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Matérias / Múmias

O Homem de Osterby: a impressionante múmia ruiva que foi brutalmente decapitada

Com um coque que revela sua possível origem, o indivíduo teve uma morte dolorosa e apenas sua cabeça sobreviveu à execução

Isabela Barreiros Publicado em 14/05/2020, às 07h00

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A cabeça do Homem de Osterby - Wikimedia Commons
A cabeça do Homem de Osterby - Wikimedia Commons

Na Europa, principalmente no noroeste do continente, diversas descobertas impressionantes vêm sendo feitas desde o século 18. Corpos mumificados estão sendo encontrados dentro de pântanos e ficaram conhecidos por estarem muito bem preservados e, também, por ilustrarem a pesquisadores, hoje, um pouco de como eram as pessoas que viveram principalmente durante Idade do Ferro.

Na Alemanha, por exemplo, um desses achados chama muita a atenção. O Homem de Osterby foi descoberto em 26 de maio 1948 por Otto e Max Müller, que estavam coletando turfa — um tipo de terra de origem vegetal — no pântano de suas terras, localizadas no município alemão de Osterby.

Na verdade, não foi o homem inteiro que foi encontrado. Apenas sua cabeça pôde ser localizada, embora os irmãos tivessem procurado intensivamente no lodaçal por outros fragmentos do indivíduo com ajuda de especialistas de um museu da cidade de Schleswig.

Ainda assim, a descoberta foi impressionante: o crânio e o longo cabelo sobreviveram, parcialmente enterrados a por volta de 65 a 70 centímetros abaixo do nível atual do solo. Foi a partir de um pedaço de uma capa de pele de camurça, sobressaindo sobre a turfa, que Max percebeu que havia algo de diferente escondido ali.

O Homem de Osterby

Crédito: Wikimedia Commons

A cabeça do homem desconhecido foi naturalmente preservada pelo pântano. De maneira simples, os baixos níveis de oxigênio, somados à temperatura do ambiente fizeram com que o crânio ficasse quase mumificado.

Além disso, é importante mencionar ainda os taninos presentes nos lodaçais. É uma substância usada na taxidermia e também para tratar peles de animais. Ou seja, o local é muito propício para o processo natural de mumificação, que acabou ocorrendo com ele.

Mas as substâncias do local não tiveram apenas impactos positivos para a preservação do Homem de Osterby. De acordo com pesquisas do especialista Peter Löhr, o crânio encolheu enquanto estava imerso no pântano.

Além disso, a cor do cabelo provavelmente não é natural. Acredita-se que os fios do homem tenham sido loiros, mas que, com a idade, tenham se tornado brancos — segundo evidencias esqueléticas, ele teria morrido com por volta de 50 a 60 anos de idade. Os pesquisadores sugerem que o ruivo observado atualmente é resultado da natureza ácida do ambiente, não sendo a tonalidade original do pelo do indivíduo.

Os longos fios ruivos, no entanto, chamaram muito a atenção por estarem amarrados em um coque muito particular. Fino e pouco ondulado, o cabelo tem 28 centímetros de comprimento. O penteado é conhecido como nó suebiano e, de acordo com os escritos do historiador Tácito em sua obra Germânia, era muito comum na tribo Suebi da Alemanha.

Amarradas na têmpora direita em um nó, as madeixas também são vistas em representações romanas e em outros corpos que também foram encontrados em pântanos, como o Homem de Dätgen, que utilizava o mesmo estilo na parte de trás da cabeça. Isso indica também que ele provavelmente era um homem livre, não um escravo.

Morte brutal

Crédito: Divulgação

A múmia idosa, no entanto, não foi encontrada em condições de morte comum. Seu crânio foi altamente danificado antes da morte: diversos pontos foram quebrados. O lado esquerdo de seu rosto foi fraturado e partes dele entraram na área do cérebro.

Os pesquisadores acreditam que ele tenha sido atingido com um objeto pontiagudo, ou melhor, pressionado por um golpe sobre uma área de 12 centímetros de diâmetro. A grande ferida provavelmente foi causa de seu óbito, o que revela que muita violência estava envolvida.

Além disso, o fato de somente a cabeça ter sido encontrada pode indicar que ele foi decapitado, antes ou depois de sua morte. Esse não seria um caso único: o Homem de Dätgen provavelmente passou pela mesma situação, e somente seu crânio foi encontrado em um pântano. Existe também a hipótese de que a morte tenha sido consequência de uma execução deliberada de vários métodos, contanto com o golpe e a decapitação.


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