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Matérias / Entretenimento

Vícios e talento: Mank, conheça a história real por trás do filme em alta na Netflix

Roteirista do famoso filme Cidadão Kane, Herman Mankiewicz teve uma vida marcante

Giovanna Gomes Publicado em 20/12/2020, às 10h00 - Atualizado às 17h07

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O novo filme sobre o roteirista está em alta na Netflix - Wikimedia Commons/Divulgação/Netflix
O novo filme sobre o roteirista está em alta na Netflix - Wikimedia Commons/Divulgação/Netflix

Cidadão Kane continua frequentando prestigiosas listas, a exemplo da preparada pela revista inglesa Sight & Sound, como o melhor filme da História. Ninguém duvida da genialidade do diretor, que chegou a Hollywood com 25 anos sem nunca ter feito cinema, mas cercado de expectativas porque já era um nome famoso no rádio.

Ainda persistem sérias dúvidas, porém, sobre sua real colaboração no roteiro do filme, pelo qual dividiu o Oscar de 1942 com Herman J. Mankiewicz - e do qual queria os créditos exclusivos.

Diante dessa saga, no mês passado, a Netflix disponibilizou o tão aguardado filme 'Mank', drama de David Fincher que conta a história do famoso roteirista americano Herman Mankiewicz.

Ele foi o responsável por uma série de obras importantes para o cinema americano, entre elas, Cidadão Kane. Pensando nisso, o site Aventuras na História preparou uma matéria sobre a trajetória de Fincher. 

Antes de tudo

Mankiewicz nasceu em 1897, na famosa cidade Nova York. Filho de imigrantes alemães, não era filho único: tinha dois irmãos mais novos, Erna e Joseph. Curiosamente, o irmão acabaria compartilhando o mesmo amor de Herman pela história do cinema.

Uma parte não tão conhecida sobre a história do futuro roteirista é que ele se formou em filosofia pela Universidade de Columbia, em 1917. Anos depois, estudou em Berlim, onde virou correspondente do jornal Chicago Tribune. Paralelamente, ele escrevia resenhas de teatro para o New York Times.

Herman Mankiewicz/ Crédito: Wikimedia Commons

Foi em 1926, que voltou para Nova York. Era o passo inicial para o futuro que o aguardava em Hollywood: conseguiu um emprego na Paramount Pictures. E foi assim que deu um grande passo ao comandar o departamento de cenários do estúdio e elaborar roteiros. Contudo, foi nesse momento que passou a pisar em ovos.

Era maio de 1933 e o Nazismo estava em ascensão na Alemanha. Mankiewicz, diante do cenário que se tornaria absurdo, escreveu o roteiro de uma peça chamada The Mad Dog of Europe (“O Cachorro Louco da Europa”).

Sem medo, se tornou um dos primeiros grandes nomes a cutucar a ideologia mirabolante dos membros do futuro Reich e Hitler. No entanto, a obra nunca saiu do papel: estúdios de cinema evitavam criticar o nazismo, uma vez que temiam perder o mercado alemão. Resumidamente: de tudo era feito para encobertar os horrores de Adolf e sua corja.

Cidadão Kane 

Herman teve problemas com álcool e jogava compulsivamente. Com o tempo, os vícios começaram a afetar seu desempenho no trabalho. Como consequência, o talentoso profissional passou a atrasar entregas de roteiro. Foi nesse período conturbado de sua vida que o cineasta recebeu o convite para escrever o que viria a se tornar sua obra-prima.

Imagem de divulgação do filme Cidadão Kane/ Crédito: Divulgação

Em 1940, Orson Welles, que tinha apenas 24 anos, foi contratado para dirigir um projeto no estúdio RKO. Quando Herman englobou o time do projeto, estava se recuperando de um acidente de carro, o qual o deixara de cama, imobilizado. 

Ele, então, se isolou em um rancho com mais duas pessoas, que o ajudaram a escrever Cidadão Kane e a ficar longe da bebida.

A história, cujo roteiro teve sete esboços, gira em torno da vida de Charles Foster Kane, um magnata da imprensa americana - inspirado em William Hearst, um verdadeiro barão das comunicações e amigo de Mankiewicz (pelo menos até o primeiro saber do projeto do filme).

Na história, o magnata americano, em meio a inúmeras polêmicas em sua vida pública e privada, morre sozinho. É a partir desta fase da vida do roteirista que o filme Mank começa. 

Reconhecimento

Somente em 1941, quando o Cidadão Kane chegou às telonas, que Herman passou a se importar em ser creditado por seu grande trabalho. Assim, levou a discussão para o Sindicato dos Roteiristas. Ele conseguiu que seu nome figurasse ao lado de Welles na autoria e, em 1942, ambos levaram o Oscar de Melhor Roteiro Original.

Imagem do filme Mank/ Crédito: Divulgação/Netflix

Já um dos grandes méritos de Orson Welles em Hollywood foi reunir uma equipe de profissionais tarimbados e competentes para sua estreia como diretor.

Além de um ótimo roteirista, ele contava ainda, na direção de fotografia, com Gregg Toland, considerado na indústria cinematográfica o mais hábil operador de câmera do momento. Perry Ferguson, o diretor de arte, com cinco anos de experiência, era, na época, a grande revelação do departamento de arte da RKO.

Mas o que torna a obra tão especial?

Se hoje o filme já parece moderno, imagine há 70 anos. Kane é repleto de inovações técnicas, entre as quais os enquadramentos e a rica cenografia, que criavam imagens expressionistas pelo uso inventivo da edição e do som.

Além disso, a própria narrativa era inovadora: cada um dos personagens conta sua versão da história, que é cheia de cenas de flashback.

Muitas eram mostradas de modo simultâneo, induzindo o espectador a escolher para onde olhar, um tipo de interatividade incomum nos anos 1940. "O filme revolucionou o cinema como um todo. É o primeiro, por exemplo, que rompe a narrativa linear, com começo, meio e fim", diz a cineasta Suzana Amaral.


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