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Matérias / Personagem

Longe do caos do Império e focada na caridade: os curiosos dias finais da Marquesa de Santos

Após o rompimento com Dom Pedro I, Domitila teve um destino diferente do que imaginava

André Nogueira Publicado em 09/05/2020, às 08h58

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Domitila aos 68 anos - Wikimedia Commons
Domitila aos 68 anos - Wikimedia Commons

Por sete anos, Domitila de Castro Canto e Melo foi amante do Imperador brasileiro Dom Pedro I, resultando no notório título "Marquesa de Santos". No entanto, o romance que deu origem a diversos filhos bastardos e uma grave tristeza à imperatriz Maria Leopoldina, chegou ao fim em 1829, por pressões da corte e das camadas dirigentes, que não aceitavam o relacionamento.

Diante de graves acusações, como que a imperatriz teria sido envenenada por um médico a mando de Domitila, Pedro optou por deixar a Marquesa.

Dado o término, Domitila retornou à cidade de São Paulo, local de seu nascimento, visando se dedicar à vida pessoal. Endinheirada e com título nobiliárquico, o fim de sua vida foi diferente do que imaginava antes de conhecer o imperador.

Em 1833, a irreverente mulher, contrariando os padrões da época, voltou a se relacionar amorosamente, dessa vez com o brigadeiro Rafael Tobias Aguiar.

Com o militar, Domitila teve seis filhos e ele fora presidente da província por dois mandatos. Junto à filha que teve com o imperador, Maria Isabel, eles adquiriram, em 1834, um famoso casarão. Lá, ela promovia relevantes reuniões e festas.

Como consequência, sua moradia se tornou um núcleo da alta sociedade paulista, com saraus, bailes de máscara e rodas literárias. Para se ter ideia, o famoso Solar da Marquesa de Santos é, atualmente, um dos pontos turísticos mais famosos de São Paulo.

Marquesa de Santos, em idade avançada / Crédito: Wikimedia Commons

No local, a Marquesa passou a velhice. Religiosa e focando na caridade, passou a cuidar de desamparados e promoveu filas de alimentação, além de auxiliar estudantes do Largo de São Francisco, núcleo de estudo de Direito. Ao mesmo tempo, se dedicou a um relacionamento, que resultou num casamento em 1842.

O casamento ocorreu, pois, dias depois, Tobias Aguiar sairia para participar do núcleo que liderou a Revolta Liberal, um movimento de emancipação do império, visando a derrubada do Partido Conservador e a autonomia das províncias. O brigadeiro rumou, então, para o Rio de Janeiro.

Apoio de Dom Pedro II

No entanto, a Marquesa de Santos voltaria a ter relações com o passado: seu marido fora preso na Fortaleza de Lage, capital do Império, durante uma revolta. Sem rumo e abalada, ela foi até o Rio de Janeiro, encontrar o jovem imperador Dom Pedro II, ainda um adolescente na época. Comovente, ela sensibilizou o garoto, que concedeu a permissão de cuidar do marido na prisão.

No ano seguinte, Aguiar foi anistiado e o casal retornou a São Paulo, onde a Marquesa passaria seus últimos anos entre festas de elite e ações de caridade. A nobre morreu em 1867, após uma grave infecção generalizada que desencadeou uma enterocolite, a inflamação mortal do trato digestivo.

Solar da Marquesa, atualmente Museu da Cidade de São Paulo / Crédito: Wikimedia Commons

Velada no centro da cidade, ela foi enterrada no Cemitério da Consolação, local para o qual fizera uma importante doação diante da construção de uma Capela. Lá, até hoje, ela é homenageada e considerada uma santa popular. Seu túmulo já fora reformado por auxílio do sanfoneiro Mario Zan, que era devoto de sua figura.


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