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Matérias / Idade Antiga

Tômiris: A rainha que fez a cabeça de Ciro, o Grande, de troféu

Para vingar os Masságetas e a morte de seu filho, a rainha da civilização Cita exterminou o grande imperador persa

Vinícius Buono Publicado em 17/01/2020, às 09h00

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Tômiris apontando para a cabeça de Ciro - Getty Images
Tômiris apontando para a cabeça de Ciro - Getty Images

O primeiro Império Persa foi um dos maiores da antiguidade. Também chamado de Aquemênida, foi fundado por uma personalidade singular do mundo antigo: Ciro II, o Grande.

Ciro entrou para a história, como diz seu epíteto, como um imperador venerado e respeitado inclusive por Alexandre, o Grande, que seria a ruína do Império Persa. Reza a lenda que, enquanto guerreava com os persas, Alexandre teria ficado indignado com o estado em que a Tumba de Ciro se encontrava, e prontamente deu ordens para renová-la. O monumento está de pé até hoje, no Irã.

A Tumba de Ciro / Crédito: Getty Images

Grande conquistador, Ciro subjugou diversos povos, reinos e impérios menores, estendendo o território Aquemênida da Anatólia até a Índia. Numa dessas empreitadas imperialistas, o rei se lançou contra os Masságetas, uma confederação de povos cavaleiros e seminômades que habitavam a Ásia Central e as imediações do Mar Cáspio. Entre eles, havia a civilização Cita, liderada por Tômiris — ou Tamiris, dependendo da grafia.

No primeiro embate entre os dois povos, Ciro obteve certo sucesso. Seus conselheiros, então, bolaram um plano genial que garantiria novas vitórias: Os persas deixaram alguns pequenos assentamentos para trás contendo uma grande quantidade de vinho.

Geralmente, as substâncias usadas pelos Citas para lazer eram o haxixe e o leite de égua fermentado, ou seja, seus organismos não estavam acostumados com o vinho, e logo os soldados ficaram completamente embriagados.

Aproveitando o torpor, Ciro atacou e derrotou o exército Cita, inclusive o filho de Tômiris, Espargapises, levando-o como prisioneiro. Há controvérsias se Ciro o teria matado ou se ele teria convencido o imperador a soltá-lo e, então, cometeu suicídio.

Quando Tômiris soube da notícia, ficou, naturalmente, irada. Mandou um mensageiro a Ciro, denunciando sua tática suja e desafiando-o para o combate. Dessa vez, sem quaisquer tipos de subterfúgios, apenas exército contra exército, líder contra líder.

O exército Persa era forte, mas os povos das estepes e suas habilidades de cavalaria não poderiam ser subestimados, e Tômiris mostrou isso a Ciro da pior maneira.

Existem algumas versões sobre a morte de Ciro, mas, segundo Heródoto, historiador grego que estudou a fundo os persas em razão dos seus conflitos com o povo helênico, a rainha vingou seu filho com sobras, decapitando e crucificando o lendário imperador persa. Seria a cereja do bolo nessa vitória arrasadora dos Cítas sobre seus inimigos, em 530 a.C. 

Apesar da derrota, o Império Aquemênida se manteve em franca expansão. Rivalizaram com os antigos gregos, algo evidenciado pelos estudos de Heródoto. No século III a.C, foram finalmente conquistados por Alexandre, o Grande, da Macedônia e, após sua morte, o Império foi desintegrado.

Do outro lado, os Cítas ainda passaram alguns anos batendo cabeça com os Aquemênidas, mas sempre resistiram. Também foram, posteriormente, atacados por Alexandre e, finalmente, absorvidos pelos Sármatas, um povo que, assim como os Cítas, também habitava a Ásia Central e viria a se estender até a região onde hoje se localiza a Ucrânia.

De qualquer forma, o legado de Tômiris a coloca como uma das mais fortes governantes da história. Sua resistência — e vitória — perante um dos maiores Impérios de seu tempo já seria suficiente para que fosse reconhecida como tal, mas a forma como derrotou Ciro, vingando a honra de seu filho, a eleva ao status de lenda.


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