Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Crimes

A inacreditável história de Marie Adler, que virou série da Netflix

A vítima de estupro foi desacreditada por policiais e só conseguiu justiça anos depois

Caio Tortamano Publicado em 16/09/2020, às 19h00 - Atualizado às 19h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Pôster da série Inacreditável - Divulgação - Netflix
Pôster da série Inacreditável - Divulgação - Netflix

Retratado em no artigo ganhador do prêmio Pulitzer, o caso de uma vítima — que recebe o pseudônimo de Marie no texto — acabou ganhando uma versão cinematográfica pela Netflix. A série recebeu o nome de Inacreditável, que faz referência a reportagem de Ken Armstrong e T. Christian Miller, chamada Uma História Inacreditável de Estupro.

Marie foi mais uma de uma série de vítimas de estupro de um criminoso chamado Marc O’Leary, esse sim o nome verdadeiro de um criminoso que cometeu inúmeros abusos sexuais pelos Estados Unidos entre 2008 e 2012. Quando procurou a polícia, a garota, que então tinha 18 anos, não foi levada a sério pelos policiais locais, e também por alguns de seus familiares.

Injustiça

Levada a interrogatório na pequena cidade de Lynnwood, Washington, Marie estava sozinha diante dos policiais, e acabou sendo pressionada a dizer que seu testemunho tinha sido falso. A dificuldade em acreditar na menina se deu, entre outras coisas, de uma falta de preparo dos agentes de segurança para cuidar de assuntos relacionados à segurança feminina.

O primeiro erro do caso foi ter colocado uma potencial vítima de abuso sexual em interrogatório, prática proibida a policiais. Por mais que tivesse marcas de violência e escoriações na vagina e no pulso — marcas frequentes em estupros —,  a família adotiva de Marie (que morou em orfanatos durante a infância) desacreditaram da violência. 

Isso porque a menina apresentou um comportamento calmo, mesmo depois do ocorrido, como se a as atitudes dela depois do crime não fossem definitivas de uma vítima de estupro. Em março de 2009, a moça foi acusada de contravenção grave por ter supostamente mentido, multada em 500 dólares e posta em liberdade condicional. 

Momentos em que carro do criminoso é capturado / Crédito: Divulgação

Impunidade

O caso passou dois anos impune, com todos envolvidos acreditando que a garota mentiu por nenhum motivo aparente para os policiais, mesmo apresentando evidências físicas de um estupro. Isso só começou a mudar em 2011, quando duas investigadoras que cuidavam de casos de abuso sexual perceberam que estavam diante de um estuprador em série.

Stacy Galbraith investigava um crime sexual cometido contra uma mulher, no Colorado, que havia sido estuprada por quatro horas enquanto o criminoso apontava uma arma para sua cabeça, e Edna Hendershot, que investigava dois casos idênticos, com mulheres por volta dos 60 anos. Por sorte, amostras de DNA — que foram poucas, devido o cuidado do estuprador — confirmaram que se tratava da mesma pessoa.

Esperança

Com material genético do homem à solta, além de algumas descrições físicas, o nome de Marc Patrick O’Leary chamou atenção da polícia. O veterano de guerra teve sua caminhonete rastreada, e uma amostra de DNA foi dada pelo irmão do homem, que confirmaram: se tratava do autor dos crimes.

Em sua posse estavam armas, uma máscara e roupas íntimas femininas, todas roubadas de suas vítimas. Além disso, uma foto de Marie estava em seu computador, bem como de todas as outras mulheres que tinham sido estupradas e denunciado os assédios.

Isso mudou completamente o caso da garota de Washington, que depois de receber ataques organizados a chamando de mentirosa, considerou até o suicídio. Somente pelos casos que aconteceram no Colorado, O’Leary já tinha sido condenado a mais de 320 anos de prisão, recebendo mais 38 pelo estupro de Marie. 

Mugshot do estuprador Marc Patrick O’Leary / Crédito: Divulgação

O caso da garota havia sido revisto pela polícia de Lynnwood. Comprovada a ineficiência e crime dos oficiais que conduziram o equivocado interrogatório da vítima, Marie recebeu uma indenização de 150 mil dólares pelo caso, e mesmo assim decidiu processar a cidade por todo o dano causado à ela.

O dinheiro não compensou a violência desumana e cruel que sofreu, mas foi suficiente para que ela mudasse completamente de vida, a começar pela cidade onde morava. Marie saiu do estado de Washington e passou a trabalhar como caminhoneira, não queria viver presa ao medo e impotência, que já não pertenciam mais a ela.


+Saiba mais sobre serial killers por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

Psicopata Americano, de Bret Easton Ellis (2020) - https://amzn.to/34yE1t1

Serial Killers - Anatomia do Mal: Entre na mente dos psicopatas, de Harold Schrechter (2019) - https://amzn.to/39YVlGK

De frente com o serial killer, de Mark Olshaker e John E. Douglas (2019) - https://amzn.to/2UX47R4

Lady Killers: As mulheres mais letais da história, de Tori Telfer (2019) - https://amzn.to/3c7BoPb

Mindhunter: O Primeiro Caçador de Serial Killers, de John Douglas e Olshaker Mark (2017) - https://amzn.to/2xccb7L

Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado, de Ann Rule (2019) - https://amzn.to/3cauuc9

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W