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Matérias / Personagem

Isolado e paranoico: Os dias finais de Osama bin Laden

Completamente dependente de seus dois protetores, o terrorista passou anos escondido em uma fortaleza no Paquistão antes de ser executado

Isabela Barreiros Publicado em 02/05/2020, às 08h00

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O líder terrorista Osama bin Laden - Getty Images
O líder terrorista Osama bin Laden - Getty Images

O homem que um dia havia sido o mais procurado e temido do mundo ficava cada vez mais vulnerável. Depois de seu maior e mais terrível feito, os ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos, Osama Bin Laden passou anos se escondendo. Não é por menos, visto que agências de inteligência de todo o mundo, especialmente as estadunidenses, estavam a sua procura.

A intensa caçada da CIA fez com que o terrorista se isolasse em um enorme complexo localizado na cidade de Abbottabad, no Paquistão. Chamamos complexo por que, além de gigante, foi avaliado no valor de US $ 1 milhão e era quase de segurança máxima. Rodeado de paredes de cinco metros e altura e arame farpado, permanecia Bin Laden.

O fundador da organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda foi transferido para o local protegido em 2005. Além dele, dezenas de membros de sua família também passaram a morar em um prédio dentro da instalação.

Fortaleza de Bin Laden / Crédito: Wikimedia Commons

Foram dois membros de longa data do grupo que fizeram o possível e o impossível para manter o líder a salvo. Eles eram irmãos, e foram os responsáveis pelo deslocamento de Bin Laden e seus familiares para Abbottabad, que ficava próxima da região que moravam no Paquistão.

Essa lealdade fez com que eles fossem praticamente os únicos com quem o terrorista tinha contato do mundo exterior. Como não podiam deixar o local, os irmãos faziam até mesmo compras em mercados locais para ele e sua família. Necessidades diárias e ajuda para controlar a Al-Qaeda mesmo de longe também eram executadas pelos membros da organização.

Pode-se perceber que eles realmente estavam obstinados com a missão de proteger o fundamentalista islâmico. Mas essa devoção não duraria tanto tempo. Nos últimos meses de sua vida, Bin Laden estava travando uma disputa cada vez mais difícil com os responsáveis por garantir sua vida.

Cartas obtidas após o ataque à Abbottabad pela inteligência estadunidense revelaram que as discussões estavam se tornando cada vez mais frequentes dentro do complexo. Pelo que se sabe, os irmãos estavam sofrendo com o desgaste de ter que proteger um dos homens mais procurados do mundo.

A dependência do terrorista aos irmãos era explícita. Sua paranoia também começava a se tornar um problema — o isolamento provavelmente o fazia achar que até mesmo sua própria família estava tramando contra ele.

Bin Laden no canal Al-Jazeera / Crédito: Getty Images

Em uma das correspondências encontradas, Bin Laden pedia aos seus protetores tempo o suficiente para encontrar outros que pudessem exercer o trabalho de segurança, afirmando que eles estavam “irritados” com a situação.

Como ainda mantinha contato com inúmeros afiliados da Al-Qaeda no território mulçumano, escreveu para um de seus correspondentes questionando se conheciam alguém que poderia cumprir o papel dos membros da organização. Na carta, dizia que deveria ser um paquistanês de total confiança, exatamente porque seria a única ligação do homem com o mundo exterior.

A situação se tornou tão drástica que os irmãos e Bin Laden assinaram um acordo escrito que, no final de 2011 ou começo de 2012, se separariam. O terrorista e sua família teriam que abandonar o complexo na cidade paquistanesa. Mas é claro que isso não aconteceu.

No dia 2 de maio de 2011, SEAL da Marinha dos EUA um grupo de elite do país, invadiu a fortaleza na Operação Lança de Neptuno, que matou tanto o próprio Bin Laden quanto seus protetores. Talvez, se os Estados Unidos não tivessem agido naquela noite, o terrorista tivesse se mudado de Abbottabad, atrasando ainda mais essas operações de busca.


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