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Matérias / Múmias

Iret-Neferet: a múmia de 2,5 mil anos encontrada no interior gaúcho

Identificada por pesquisadores do Rio Grande do Sul, a impressionante cabeça mumificada continha um olho artificial, que revela sua origem egípcia

Isabela Barreiros Publicado em 09/04/2020, às 07h00

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A cabeça da múmia Iret-Neferet - PUC-RS
A cabeça da múmia Iret-Neferet - PUC-RS

Em 2017, um dos mais insólitos artefatos da História do Brasil foi encontrado pelo teólogo Edison Hüttner, coordenador do Grupo de Estudo Identidade Afro-Egípcias da PUC-RS. Guardada em um museu no interior do Rio Grande do Sul, na cidade de Cerro Largo, que tem uma população de por volta de 14 mil habitantes, estava — simplesmente — a cabeça de uma múmia egípcia.

Assim que a descoberta foi feita, inúmeras pesquisas sobre a possível origem da peça foram iniciadas. Para entender melhor o que teria levado uma cabeça mumificada a um pequeno município gaúcho, os pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) iniciaram uma investigação com o intuito de compreender essa insólita trajetória.

Quando Hüttner observou a múmia pela primeira vez, começou a compará-la com outras que havia visto no Museu do Louvre, em Paris, e no Museu do Vaticano, por exemplo. Essa análise primária e superficial fez com que ele começasse a levantar informações que ajudariam em posteriores estudos.

O olho artificial da múmia / Crédito: PUC-RS

Uma característica muito importante que foi analisada de maneira muito rápida pelos estudiosos foi a colocação de um olho artificial na cabeça da múmia, prática muito comum entre os egípcios realizada antes de embalsamar seus mortos. Esse fato possibilitou a confirmação da origem egípcia da peça.

A partir disso, os cientistas passaram a montar uma possível linha do tempo para explicar o percurso feito pela múmia até chegar às mãos dos pesquisadores da PUC. Acredita-se que ela tenha sido doada ao museu de Cerro Largo entre as décadas de 1970 e 1980 por Marcelino Kuntz. O homem era habitante da cidade e havia recebido o artefato como um presente de um amigo egípcio nos anos 1950.

Exames realizados por meio de um método de radiocarbono — conhecido como Carbono 14 — revelaram informações importantes sobre a múmia. Tratava-se de uma mulher, que morreu por volta dos 42 e 43 anos. O procedimento também permitiu a identificação do período histórico em que ela viveu, sendo isso em algum momento entre 786 a.C e 476 a.C, algo entre 2.495 e 2.787 anos atrás.

Reconstituição do rosto da múmia / Crédito: Cícero Moraes

Ela até mesmo recebeu um nome dos especialistas: Iret-Neferet, que significa “olho bonito”. De acordo com Hüttner, essa foi a primeira descoberta de uma múmia egípcia no Brasil no século 21.

Além de Iret-Neferet, a outra múmia egípcia presente no Brasil é Tothmea, que veio dos Estados Unidos para o Museu Egípcio Rosa Cruz de Curitiba (PR) em 1995. O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, também abrigava outros objetos trazidos por Dom Pedro I e Dom Pedro II, mas eles foram destruídos ou perdidos no grande incêndio ocorrido em setembro de 2018.

Outro procedimento importante foi feito pelo designer catarinense Cícero Moraes, que foi responsável por recriar o rosto da múmia egípcia utilizando técnicas utilizadas em reconstituições forenses. O impressionante resultado concluiu — pelo menos até o momento — as dúvidas que cercavam o objeto durante décadas.


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