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Matérias / Comportamento

Humanos já armazenavam itens de valor emocional de entes mortos há 2 mil anos

Em estudo comparativo, uma pesquisadora norte-americana conseguiu relacionar a memória afetiva com objetos guardados na Idade Média

Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 26/06/2021, às 07h00

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Conjunto de pedras guardado pela "memória afetiva" - National Museums Scotland
Conjunto de pedras guardado pela "memória afetiva" - National Museums Scotland

A partida de um ente querido é sempre compreendida como um baque pelos seres humanos; as fases do luto, visando a adaptação e aceitação do falecimento, resultam em lembranças dos momentos mais intensos presentes nas memórias dos que ainda permanecem no plano físico. Se engana quem acredita que o legado fica apenas na memória.

Muitas pessoas ainda possuem o hábito de guardar itens da pessoa que morreu no intuito de relembrar passagens em vida cujo artefato compôs a ocasião, como vestimentas, presentes e itens confeccionados pelo próprio.

Porém, esse hábito não é inédito dos tempos modernos, como apontou uma pesquisa realizada pela arqueóloga Lindsey Büster, da Universidade de Nova York, EUA.

De acordo com ela, há registros de preservação de itens de falecidos com pelo menos 2 mil anos, sendo observados desde a Idade do Ferro, período situado entre 1200 a.C. até 332 a.C., conforme evidências reunidas pela pesquisadora e publicadas em um artigo científico no jornal Antiquity.

Evidências do passado

O estudo compilou informações reunidas em trabalhos arqueológicos anteriores cujo tema abordou a Grã-Bretanha pré-histórica. Com as evidências de práticas funerárias e situações pós-morte, um trabalho comparativo pôde levantar as práticas comportamentais do passado até os dias atuais sobre o armazenamento de itens memoráveis.

Um dos itens evidenciados na pesquisa foi um conjunto de pedras encontradas em um assentamento em Broxmouth, na Escócia, cuja datação aponta interferência humana entre 650 a.C. e 210 d.C. As pedras, usadas para moer grãos entre paredes foram levadas para o local, se tornando peças de registro para uma pessoa que já morreu, como uma homenagem.

De acordo com a autora, pesquisas anteriores chegaram a acreditar que o armazenamento dos bens de entes queridos estaria realizado a uma situação de valor ou relacionada a rituais ligados a espiritualidade — porém, ela contesta, registrando que há similaridade com práticas atuais puramente motivadas pela “lembrança emocional”.

Nem tudo é preço

O exemplo das pedras também quebrava outra teoria anterior sobre guardar os itens pelo valor comercial dos mesmos, visto que o conjunto de pedras, mesmo que trabalhadas manualmente, poderiam ser rapidamente refeitas sem nenhum custo por qualquer pessoa com conhecimentos artesanais.

Sendo assim, os familiares ou amigos da pessoa falecida preferiram guardar o objeto pelo valor emocional: "É importante reconhecer o poder emocional bruto que os objetos do dia a dia podem adquirir em determinados momentos e lugares", contou Büster em comunicado republicado pela revista Galileu.

A pesquisadora acrescentou que o resultado proporcionou a compreensão de uma universalidade para certos sentimentos.

"Considere a experiência de luto e a perda de uma dessas emoções, mesmo que as maneiras como isso foi processado e navegado variem entre os clientes e como sociedades. [...] Esta pesquisa nos ajuda a nos aproximar um pouco mais de conhecimento do passado experiências de vida (e morte), eram, de certa forma, não tão diferentes das nossas”, concluiu.


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