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Matérias / Idade Moderna

Martelo das Bruxas: o livro que impulsionou as perseguições durante e Inquisição

Conhecido como best-seller assassino, Malleus Maleficarum foi muito importante para as autoridades da época, ajudando a encontrar supostas hereges

Raphael Tsavkko Publicado em 12/02/2021, às 15h00

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El Aquelarre, quadro de Goya evocando o julgamento das Brujas de Zugarramurdi - Wikimedia Commons
El Aquelarre, quadro de Goya evocando o julgamento das Brujas de Zugarramurdi - Wikimedia Commons

A criação da prensa de Gutenberg é comumente vista como um instrumento de elucidação das massas. Uma visão idílica. Veja o caso do clérigo católico Heinrich Kramer. Em 1487, ele lançaria Malleus Maleficarum. Um livro que deveu seu sucesso ao revolucionário método de reproduzir livros e, por dois séculos, foi o segundo mais vendido da Europa após a própria Bíblia.

É um guia de caça às bruxas e heresias afins. Nele, Kramer endossa o extermínio, valendo-se de detalhadas análises legais e teológicas, louvando a prática da tortura para obter confissões. E, um ponto central, afirma que mulheres têm tendência natural a se tronarem bruxas.

O Malleus, diz Diarmaid MacCulloch no livro Reformation: Europe’s House Divided, foi escrito como uma forma de vingança e autojustificação por Kramer ter sido impedido de levar adiante um dos primeiros processos contra bruxas na região do Tirol. Kramer foi expulso da cidade de Innsbruck e, após apelar ao papaInocêncio VIII, este lhe atendeu com uma bula em 1484, a Summis Desiderantes Affectibus, que lhe garantia jurisdição para atuar na Alemanha.

Até a publicação do livro, a bruxaria era considerada um crime menor, punido com castigos físicos diversos. Uma esquisitice folclórica de velhinhas mal orientadas pelos padres. Após a publicação do Malleus, autoridades católicas e protestantes passaram a usá-lo no julgamento e condenação de suspeitas de bruxaria, tornando mais brutal a perseguição.

Capa do Malleus Maleficarum / Crédito: Wikimedia Commons

O livro não era usado por inquisidores, mas sim por tribunais seculares, em especial durante o Renascimento. Quem queimava os acusados de bruxaria era o Estado, não o clero (o governo da Espanha, Portugal, vários Estados alemães, etc.). Só nos Estados Papais, onde a Igreja também era autoridade secular, a Inquisição tinha poder para executar – como o célebre teólogo Giordano Bruno, que queimou em Roma em 1600.

Além de curandeiras, aquelas mulheres que não seguiam à risca normas sociais da época (como se portar de maneira recatada, obedecer aos pais e marido, etc.) eram alvos dos inquisidores, assim como as mentalmente insanas ou perturbadas. Ou, sem fazer nada, as que tivessem o azar de serem denunciadas por inveja, ciúme ou, como no caso prefeito, alguém forçado a dar um nome.


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