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Matérias / Saúde

Karen Ann Quinlan, a garota que lutou contra a Suprema Corte pelo direito de morrer

Após uma combinação de remédios e álcool sem conhecer os componentes, a jovem ficou completamente paralisada e inconsciente

Wallacy Ferrari Publicado em 15/08/2020, às 09h00

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Retrato de Karen antes da paralisação corporal - Divulgação
Retrato de Karen antes da paralisação corporal - Divulgação

Nascida em 29 de março de 1954, na Pensilvânia, EUA, a jovem Karen Ann Quinlan foi colocada para a adoção logo após o nascimento, sendo adotada pelo casal Joseph e Julia, uma família de católicos devotos romanos. Durante a juventude, seguiu a criação dos pais e foi uma aluna média em um colégio católico em Denville, em Nova Jersey.

A jovem seguia a vida profissional após concluir o colegial, trabalhando em uma empresa de cerâmicas entre 1972 e 1974, e chegou a se apresentar como cantora nas horas vagas. Buscando novas oportunidades, Karen saiu da casa dos pais e se mudou, com dois companheiros de quarto, para Byram Township, em abril de 1975.

Para melhorar sua imagem profissional e conseguir melhores oportunidades, iniciou uma dieta radical a fim de caber em um vestido que havia comprado, deixando sua saúde debilitada. Além das dificuldades financeiras do compartilhamento do dormitório, a jovem passou a se medicar com Valium — sedativo contra ansiedade, convulsões e relaxante muscular.

A combinação paralisante

Poucos dias após se instalar em sua nova residência, Karen foi convidada para uma festa de aniversário de um amigo em um bar local. Sem comer por dois dias, a jovem bebeu gin tônica e misturou o drink com Valium. Em poucas horas, a jovem começou a relatar fraqueza, sendo conduzida por amigos para sua casa.

15 minutos após ser deitada em sua cama, os amigos retornaram para verificar sua situação física; se depararam com Karen desacordada, sem respirar. Uma ambulância foi chamada e conseguiu reaver sua respiração, retomando a saturação na pele pálida. Sua consciência, no entanto, não foi recuperada, sendo conduzida ao hospital Newton Memorial, em estado de coma.

Karen Ann Quinlan sendo examinada por uma equipe de médicos / Créditos: Divulgação

Por nove dias, a jovem permaneceu imóvel, sem apresentar melhora. Inicialmente, deu entrada no pronto socorro pesando 52 quilos, até ser transferida para outra clínica. Os médicos concluíram que a combinação resultou em danos cerebrais irreversíveis, causado pela paralização de sua respiração por um período prolongado. Com isso, foi constatado que a jovem estaria em estado vegetativo persistente.

O processo da vida

Nos meses seguintes, seus ossos e músculos se deterioraram de maneira que a jovem chegou ao peso de 36 quilos. Seus olhos já se mexiam em direções distintas e a garota se alimentava apenas por uma sonda nasogástrica, além de contar com um aparelho permanente para respirar. Vendo essa situação, a família solicitou o desligamento dos equipamentos, de maneira que interrompesse a vida de Karen e evitasse maior sofrimento e desgaste.

O pedido, no entanto, foi negado, iniciando um processo que movimentou o Tribunal Superior de Nova Jersey, em 1975. A corte alegou que a remoção do equipamento configuraria homicídio, e os Quinlans recorreram à Suprema Corte de Nova Jersey. Explicaram que a desinstalação dos aparelhos seria aceita pelo divino: “Nós apenas pedimos para colocar ela de volta em um estado natural, para que ela possa morrer no tempo de Deus”.

Mesmo com o processo ainda em tramitação pela Suprema Corte, a família de Karen aguardava o resultado quando, em 11 de junho de 1985, a garota sofreu com uma pneumonia, falecendo por insuficiência respiratória. Por mais que a morte fosse a vontade dos pais, os mesmos tentaram de tudo para reanimá-la de maneira que o processo fosse concluído, sem sucesso. Karen morreu aos 31 anos, pesando 29 quilos.


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