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Matérias / Coronavírus

Landon Spradlin, o pastor que chamou a pandemia de ‘histeria’ não sobreviveu ao vírus, em 2020

Antes de morrer, o religioso norte-americano fez uma postagem em que duvidava da gravidade da doença

Larissa Lopes, com supervisão de Alana Sousa Publicado em 01/02/2021, às 20h00 - Atualizado às 22h00

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Landon Spradlin, a esposa e as quatro filhas - Divulgação/Arquivo pessoal
Landon Spradlin, a esposa e as quatro filhas - Divulgação/Arquivo pessoal

O pastor norte-americano Landon Spradlin morreu aos 66 anos, em abril de 2020, vítima da covid-19. Ele se descuidou quando, um mês antes, viajou da Virgínia, Estados Unidos — onde morava com a família —, para Nova Orleans. 

O objetivo dele era pregar e tocar com sua banda no Mardi Gras, ou ‘terça-feira gorda’, o evento de carnaval dos americanos. Conforme noticiado pela BBC, Landon foi ao festival motivado a "salvar as almas de algumas das centenas de milhares de pessoas" que estavam nas ruas, por meio da música.

Quando morreu, o pastor deixou a esposa, quatro filhas e um filho. Duas delas o acompanharam no Mardi Gras, onde a banda tocou numa praça movimentada. Em março, já havia completado um mês desde o primeiro caso de coronavírus nos EUA e, mesmo assim, o festival aconteceu.

Por manter a celebração, as autoridades de Nova Orleans acusaram o governo americano de negligenciar segurança e de faltar com esforços para evitar as contaminações.

Depois do evento, Landon ficou entre os casos de coronavírus suspeitos no estado da Louisiana, mas os exames do pastor deram negativo para a Covid-19. Foi em 13 de março que ele fez uma postagem em suas redes sociais chamando o vírus de "histeria".

O pastor Spradlin (no meio, de boné) e a banda tocando no mardi gras / Crédito: Divulgação/Arquivo pessoal

Ainda na postagem, dados das mortes por Covid-19 foram comparados com os da gripe suína, e eram números falsos. Landon chegou a sugerir que as notícias sobre o coronavírus faziam parte de um ‘complô’ para prejudicar o ex-presidente Donald Trump.

E, ainda, que Trump teve um tratamento "desigual" na imprensa em comparação a Barack Obama. Mais cedo no mesmo dia, Trumpteria dito quase as mesmas palavras em uma coletiva de imprensa.

O filho do pastor, Landon Isaac, de 32 anos, defendeu o pai. "Quero destacar que papai não achava que era uma farsa, ele sabia que era um vírus real", e completou, “Mas ele publicou aquela postagem porque estava frustrado com a mídia propagando o medo como principal forma de comunicação”.

Quando fez a postagem, Landon Spradlin já tinha sintomas do coronavírus. Todavia, foi em meados de março que sua saúde piorou. Ele e a esposa estavam em Nova Orleans e decidiram voltar para casa, mesmo com a saúde desestabilizada. 

"Falei com meu pai cinco minutos antes de ele desmaiar, na Carolina do Norte", relembrou o filho. "Eu apenas disse: você precisa chegar em casa. Mas ele não conseguiu”. 

Então, Spradlin foi para um hospital da Carolina do Norte, e lá os médicos descobriram uma forte pneumonia com comprometimento dos pulmões; o resultado para a Covid-19 deu positivo.

O pastor passou oito dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e acabou morrendo em abril do ano passado. "Nunca pensamos que nosso pai fosse morrer por causa disso. Mas ele não era o tipo de pessoa a viver apenas de medo, deixando que sua alegria de vida fosse roubada", disse Jesse Spradlin, uma das filhas.

Funeral restrito de Landon Spradlin. Foto: Divulgação/Arquivo pessoal/BBC

A vida de Landon Spradlin

Landon era guitarrista desde os quatro anos de idade. Em 2016, ele entrou para o Hall da Fama do Blues do estado da Virgínia. Segundo a família, foi a religião que o salvou do alcoolismo e do vício em drogas, desenvolvidos quando tinha 20 anos.

A filha Jess, 28, contou qual era a missão do pai em vida: "Ir a pubs, clubes noturnos e bares para tocar blues e se conectar com os músicos, falando do amor de Jesus". "Ele amava rir e tocar guitarra, era o melhor homem do mundo", lembrou. 

Depois da morte de Landon, a família só conseguiu realizar um enterro com poucas pessoas, em função da pandemia. Eles esperam fazer um velório ‘de verdade’, em memória, assim que a situação da pandemia melhore no país.


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