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Matérias / Bizarro

A morte de John Allen Chau ao tentar contatar uma ilha indígena isolada do mundo

Em 2018, ele tentou alcançar uma ilha no Oceano Índico conde considerou ser o "último bastião de Satanás" na Terra

Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 02/06/2021, às 16h56 - Atualizado às 23h17

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Imagem meramente ilustrativa - Imagem de janeb13 por Pixabay
Imagem meramente ilustrativa - Imagem de janeb13 por Pixabay

Com 26 anos de idade, o jovem John Allen Chau já havia decidido sua relação com a religiosidade. Saindo dos Estados Unidos, o missionário faria questão de conhecer o mundo com os preceitos do cristianismo.

Dessa maneira, tomou ciência da existência de uma tribo isolada em uma ilha no Oceano Índico, com uma população de aproximadamente 200 caçadores e coletores nativos do local.

Na mente dele, seria o destino perfeito para John realizar o primeiro contato do mundo exterior e, principalmente, das crenças presentes na Bíblia. Assim, fez um caminho partindo da costa leste da Índia, tentando alcançar o remoto arquipélago de Andamão e Nicobar, onde a Ilha Sentinela Norte se localiza. Contudo, os planos do rapaz não foram executados à rigor, como informou o El País.

Selfie durante expedição do missionário / Crédito: Divulgação / Instagram / John Allen Chau

Sem aceitação

O rapaz contou com a ajuda de pescadores para o deixar próximo da ilha e seguir à nado, no dia 17 de novembro de 2018. Porém, foi avisado pelos trabalhadores locais que não era uma boa ideia — sendo ignorados por John, que chegou a registrar em um diário pessoal que o local era o “último bastião de Satanás” no planeta, como divulgado pelo Washington Post

Parte dos indígenas conseguiu avistar o jovem cruzando o mar com braçadas e na primeira tentativa de evitar o acesso, os membros da aldeia conseguiram acertar a Bíblia do rapaz com uma flecha.

Vestindo apenas uma sunga para tentar se enturmar, o segundo arremesso acertou Chau em cheio, matando o missionário. Visto que a área de 72 quilômetros quadrados é preservada para a permanência única dos indígenas, as autoridades nem chegaram a pisar na ilha para tentar investigar ou recolher o corpo, iniciando um debate acalorado sobre intervenções exteriores em comunidades isoladas.

Fotografia de longe em grande plano dos indígenas da ilha / Crédito: Christian Caron / Creative Commons A-NC-SA

Inacessível

De acordo com a BBC, o resgate do corpo foi classificado como "quase impossível", principalmente após a tentativa de deslocar um grupo de policiais ao arquipélago, onde observaram o posicionamento de ataque dos indígenas por binóculos.

Até mesmo o diretor-geral da polícia responsável pelas ilhas, Dependra Pathak, reconheceu o risco ao veículo: "Eles ficaram olhando para nós e nós estávamos olhando para eles".

Das poucas vezes que pessoas do mundo exterior tentaram fazer o mesmo que John, tiveram má sorte; a fotografia acima, uma das únicas da tribo foi registrada em 2005. No ano seguinte, dois pescadores que foram levados para a costa foram mortos pelos habitantes.

Apesar da ausência de impedimento do jovem, há sua parcela de culpa na tentativa de ferir o código ambiental e disseminar a crença na região. Com isso, o governo indiano enfrentou um problema minoritário diplomático ao ter o dever de devolver o corpo para seu país-natal, visto que está impossibilitado de se comunicar e proteger a cultura dos aborígenes com a intervenção.