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Matérias / Personagem

Internada contra sua vontade: os horrores vividos por Alice de Battenberg em uma clínica psiquiátrica

A mãe do príncipe Philip e sogra da Rainha Elizabeth II foi diagnosticada com esquizofrenia e passou pelos tratamentos de Freud

Penélope Coelho Publicado em 26/11/2020, às 16h00

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Princesa Alice e seu filho príncipe Philip, Duque de Edimburgo - Getty Images
Princesa Alice e seu filho príncipe Philip, Duque de Edimburgo - Getty Images

Victoria Alice Elizabeth Julia Marie, ou simplesmente, princesa Alice de Battenberg, é conhecida por ter uma trajetória impressionante, não somente por ter dado à luz ao príncipe Philip, tornando-se assim, sogra de Elizabeth II, mas, principalmente pelos obstáculos que enfrentou ao longo de sua vida e por ter conseguido transformar sua tristeza em algo maior.

Nascida em 25 de fevereiro de 1885, com surdez congênita, a princesa da Grécia e Dinamarca viu sua estrutura familiar se destruir após os grandes conflitos das primeiras décadas do século 20: como Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa e a Guerra Greco-Turca.

Diagnosticada com um transtorno mental já na fase adulta, a mulher passou anos internada em uma clínica psiquiátrica sendo tratada pelo pioneiro da psicanálise, Sigmund Freud, e ali vivenciou horrores que ela jamais superou.

Antes do colapso

Para entender como Alice foi parar em um hospital psiquiátrico, é preciso voltar no tempo para compreender o que a levou ao seu colapso nervoso. Aos 17 anos, ela se apaixonou perdidamente pelo príncipe Andrew da Grécia e Dinamarca, tornando-se princesa após o casamento.

Alice posa para fotografia antes de seu casamento / Crédito: Wikimedia Commons

O casal teve cinco filhos: Margarita, Theodora, Cecilie, Sophie e Philip. Contudo, com a Primeira Guerra Mundial a família passou a viver refugiada, com isso, os familiares se separaram. Philip acabou sendo criado em internatos na Escócia e na Inglaterra, sem muito contato com os pais.

A fim de encontrar um refúgio, a princesa buscou na religião uma saída para tudo que enfrentava, por isso, se converteu para a fé ortodoxa grega. Cada vez mais fervorosa Alice passou a dizer que recebia mensagens divinas e que conseguia curar aqueles que precisassem.

Tratamento duvidoso

No ano de 1930, aos 45 anos, a mulher foi diagnosticada com esquizofrenia paranoica, após entrar em colapso nervoso. Ela foi mandada contra sua vontade para um sanatório na Suíça, sendo separada também de seu marido.

Durante os dois anos em que permaneceu no hospital, a princesa foi tratada pelo pai da psicanálise, o austríaco Sigmund Freud. Para o médico neurologista e psiquiatra, as visões e o colapso vivenciado por Alice tinham sido resultado de uma vida de frustrações sexuais.

Fotografia de Sigmund Freud / Crédito: Wikimedia Commons

Para ‘curá-la’ o homem recomendou tratamentos agressivos, como, o uso choque elétrico e raio-X nos ovários da mulher, a fim de que sua menopausa fosse promovida mais rápido para acabar também com seu desejo sexual, a abordagem sugerida por Freud não foi bem sucedida.

Após passar por essas experiências invasivas, a vida de Alice nunca mais foi a mesma, ela viveu até seus últimos dias com o peso emocional e físico que os tratamentos deixaram. Durante todo o período em que passou internada na Suíça, a princesa defendeu sua sanidade.

Vida posterior

Após conseguir deixar o local, a mãe do Duque de Edimburgo se viu completamente sozinha, e mais uma vez, voltou-se para a fé unindo também a prática de trabalho voluntário, foi assim que a princesa criou a ordem ortodoxa de freiras Marta e Maria, para ajudar pessoas necessitadas.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a mulher conseguiu ajudar os pobres através do dinheiro que recebia de seus irmãos, na época, Alice chegou até a esconder uma família judia em sua própria casa.

Em 1967 a situação política na Grécia estava cada vez pior, ao mesmo tempo em que a saúde física da princesa — na época com 82 anos —, se deteriorava. Na ocasião, a mulher foi convidada por sua nora para morar com ela e seu filho no Palácio de Buckingham, onde viveu por mais dois anos.

Alice faleceu em 5 de dezembro de 1969, aos 84 anos. Como um último pedido da princesa, seus restos mortais foram enviados para a igreja de Santa Maria Madalena no Monte das Oliveiras, em Jerusalém.


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