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Matérias / Personagem

La mano de Dios, o dopping e o último suspiro: A vida de Diego Maradona

Um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, Maradona nos deixou ontem, 25, aos 60 anos. Sua carreira foi marcada por sucessos, vícios e momentos polêmicos. Relembre alguns deles!

Fabio Previdelli Publicado em 26/11/2020, às 10h57

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Maradona segurando a taça da Copa do Mundo - Getty Images
Maradona segurando a taça da Copa do Mundo - Getty Images

Futebol, passionalidade, idolatria, religião, delírio, glórias, intensidade, vícios, recaídas, irracionalidade, um Deus. Palavras não faltam para descrever a vida de Don Diego Armando Maradona, ídolo do futebol e um dos maiores jogadores de toda a história que faleceu ontem, 25, aos 60 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória em casa, onde se recuperava de uma cirurgia no cérebro. 

A triste notícia pegou todos de surpresa, afinal, há pouco mais de um mês, o ídolo da pelota comemorava mais um aniversário. A idolatria por Dieguito é tão grande que torcedores argentinos e napolitanos celebram a data lhe desejando “Feliz Natal”, já que para muitos ele é tratado como Deus.  

Maradona descendo aos vestiários depois de partida pela seleção / Crédito: Getty Images

Porém, pouco depois das festas, Maradona foi internado às pressas. Precisava retirar um coágulo do cérebro. Após uma delicada cirurgia, o ex-jogador recebera alta após 8 dias. O médico responsável pela operação, Leopoldo Luque, disse que a cirurgia era considerada simples, mas que havia preocupações pela condição de saúde do ídolo. 

Maradona se preparava para voltar a comandar o Gimnasia y Esgrima La Plata na volta do Campeonato Argentino. Mas a tragédia aconteceu. Apesar da parada cardiorrespiratória, o mundo jamais deixará respirar o legado de Diego. O ídolo se foi, mas sua memória ficará acesa para sempre.  

Relembre a vida e a carreira de Diego Maradona 

A relação entre Diego e futebol começou assim como acontece na vida de muitas pessoas. Pobre, cresceu em Villa Fiorito, na periferia de Buenos Aires. Um dos oitos filhos de Diego e Dalma Franco, viu sua paixão pelo esporte florescer ainda quando disputava suas primeiras peladas na rua. “Eu cresci em um bairro privado. Privado de luz, de água, de telefone…”, dizia sobre sua juventude.  

Maradona defendeu seu primeiro clube aos 9 anos, o infantil Los Cebollitas. Em 1976, aos 15, é contratado pelo Argentinos Juniors, importante e tradicional clube da primeira divisão argentina. Por lá, disputou 166 partidas e marcou 140 gols.  

Na época do Juniors, também chamou a atenção da seleção Argentina, sendo convocado pela primeira vez no ano que o país sediaria a Copa do Mundo. Em 1978, chegou a defender a Albiceleste em um amistoso contra a Hungria.  

Maradona em partida pelo Argentinos Juniors / Crédito: Getty Images

Entretanto, o técnico daquela seleção à época, César Menotti, o deixou de fora daquele mundial. O torneio marcaria a primeira vez que os argentinos comemorariam o título de uma Copa do Mundo. Mas, apesar do logro, Menotti se arrepende até hoje de não ter convocado “El pibe de oro” (ou o garoto de ouro, em tradução livre), como Dieguito era chamado na época.  No ano seguinte, ele seria o campeão da seleção sub-20 que conquistaria o mundial no Japão. 

As atuações de Maradona logo chamariam a atenção do poderosíssimo Boca Juniors. O artilheiro das últimas três temporadas do campeonato argentino desfilaria, a partir de 1981, toda sua genialidade, dribles, gols inesquecíveis e roubadas de bola no estádio da La Bombonera.  

Campeão argentino daquele ano, Diego já era ídolo do Boca, apesar da sua curta passagem, que termina em 1982, quando, em seu auge, é vendido para o Barcelona e uma transferência considerada milionária para a época: 8 milhões de dólares.  

Na Espanha, porém, o argentino vai muito aquém do que se espera. Sua passagem é marcada por lesões, envolvimento em brigas no clube, uma vida de festas em boates e até mesmo a contração de hepatite. Foi nessa época, inclusive, que Maradona conhece seu pior adversário tanto dentro quanto fora de campo: o vício em drogas.  

A idolatria em Nápoles

Dois anos depois de ser comprado. O ídolo deixa Barcelona e se muda para a Itália, mais precisamente para o Napoli. Aos 24 anos, é recepcionado por uma multidão de 70 mil fanáticos que mal sabiam, mas estavam diante do maior jogador da história do clube.  

Ruud Gullit e Maradona em partida entre o Milan e o Napoli / Crédito: Getty Images

Aquele seria um dos maiores desafios de sua carreira, afinal, apesar dos apaixonados pelo clube, o Napoli jamais havia conquistado um título nacional. Mas Maradona era diferente e trouxe logo dois campeonatos da Série A, a elite da Itália. Além disso, ele também conquistou uma Supercopa italiana e uma Copa UEFA.  

As conquistas, no entanto, foram muito mais importantes fora das quatro linhas. Situada no sul da Itália, Nápoles era uma cidade que se sentia descriminada, uma região menos privilegiada. Mas Dieguito apontou os holofotes para lá, recuperando o orgulho e trazendo autoestima para os locais.  

A Copa do Mundo, La mano de Dios e o Dopping 

Paralelamente a isso, em 1986, Maradona disputa mais uma Copa do Mundo, desta vez a realizada no México. O argentino, como dizemos na gíria do futebol, voava em campo. Uma verdadeira máquina de jogar futebol.  

A partida mais inesquecível daquele mundial, sem sombra de dúvidas, foi o duelo de quartas-de-final entre Argentina e Inglaterra, por dois motivos: o primeiro deles é “La mano de Dios”: aos seis minutos do segundo tempo, no Estádio Azteca, o zagueiro inglês Steve Hodge dá um chutão para cima e a bola vai em direção a sua própria área defensiva. Lá, Maradona disputa a bola com o goleiro e acaba marcado um gol com o punho cerrado. O juiz da partida validou o tento. 

“Lo marqué un poco con la cabeza y un poco con la mano de Dios” (“Eu marquei um pouco com a cabeça e um pouco com a mão de Deus”, disse o jogador após a partida. 

O segundo momento do jogo é a jogada protagonizada por ele que mais tarde viria ser chamado de “o gol do século”. Partindo do círculo central, el pibe de oro dribla cinco marcadores adversários, passa pelo goleiro e balança as redes adversárias. A argentina venceu o jogo por 2x1. No final do torneio, os albicelestes vencem a Alemanha Ocidental por 3x2 e se sagram bicampeões.  

A brilhante passagem de Maradona pela Itália termina em 1991, quando o jogador é pego em um exame antidoping e é suspenso por 15 meses pelo uso de cocaína. A partir daí, sua vida futebolística entra em declínio. Ele ainda jogaria pelo Sevilla (Espanha), antes de retornar à Argentina pelo Newell’s Old Boys.  

A volta ao Boca e o fim de carreira

Em 1995, volta ao Boca Juniors, onde se aposenta dos gramados em 1997. Antes disso, Dieguito ainda voltaria a brilhar na Copa de 1990, ajudando a eliminar o Brasil nas oitavas de final. Jogo este conhecido pela jogada que deixou Caniggia na cara do gol para marcar o único tento da partida, e também por dar “água batizada” para jogadores brasileiros. Ato que confessou anos depois. Na final, os alemães se vingam da copa passada e ganham o trimundial por 1x0. 

Já em 1994, a Argentina já não tem mais o mesmo brilho. Ainda mais depois que Maradona é suspenso do torneio por cair no antidoping, dessa vez pelo uso da substância ephedrina. Com isso, a FIFA o proibiu de jogar por um ano. 

Maradona durante partida pela Argentina / Crédito: Getty images

Em 2000, ele sofreu uma recaída e foi internado em uma clínica de reabilitação em Cuba, onde acabou morando por vários anos. Seu jogo de despedida só ocorreu em novembro de 2001, em uma La Bombonera abarrotada de estrelas e de fiéis servos de Don Diego Armando Maradona


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