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Matérias / Personagem

Luís Augusto de Bourbon, o filho bastardo — e legítimo — do Rei Sol

Fruto de um relacionamento com sua amante favorita, Augusto foi o filho preferido durante a longa vida de Luís XIV, embora não tivesse direito ao trono

Caio Tortamano Publicado em 25/06/2020, às 18h00

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O filho bastardo do Rei Sol, Luís Augusto de Bourbon - Wikimedia Commons
O filho bastardo do Rei Sol, Luís Augusto de Bourbon - Wikimedia Commons

A vida sexual do Rei Luís XIV, conhecido como Rei Sol, era bem agitada e repleta de amantes. Por mais que tenha tido apenas uma criança que chegou a fase adulta com sua esposa, foi com as mulheres fora do casamento que ele deixou grande parte de seus herdeiros. Entre eles, Luís Augusto de Bourbon, Duque de Maine, o filho favorito do monarca.

Nascido em 31 de março de 1670, Luís recebeu esse nome por conta de seu pai e, Augusto era referência ao imperador romano homônimo. Sua mãe era a amante oficial do rei, a Madame de Montespan, que imediatamente após o nascimento do filho o acolheu nos seus aposentos.

Madame de Monstepan / Crédito: Wikimedia Commons

Todas as crianças do rei — Luís tinha outras duas irmãs e um irmão — moravam fora do Palácio de Versalhes, o que na verdade era um alívio levando em conta as condições de saúde do local. Porém, esse distanciamento da vida real afastou Augusto do convívio com sua mãe, que vivia na sede oficial do reino francês.

A figura materna do filho ilegítimo do rei foi, então, a Madame Scarron que viria a se casar com Luís XIV depois da morte de sua primeira esposa, Maria Teresa. Foi Scarron, inclusive, que percebeu que uma das pernas do menino era menor que a outra, marca essa que ficou característica durante a vida do membro da realeza.

Realeza

Quando tinha apenas três anos, o menino recebeu uma grata surpresa ao ser reconhecido por seu pai, o rei, como membro legítimo da família real por meio de uma carta enviada ao Parlamento de Paris. Assim, foi concedido ao garoto o título de Duque de Maine.

No ano seguinte, agora um membro oficial da realeza, começou a ser introduzido aos rituais e estilo de vida em Versalhes, sendo no mesmo ano condecorado coronel-general da Guarda Suíça. 

Sua vida na corte, entretanto, não foi completamente tranquila mesmo sendo filho do rei. A cunhada de Luís XIV, a duquesa de Orleans, escreveu durante suas anotações acerca da vida em Versalhes que Augusto não era, de fato, filho do Rei Sol. Enquanto isso, a criança era mimada por seu pai, com presentes e títulos, recebendo tutoria dos melhores profissionais do reino.

O treino militar do garoto, por exemplo, foi encarregado pelo Marechal de Luxemburgo, um dos mais famosos estrategistas militares do século 17. Mas nem mesmo isso fez com que Luís se tornasse um grande militar: não passou de ser um mero soldado, tendo que se contentar com o excelente cargo de Grão Mestre da França.

O título concedia ao filho do rei vaga em um dos maiores setores da Coroa Francesa. A paixão de Luís por Augusto era tão grande que o monarca chegou a chantagear sua prima, Ana Maria Luísa de Orleans, ordenando que ela concedesse algumas de suas terras para seu filho. Em troca, o rei soltaria o amante da mulher, o Duque de Lauzun, e assim Augusto recebeu outros três títulos: conde D’Eum, príncipe soberano de Dombes e duque de Aumale.

Casamento

O filho mais querido de um dos maiores soberanos da história das monarquias não poderia casar com qualquer uma. Por isso, a escolhida pelo próprio Augusto — que pôde optar entre as filhas não comprometidas de Luís II de Bourbon — foi Louisa Benedita, Madame de Charolais.

Louisa Benedita, Madame de Charolais / Crédito: Wikimedia Commons

A cerimônia se deu em 1692 no Palácio de Versalhes, sem a presença da mãe do noivo que estava envolvida em um escândalo envolvendo envenenamentos na corte francesa. A união entre os dois se provou um fracasso, com a esposa extremamente infeliz. Apesar disso tiveram três filhos juntos.

Conspiração

Após a morte de Luís XIV, em 1715, o trono era prometido ao bisneto do monarca falecido, Luís, Duque de Anjou. Porém, por ser muito novo, de acordo com o testamento do rei quem deveria tomar frente do reino francês era Filipe II, Duque de Orleans e o próprio Luís Augusto. Contudo, no dia seguinte da morte do Rei Sol, Filipe foi até o parlamento e anulou a decisão do pai de Augusto.

Influenciado pela sua esposa, o desposado filho bastardo entrou em uma conspiração chamada Cellamare, na qual deveriam passar a regência para o rei Filipe V da Espanha, tio do Duque de Anjou.

A tramoia não deu certo, e o duque de Maine acabou sendo preso. Depois que tanto Augusto como sua mulher foram soltos, em 1720, os dois passaram a viver uma vida mais reclusa em uma residência adquirida por Luís XIV para seu filho. Nessa residência, o bastardo viria a viver até sua morte, em 1736 aos 66 anos.


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