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Matérias / Bizarro

John Ssebunya, o garoto que fugiu para a selva e foi criado por macacos

O menino tinha de 2 a 3 anos de idade quando se perdeu na mata, tendo sua vida mudada para sempre

Vanessa Centamori Publicado em 22/06/2020, às 10h46

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John Ssebunya - Molly and Paul Child Care Foundation/Divulgação
John Ssebunya - Molly and Paul Child Care Foundation/Divulgação

John Ssebunya, um pequeno menino ugandês, tinha apenas de 2 a 3 anos quando viu sua mãe ser morta pelo próprio pai. Não se sabe o ano quando esse episódio fatídico ocorreu — só que mudou a vida daquele garotinho para sempre. 

Naquele período, se sabe que a menino vivia na região da aldeia Bombo, na Uganda, lá pela década de 1980. Assim que sua mãe foi assassinada brutalmente, John teve medo de que o pai também o matasse. Então, ele fugiu. O seu destino foi um local inóspito e assustador para qualquer criança: a floresta

John Ssebunya mais velho, ao lado de macacos/ Crédito: Molly and Paul Child Care Foundation/Divulgação

Vida selvagem 

Por alguns anos, John Ssebunya criou um laço profundo com macacos. No entanto, conforme noticiou o jornal The Guardian, o próprio se lembra vagamente do primeiro contato que teve com os primatas. Teria acontecido após um bando se aproximar dele e oferecer raízes, nozes e batata doce. 

No começo, os macacos foram cautelosos, mas duas semanas depois teriam ensinado o menino a subir em árvores e procurar comida. E assim foi, até que ele completasse cerca de 6 anos de idade. 

A descoberta

Naquela altura, já era o ano de 1991. Um belo dia, uma mulher habitante local, chamada Millie, estava andando pela floresta quando notou algo estranho em um dos macacos. Ele não tinha rabo. Quando examinou mais de perto, foi um grande choque: era, na verdade, uma criança. 

Millie se apressou e procurou por ajuda. Os colegas primatas de John ficaram bem bravos, jogando pedras e gritando. Porém, o menino não resistiu e foi resgatado, sendo levado até um orfanato.

Primeiro de tudo, ele ganhou comida quente. No entanto, ficou três dias terrivelmente doente, pois seu organismo não estava acostumado com aquela forma de alimentação. Enquanto isso, uma equipe de profissionais removeu vermes das costas e intestino de John — alguns eram tênias com cerca de 1 metro de comprimento. O garoto também tinha ferimentos e arranhões. 

John Ssebunya durante a vida adulta / Crédito: Molly and Paul Child Care Foundation/Divulgação

Superação

A tarefa de reabilitar John Ssebunya ficou a cargo de Paul e Molly, que eram donos do orfanato onde o menino foi internado. O garoto não sabia andar ereto, nem falar ou chorar."Ele era selvagem", recordou Paul, ao The Guardian. “Ele tinha muitos cabelos, o que é aparentemente comum em crianças selvagens. Seus joelhos haviam ficado quase brancos, ao pisar neles. Suas unhas cresceram imensamente e se enrolaram", descreveu.

Conforme os anos foram passando, John aprendeu a falar e chegou até a fazer parte do coral infantil da ONG Pearl of Africa. Depois, em 1999, a história do garoto foi reatratada em um documentário  produzido pela rede BBC.

Em entrevista dada no mesmo ano ao veículo de notícias, a dentista Hillary Cook, que ajudou a organizar a turnê de canto na qual participou John, contou que o ugandês não era muito diferente das outras crianças, além de alguns detalhes. "Ele é um garoto tímido e ainda fala devagar, mas quando canta, tem a voz mais maravilhosa", contou a mulher. 

John nunca reencontrou o pai. Acredita-se que ele morreu nos distúrbios civis em Uganda, no início dos anos 90. Órfão, ele viveu sua vida pós-floresta com Paul e Molly. Aos 14 anos de idade, na companhia dos guardiões adotivos, o rapaz contou que era grato aos macacos, que os permitiram ser amado também por humanos. 

Em 2012, a antropóloga britânica Mary-Ann Ochota defendeu a veracidade da história de John Ssebunya ao jornal The Independent. "Não se trata de mais uma lenda, mas sim de um caso real que estamos investigando", escreveu.

O aniversário de John é inventado e é celebrado todo dia 3 de julho. Na adolescência, ele ainda apresentava modo de andar meio desigual, além de dificuldade de entender questões muito emotivas. No entanto, aprendeu a jogar futebol e sorria com suas gengivas para trás. Seu plano para o futuro, segundo ele, era trabalhar com animais — galinhas e porcos. Nada de macacos.


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