado dela, que já sabíamos que não era policial, comprou uma moto. Mas como ele comprou uma moto? Com que dinheiro, já que ele não trabalhava?”, questiona Robson. “Então, puxando, a gente descobre que quem deu esse dinheiro para a compra da moto foi a Suzane. Era uma moto grande. Assim, vai fechando o cerco, as contradições aparecem e a coisa toda cai”, diz ele. 

Novela da vida real

O caso se tornou quase que uma novela da vida real.  A garota deu entrevista para a TV, teve diversas versões para os acontecimentos e também chegou a passar suas férias no litoral paulista, depois de ser solta em abril de 2006.

Os três foram condenados a cerca de 39 anos de prisão, cada um. Atualmente, Suzane Von Richthofen está cumprindo seu tempo no complexo penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo.

“Para nós foi um absurdo, porque é um crime contra os pais. Uma filha bem criada, um filho também muito bem criado, uma família com potencial financeiro muito bom, estruturada... Então, nada justificava um duplo homicídio daquele, da forma em que foi orquestrada e como aconteceu”, explica Robson Feitosa.  

“Para nós, choca, mas não é uma coisa de outro mundo, porque é o mundo de quem trabalha no Departamento de Homicídios”, conclui ele.

Agora, a trágica história será retratada em dois filmes: A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou os Meus Pais. Com lançamento confirmado no Prime Video em 24 de agosto, as produções reproduzem os testemunhos reais do caso. 

A atriz Carla Diaz caracterizada de Suzane Von Richthofen para o filme A Menina Que Matou os Pais / Crédito: Divulgação

A produção do filme declarou que as produções não possuem nenhum vínculo com os autores do crime. Além disso, ao contrário do que foi falsamente repercutido pelos mais curiosos, nem Suzane e nem os irmãos Cravinhos irão receber valores referentes ao filme. 


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