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Matérias / Europa

La Belle Otero, a cortesã de Paris que seduzia a realeza da Belle Époque

Caroline Otero fez sucesso e dinheiro com performances de cabaré, e declarou ter encantado diversos nobres e chefes de Estado

André Nogueira Publicado em 14/09/2019, às 07h00

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Reprodução
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A Belle Époque europeia foi um momento de extravagância e luxúria, período marcado pela movimentação dos teatros, cabarés, prostíbulos e bares. Nesse sentido, muitas figuras do mundo da performance, que aglutinavam dança, teatro e sensualidade, se tornaram relevantes figuras históricas. Esse é o caso da famosa Mata Hari, assim como da Belle Otero.

Ela era mais conhecida por seu nome artístico Caroline Otero, mas seu nome de batismo era Agustina. Nascida em Valga, na Galícia espanhola, ela foi uma cantora e dançarina de cabaré. Foi uma das mais famosas de sua época.

Otero nasceu em uma família muito pobre e desestruturada, em que a principal fonte de renda e alimento – a mãe – era a prostituição. Neste ambiente conturbado, foi abusada sexualmente aos 11 anos por um sapateiro e expulsa de casa. Então, Caroline começou sua vida de cortesã, nos cabarés pela cidade de Barcelona.

Cartão que promovia Belle Otero / Crédito: Domínio Público

Em 1888, ela encontrou um produtor que a levou para Marseille, onde ela adotou o apelido La Belle Otero. De lá, foi para Paris, trabalhando em cabarés relevantes que a proporcionou uma turnê excepcional pelos EUA. Retornaria ao local somente em 1892.

Em pouco tempo, a astuta e linda Otero tornou-se a principal atração nos shows da Folie Bèrgere, principalmente com o figurino que mostrava seu busto voluptuoso parcialmente coberto com pedras preciosas coladas e colares de pérolas que destacavam seus seios. Assim, assumia a personagem da "bela estrangeira sedutora."

A artista / Crédito: Domínio Público

Em 1898, sua vida foi radicalmente transformada: o cineasta Félix Mesguich a acompanhou em São Petersburgo e fez um filme da cortesã dançando com um oficial russo. As consequências da filmagem foram duas: a celebração de Otero como estrela do cinema e a expulsão do operador da Rússia.

Porém, não foi apenas aquele anônimo oficial que se entranhou de corpo a corpo com Otero. Seu diário pessoal relata que, além de gerar conturbações entre diversos homens – a ponto de muitos cometerem suicídio -, ela teria seduzido e se relacionado com diversas figuras públicas europeias, como o Grão-Duque Nicolau da Rússia, Leopoldo II da Bélgica e Eduardo VII do Reino Unido.

Maria Félix, que atuou como Otero em cinebiografia, com a Caroline real, já idosa / Crédito: Reprodução

Acumulando muito dinheiro, Belle Otero se aposentou após o fim da Primeira Guerra Mundial, se retirando para uma grande e cara mansão na França. Durante seus anos finais, gastou toda sua fortuna, principalmente em cassinos de Monte Carlo. Morreu com pouquíssimo dinheiro, por ataque cardíaco num hotel em Nise, no ano de 1965.