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Matérias / Coronavírus

A triste saga de Li Wenliang, o médico que tentou alertar sobre a Covid-19

Na retrospectiva 2020, relembre a história do oftalmologista chinês que identificou o coronavírus em seus primeiros infectados, todavia, foi silenciado

Ingredi Brunato Publicado em 16/12/2020, às 10h18 - Atualizado às 14h55

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Fotografia de Li Wenliang - Divulgação
Fotografia de Li Wenliang - Divulgação

Em 1º de dezembro de 2019, o primeiro paciente apresentava sintomas do novo coronavírus em Wuhan, epicentro da doença na China, apontou um estudo publicado na revista científica The Lancet em fevereiro deste ano.  

De lá pra cá, a doença já infectou mais de 63 milhões de pessoas ao redor do mundo, totalizando mais de 1 milhão de mortes. Contudo, muitos são os heróis que lutaram para conter os avanços do vírus ao redor do mundo. Uma dessas histórias se passou antes mesmo da pandemia rodar o globo. 

Li Wenliang era um oftalmologista chinês que trabalhava no Hospital Central de Wuhan, hoje uma cidade cujo nome é hoje conhecido por todos. Ainda que não fosse especialista em virologia, o médico foi capaz de fazer uma conexão importante em dezembro de 2019, muito antes que o mundo descobrisse o mesmo que ele. 

O que o profissional de saúde percebeu é que sete casos de infecção viral, identificados no hospital, tinham grandes semelhanças com o quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave, causado pelo vírus Sars-Cov

Cerca de uma década antes, a China havia sofrido um surto desse coronavírus, que provocou por volta de 700 mortes. Assim, qualquer sinal de sua volta deveria ser encarado com seriedade. 

Conforme divulgado pelo G1, foi com isso em mente que Wenliang mandou mensagem em um grupo que possuía com outros colegas da área, recomendando cuidado no atendimento de pessoas com infecções virais. 

Fotografia de Li Wenliang / Crédito: Divulgação 

Uma das grandes reviravoltas da trajetória do oftalmologista consiste no fato que o governo chinês ficou sabendo dessas mensagens, todavia, teve a reação errada, fazendo com que o alerta do coronavírus só fosse dado em 20 de fevereiro de 2020 - quando, em uma ironia dramática, Li já tinha sido infectado pelo vírus que identificou. 

A reação do governo chinês 

Quatro dias após falar com outros profissionais de saúde sobre a possível volta do Sars, o médico chinês, que depois seria convertido em herói nacional, foi visitado de forma inesperada por um órgão governamental, o Escritório de Segurança Pública. 

O motivo da visita era garantir que Wenliang parasse de “espalhar rumores” na internet. Para tanto, ele precisou assinar um documento em que se comprometia a interromper sua “atividade ilegal”, sob a ameaça de que, caso não parasse, seria “levado à Justiça”.  Outros 8 cidadãos chineses teriam sido alvo da mesma ação que ele nessa época. 

Imagem que representa novo coronavírus / Crédito: Divulgação 

Com a falta de medidas, a covid-19 - que nesse período ainda não tinha esse nome - se espalhou livremente através dos hospitais chineses.

Foi também nessa época, infelizmente, que o próprio Li foi contaminado pelo novo coronavírus, após atender uma paciente infectada. Ele começou a apresentar os sintomas em 10 de janeiro. 

Epidemia reconhecida 

Não muito depois, o médico postou sua história no Weibo, uma rede social chinesa que serve para substituir o Twitter, que é proibido pelo governo do país. Compartilhou inclusive a foto do documento que silenciou seu alerta sobre a circulação do vírus, ganhando grande repercussão. 

O resultado foi um pedido de desculpas oficial - sinal também de que as autoridades estavam começando a perceber a gravidade da situação. Em 20 de janeiro, a China declararia estado de emergência. Era, todavia, muito tarde para alguns, incluindo Wenliang, que acabou vindo a óbito no dia 6 de fevereiro. 

Fotografia de Li Wenliang no hospital / Crédito: Divulgação 

Em 20 de janeiro já haviam casos registrados no Japão, Tailândia, Coreia do Sul e outros, mostrando que o pior já havia se concretizado, e o novo coronavírus tinha ultrapassado as fronteiras do primeiro país infectado. Era o início da pandemia.


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