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Matérias / Curiosidades

Tommy Gun: Um clássico da máfia

Conheça a célebre arma dos pares de Al Capone que terminou servindo para enfrentar nazistas

Paula Lepinski Publicado em 24/09/2019, às 07h00

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A Tommy Gun ganhou fama nas mãos de gângsteres como Al Capone e John Dillinger - Reprodução
A Tommy Gun ganhou fama nas mãos de gângsteres como Al Capone e John Dillinger - Reprodução

Elliot Ness e Al Capone podiam ser inimigos mortais, mas concordavam com uma coisa: a submetralhadora Thompson, carinhosamente apelidada de Tommy Gun, era um finíssimo instrumento de destruição. Pequena, relativamente leve, precisa e capaz de neutralizar o alvo imediatamente. 

Ela nasceu da Primeira Guerra. O general do Exército dos Estados Unidos John T. Thompson percebeu que a infantaria precisava de uma arma que pudesse ser levada pela terra de ninguém e recarregada no escuro. Para limpar as trincheiras inimigas.

Mas não chegou a tempo. A Thompson Model 1919, como o nome indica, saiu em 1919, depois do fim da guerra. Coincidindo com a aprovação da Emenda 18 à Constituição americana, que estabeleceu a famosa Lei Seca, que levou a uma era de ouro para o crime organizado.

Vendida por US$ 200 – o equivalente a US$ 2.600 hoje –, não demorou para que a Tommy Gun ganhasse fama nas mãos de gângsteres como Al Capone e John Dillinger e figurasse em filmes de Hollywood. Acabou sendo adotada também pelos departamentos de polícia dos Estados Unidos para lutar contra o crime organizado, combatendo fogo com fogo. Sua venda para o público seria proibida em 1934.

Soldado britânico armado com uma M1928, em 1940 / Crédito: Wikimedia Commons

A infame Tommy Gun teria um momento heroico. Seria usada pelo Exército aliado na Segunda Guerra, que consumiu 1,5 milhão de unidades. Só seria aposentada em 1971, após ser usada na Guerra do Vietnã.

Rápido demais

Os primeiros modelos da submetralhadora tinham uma cadência cíclica de mais de 1.500 tiros por minuto. Em um segundo, 25 balas eram disparadas. As balas acabavam rápido demais, o cano aquecia e era impossível manter a mira na mesma posição. Isso foi corrigido a pedido dos militares. O modelo 1928 foi produzido com cadência de 800 a 600 tpm. Seria de 600 tpm nos modelos seguintes, o M1 e o M1A1, o que é típico para os fuzis de assalto modernos.

Muitas balas

Crédito: Shutterstock

Diferentes carregadores (pentes) de munição foram usados nas versões da Tommy Gun. Porém, o mais icônico é o tambor com capacidade de 50 a 100 balas dispostas em espiral, da Thompson Model 1921, a versão usada pelos gângsteres americanos. Era considerado grande e pesado demais pelo Exército dos Estados Unidos, que preferiu usar pentes típicos de 30 balas.

Projétil

O único calibre disponível nos Estados Unidos para ser utilizado com o mecanismo inicial era o .45 ACP, o mesmo usado na pistola Colt M1911. É considerado eficiente em combate, combinando precisão e stopping power, isto é, a capacidade de derrubar um alvo humano sem que possa reagir.

Mecanismo de tiro

Crédito: Shutterstock

Armas automáticas usam de diferentes mecanismos para recarregar a próxima bala sem intervenção do usuário. Nos primeiros modelos foi usado um sistema experimental, o blish lock, que acabaria abandonado por um mecanismo de pressão dos gases mais tradicional, o blowback, no qual a expansão dos gases na câmara força o ferrolho para trás, ejetando o cartucho gasto e colocando uma bala nova no lugar.

Mito mafioso?

Crédito: Shutterstock

Na década de 1930 surgiu o estereótipo do gângster escondendo sua submetralhadora numa caixa de violino. Dizia-se então que o misterioso assassino conhecido apenas como Buster de Chicago fazia isso. A ideia soa prática e genial, mas não há registros confiáveis nem qualquer caixa adaptada sobrevivente. Provavelmente foi invenção de Hollywood.