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Matérias / Personagem

Mad Piper: o insano soldado que tocou gaita de foles enquanto outros combatentes morriam no Dia D

Em 1944, o jovem de 22 anos foi levado até a linha de frente dos Aliados para abafar o som dos tiros e aumentar a moral de seus companheiros

Pamela Malva Publicado em 16/02/2020, às 08h00

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Bill tocando para seus companheiros em um momento de descanso - Wikimedia Commons
Bill tocando para seus companheiros em um momento de descanso - Wikimedia Commons

No dia 6 de junho de 1944, a França estava ocupada pelos exércitos alemães e os Aliados planejavam uma grande invasão. Conhecido como Dia D, o conflito mudou o curso da Segunda Guerra Mundial, sendo a maior operação naval, aérea e terrestre da história.

Durante o episódio, os soldados Aliados desembarcaram em cinco praias da Normandia, carregados de armas e suprimentos. Atrás de uma das tropas, com água até a cintura, Bill Millin, aos 22 anos, carregava sua gaita de foles, usando apenas um kilt, completamente desarmado.

Conhecido como Mad Piper ("Flautista louco", em português), o soldado canadense foi enviado ao Dia D com a missão de aumentar a moral dos Aliados e abafar o som dos tiros. Pouco tempo antes, o Departamento de Guerra da Inglaterra havia banido gaiteiros de suas linhas de frente, alegando que os instrumentistas atraiam o fogo do inimigo.

Desembarque em uma das praias da Normandia / Crédito: Wikimedia Commons

Lord Lovat, entretanto, o comandante de Bill, achou que as músicas escocesas poderiam animar os Aliados. Assim, ele deslocou Millin para a linha de frente sem pensar duas vezes. Cerca de 4,4 mil soldados Aliados morreram naquele dia, junto de 4 a 9 mil soldados alemães e milhares de civis franceses.

O gaitista, todavia, não levou um tiro sequer. Em entrevistas dadas após o fim da guerra, ele revelou o motivo. Em suas palavras, os próprios soldados alemães lhe disseram que ele foi poupado porque pensavam que ele era louco. Daí o nome Mad Piper.

Ao The Independent, Millin falou sobre o conflito e lembrou de cenas terríveis. Com sua gaita de foles em mãos, o soldado viu muitos de seus colegas mortos, flutuando na praia. “Lord Lovat disse que eu deveria tocar e que ele se preocuparia com as consequências depois”, narrou.

Monumento em homenagem ao Mad Piper / Crédito: Wikimedia Commons

Em entrevista ao Times, Tom Duncan, um dos comandantes dos Aliados, contou que nunca se esqueceria do som da gaita de Bill. “Assim como o orgulho que sentimos, a música nos lembrou de nosso lar”, conta. “Lembrou-nos do motivo de estarmos lutando: por nossas vidas e por nossos entes queridos”.

Após o fim da Segunda Guerra, Bill continuou tocando gaita de foles com uma companhia de teatro itinerante, até encontrar outro emprego. Logo, ele tornou-se um enfermeiro psiquiátrico no Reino Unido. Anos mais tarde, o Mad Piper morreu em Devon, na Inglaterra, em 2010. Ele tinha 88 anos.


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