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Matérias / Ciência

Lúpus: Uma doença que traz dores tanto físicas, quanto na alma

Com exclusividade à AH, o dermatologista Dr. Rafael Soares explica o motivo da comum patologia ser motivo de tanto preconceito

Redação Publicado em 10/03/2021, às 20h00

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Gravura de mulher com lúpus - Wikimedia Commons
Gravura de mulher com lúpus - Wikimedia Commons

Quando se fala em lúpus, a primeira imagem que pode vir à cabeça são as marcas no rosto. Parecidas com asas de borboletas, são autoimunes e requerem um tratamento bem específico. Além disso, é uma doença que grande parte da sociedade não conhece, por isso enfrenta com muitos preconceitos seus portadores.

Além das dores provocadas nas articulações do corpo (outro sintoma típico) e destas manchas doloridas na face, os portadores de Lúpus sofrem com o preconceito das pessoas que não conhecem os efeitos e temem ser uma enfermidade até contagiosa.

Com exclusividade ao site Aventuras na História, o dermatologista Dr. Rafael Soares tenta desmistificar alguns dos preconceitos acerca da enfermidade, e ainda detalha os efeitos da doença no corpo das pessoas que ela atinge.

Representação das manchas deixadas pelo Lúpus / Crédito: Divulgação

Origens de uma patologia

“Primeiramente, é fundamental entender a origem desta doença”, narra o especialista. “Seu nome surgiu devido ao aspecto apresentado por estas lesões faciais”, já que a palavra “lupus” significa “lobo” e, de certa forma, as feridas deixadas pela doença “se parecem com cicatrizes de mordidas de lobos”.

Segundo a literatura médica, os primeiros casos identificados desta doença surgiram no século 19. Além disso, a enfermidade é autoimune, ou seja, ela surge quando o sistema imunitário da pessoa entra em conflito com os tecidos saudáveis em diversas partes do organismo, segundo explica o Dr. Rafael.

“Diante disso, é importante lembrar que a intensidade desses sintomas é diferente, cada pessoa tem sua carga de dor”, salienta. “Alguns podem ter um processo de rápida recuperação, enquanto outros podem ter graves lesões por conta disso.”

Aquarela das manchas deixadas pelo Lúpus / Crédito: Wikimedia Commons

Preconceito e desinformação

Se, por um lado, a sociedade não conhece a doença, por outro, é preciso entender que ela não é tão incomum quanto parece. Dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia indicam que, atualmente, uma a cada 1.700 mulheres no Brasil sofrem com Lúpus.

O Dr. Rafael complementa estes números e ainda destaca que "pode ocorrer em indivíduos de qualquer faixa etária, independe de raça ou sexo". De acordo com o dermatologista, também "é comum observar os sintomas em pessoas entre 20 e 45 anos, sendo um pouco mais comum em pessoas mestiças e nos afro-descendentes".

Hoje em dia, os especialistas estimam que existam, no Brasil, "aproximadamente 65 mil pessoas com Lúpus". Tais informaçãos, se colocadas em perspectiva, mostram a dimensão de que ela é a doença é "relativamente comum”, conforme afirma Rafael.

Representação das manchas deixadas no rosto pela doença / Crédito: Divulgação

Na vida real

Quanto aos sintomas, Dr. Rafael destaca que os mais comuns são “dores fortes nas articulações, acompanhadas de um inchaço nestes locais, e junta-se a isso a febre, dor torácica, aumento de volume dos gânglios linfáticos, perda de cabelo, úlceras na boca, fadiga e a famosa erupção na pele de cor avermelhada, que é essa encontrada na face”.

Mas, segundo o médico, os sintomas não são constantes. “Há períodos de exacerbação dos sintomas e períodos de remissão com poucos sintomas. Mas um problema é quando essa enfermidade ataca, além da pele, as articulações e os rins”.

É importante lembrar, no entanto, que, além de milhares de brasileiros, essa doença faz parte do dia a dia de algumas celebridades. Exemplo disso são a cantora Lady Gaga, a atriz Selena Gomez, a socialite Kim Kardashian e a apresentadora Astrid Fontenelle.

Por fim, o especialista pontua que ainda se vê um preconceito contra a doença muito enraizado na sociedade. “Isso existe pelo fato de haver uma forma de tuberculose com nome em comum: lúpus vulgar (forma cutânea e pouco contagiosa)", explica Rafael.

"Não é segredo para ninguém que ainda existe um preconceito histórico da tuberculose, e creio que, pela semelhança de nomes, muitas pessoas ainda possam se comportar de forma tão inadequada”, completa o dermatologista.


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