Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Estados Unidos

Durante a Lei Seca, contrabandistas criaram técnicas para driblar as autoridades

De bares secretos a sapatos com patas de vaca: durante a "Era de Ouro da Máfia" tudo foi inventado para fugir dos policiais. Confira as fotos

Thiago Lincolins Publicado em 07/06/2019, às 08h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Wikimedia Commons
Wikimedia Commons

Em 16 de janeiro de 1920, a Constituição americana ganhou a sua 18ª emenda, proibindo a fabricação, o comércio, o transporte, a importação e a exportação de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, adotada com o objetivo de salvar o país de problemas que iam da pobreza à violência.

Válida por 13 anos, a emenda nos Estados Unidos se tornou um dos maiores fracassos legislativos de todos os tempos. Em vez de acabar com os problemas sociais atribuídos à bebida, a Lei Seca fez o contrário. A medida desmoralizou as autoridades e foi um estímulo à corrupção. Cidades como Chicago e Nova York viram a criminalidade explodir, enquanto a máfia enriquecia com o contrabando de álcool.

E para evitar que os policiais descobrissem o comércio ilegal de bebidas, os contrabandistas inventaram truques que, muitas vezes, passaram despercebidos pelas autoridades. Confira alguns dos mais insólitos - e criativos.

Sob a Lei Seca, os bebedores se encontravam nos speakeasies. Eram bares clandestinos, muitas vezes subterrâneos, nos quais era preciso falar baixo (speak easy, em inglês) para não chamar atenção. O clima da época foi descrito em diversos livros. O mais célebre é O Grande Gatsby, de 1925, obra-prima do americano F. Scott Fitzgerald. O personagem-título é um contrabandista de bebidas que promove festas regadas a coquetéis. 

Para cobrir os rastros pelas ruas, os moonshiners - pessoas que fabricavam suas próprias bebidas - adotaram uma técnica insólita. Blocos de madeira, esculpidos em forma de patas de vaca, foram amarrados na sola dos sapatos. Como consequência, a polícia não conseguiria encontrar os locais ocultos.

Não bastava apenas esconder os rastros. Alguns comerciantes de bebida, e os consumidores, também precisavam se certificar de que não seriam flagrados com a bebida. Um método popular da época se baseava em esconder as garrafas em livros com fundo falso.

Para fugir das autoridades, as mulheres também encontraram uma solução criativa. Um cantil - garrafa de bolso - era colocado na meia-calça feminina. Na imagem acima, a dançarina Mlle. Rhea promove o uso do acessório durante a época da proibição.

Na época da proibição, as bengalas foram utilizadas com um segundo propósito. Para garantir o consumo de bebida nos eventos, os donos colocaram tubos de vidros que poderiam ser preenchidos com uísque - ou qualquer outra bebida que envolvesse álcool em sua composição.

Enquanto os moonshiners ganhavam dinheiro nas ruas com uísque de origem duvidosa, os bares clandestinos encontraram uma solução para abastecer o estoque e agradar os seus clientes.

Um comércio de contrabando de álcool foi rapidamente estabelecido pelos mares. Os rum runners, como eram conhecidos os contrabistas de rum, forneciam bebida de qualidade, que vinha do Caribe. Portos como o de Nassau, nas Bahamas, serviam de passagem para o uísque vindo da Escócia e do Champanhe que chegava da França. Muitos barcos e contêineres foram adaptados para esconder uma grande quantidade de bebida.