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Matérias / Brasil

Dom João VI e Machado de Assis já relataram chuvas devastadoras no Rio de Janeiro

Na última semana, Petrópolis declarou estado de calamidade pública

Redação Publicado em 10/04/2019, às 14h33 - Atualizado em 17/02/2022, às 18h30

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Rio de Janeiro - Getty Images
Rio de Janeiro - Getty Images

Residentes de Petrópolis foram atingidos por um temporal que causou mais de 100 mortes e 116 desaparecidos, segundo a Polícia Civil. Como informa a Agência Brasil, os bombeiros que atuam no resgate já encaram o terceiro dia de buscas, que resultaram no resgate de 24 pessoas até o momento. 

Um dos relatos mais antigos de chuvas devastadores vem de 1575. Em carta enviada a um jesuíta, o padre José de Anchieta descreveu as devastadoras chuvas na cidade carioca. "Choveu tanto que se encheu e rebentaram as fontes”. 

Em 1811, num episódio apelidado de “Águas do Monte”, a cidade testemunhou uma das primeiras grandes tempestades. Parte do Morro do Castelo foi destruída, assim como as casas que foram construídas no local, e pessoas ficaram feridas.

Em inquérito, Dom João VI determinou que o estrago foi causado por “falta de conservação das valas e drenos pelos entulhos, lixos e demais imundícies lançados nelas”.

Ruas alagadas em 1911 / Reprodução Careta/Acervo da Biblioteca Nacional

O escritor Machado de Assis citou a tragédia - e outras tempestades - em suas obras. "Se remontares ainda uns 60 anos, terás o dilúvio de 1756, que uniu a cidade ao mar e durou três longos dias de 24 horas. Mais que em 1811, as canoas serviram aos habitantes, e o perigo ensinou a estes a navegação".

No século seguinte, as enchentes voltaram a tirar a paz dos moradores. Em 1966, após os rios transbordarem, a cidade ficou debaixo d'água durante 5 dias. O Jardim Botânico foi o bairro mais devastado. A chuva foi tão forte que as tubulações que drenam o rio dos Macacos ficaram completamente destruídas. O caos tomou conta cidade: 250 pessoas faleceram e outras 50 mil perderam suas casas. A situação se agravaria nos anos seguintes.

Em 1967, o deslizamento de uma encosta, causado pelas chuvas, resultou na morte de 119 pessoas. O número quase triplicou em 1988, quando uma devastadora enchente causou a morte de 300 cidadãos em apenas duas semanas.

As consequências mais trágicas foram presenciadas em 2011. A força dos deslizamentos e alagamentos causou a morte de 918 pessoas na Região Serrana (Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro). Além disso, 30 mil ficaram sem moradia e 99 foram considerados 'desaparecidos'.