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Matérias / Canadá

A trágica saga das irmãs Dionne

Nascendo prematuras, as quíntuplas tornaram-se atração em uma espécie de "zoológico para bebês" durante a Grande Depressão

Redação Publicado em 01/05/2020, às 12h00

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As cinco irmãs durante gravação de curta-metragem sobre seu aniversário - Getty Images
As cinco irmãs durante gravação de curta-metragem sobre seu aniversário - Getty Images

Elzire Dionne e seu marido Olive eram dois fazendeiros pobres que moravam em Ontário, no Canadá, e acabaram tendo filhos em 1933 - era um momento de grande dificuldade financeira para o mundo inteiro depois da crise de 1929.

Os dois estavam à espera de gêmeos, e já se preocupavam sobre o que fariam para sustentar mais duas bocas de uma só vez. Entretanto, o problema ficou maior depois do parto, quando foi revelado que, na verdade, Elzire estava grávida de cinco meninas.

Annette, Émilie, Yvonne, Cécile e Marie tiveram sorte de terem sobrevivido devido às condições do parto. As meninas, prematuras, pesavam pouco mais de seis quilos juntas.

Antes mesmo do parto de Elzire, o tio revelou para um jornal local a respeito do nascimento, o que fez com que a popularidade das meninas aumentasse significativamente. 

Na época, o nascimento foi icônico pela circunstância em que o país se encontrava. Consideradas um símbolo de esperança, elas teriam nascido para mostrar que bons frutos viriam depois da Grande Depressão.

Elzire e suas cinco recém-nascidas / Crédito: Getty Images

A vizinhança ajudou os pais na criação das cinco crianças, que logo se tornaram uma sensação local. 

Com a atenção voltada para as crianças, o pai resolveu aceitar uma das várias propostas que recebeu para exibir as filhas como atração, na Feira Mundial de Chicago. Mesmo depois de ter se arrependido do negócio, o governo de Ontário se preocupou com o bem-estar das meninas.

Como consequência, Olive e Elzire perderam a guarda das meninas para o Estado, que ficou com as garotas durante nove anos. Todavia, era tudo armação: logo usaram as gêmeas como atração turística. As irmãs ficaram num complexo hospitalar, cercado com arame farpado e eram exibidas pelas enfermeiras de tempos em tempos pela sacada do local.

Por mais que estivessem seguras e bem alimentadas, multidões se formavam em frente ao local, chamando a atenção de 3 milhões de pessoas ao todo.

A fama as atingiu só crescia e as meninas começaram a ser chamadas para aparecer em propagandas e filmes, um desses curta-metragens chegou a ser indicado ao Oscar, Five times Five, que mostrava o aniversário de cinco anos das meninas.

Mas devido a essa fama toda, os pais mal tinham contato com suas filhas. Enquanto isso, Elzire e Olive entraram na justiça diversas vezes para recuperar suas filhas, e acabaram conseguindo em 1943.

De acordo com a biografia das próprias meninas, We Were Five (1965), esse momento foi o pior de suas vidas. Isso porque seus pais conseguiram uma bela quantia em dinheiro por todo o lucro já gerado com as garotas, e se mudaram para uma luxuosa mansão.

As cinco irmãs, então com 17 anos, conhecendo a rainha Elizabeth II / Crédito: Getty Images

Porém, nem mesmo o dinheiro impediu que elas sofressem constantes abusos do próprio pai. De acordo com a biografia, elas revelaram que relação na casa era muito fria, e que a tristeza tomava o ambiente o tempo todo.

As cinco mulheres saíram de casa logo depois de completar 18 anos. Fugindo da loucura a que foram expostas, cada uma delas trilhou caminhos diferentes: Marie, Annette e Cécile casaram e tiveram filhos, Émile se tornou freira mas morreu logo aos 20 anos vítima de epilepsia, e Yvonne investiu na vida acadêmica.

Marie morreu enquanto morava sozinha com um problema sanguíneo em seu cérebro. Sobrando somente três irmãs, na década de 90 elas se mudaram para uma mesma casa vivendo com pouco mais de 500 dólares por mês.

Yvonne, Annette e Cécile respectivamente / Crédito: Getty Images

Depois de terem movido uma ação contra o governo canadense e com ajuda da pressão popular, conseguiram o valor de 2,8 milhões de dólares, que foi dividido entre elas igualmente. Somente Cécile e Annete estão vivas até hoje.


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