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Matérias / Personagem

Marcel Marceau, o mímico que salvou dezenas de crianças judias

O que durante sua juventude era uma tática de sobrevivência acabou se tornando sua arte

Ingredi Brunato, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 26/12/2021, às 09h00 - Atualizado em 11/10/2023, às 19h37

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Montagem mostrando Marcel durante uma apresentação em 2002, e Marcel durante evento em 2005 - Getty Images
Montagem mostrando Marcel durante uma apresentação em 2002, e Marcel durante evento em 2005 - Getty Images

Marcel Marceau é considerado o maior mímico de todos os tempos. Sua bem-sucedida carreira artística, porém, embora seja o que lhe conferiu fama internacional, não é o único legado que deixou para a História. 

Isso pois, durante o início de sua vida adulta, que ocorreu em meio ao violento contexto da Segunda Guerra Mundial, o francês ajudou a salvar a vida de cerca de 70 crianças judias das mãos dos nazistas, conduzindo-as em grupo até a fronteira com a Suíça. 

Nesse período, seu talento para a mímica era usado para entreter os pequenos, confortá-los, e, acima de tudo, mantê-los em silêncio, o que era fundamental para que as patrulhas alemãs não os capturassem. 

Origem

Vindo ele próprio de família judaica, Marcel também dependeu da gentileza de estranhos para sobreviver durante sua juventude.

Durante a invasão da França pelo exército nazista, que ocorreu em 1940, quando ele tinha apenas 17 anos, conforme relembrado por uma matéria de 2021 do All That Is Interesting, seu pai foi deportado para Auschwitz, de onde — infelizmente — nunca voltaria. 

O rapaz apenas sobreviveu graças ao auxílio de um primo mais velho, George Loinger, e de Joseph Stork, diretor da escola de segundo grau de Gay-Lussac. O homem ajudou a proteger uma série de estudantes judeus durante aquele período, consagrando-se como outro herói do conflito. 

Talvez tenha sido por ver esses bons exemplos que, após alcançar a maioridade,  Marceau se juntaria à Resistência Francesa e teria, ele mesmo, condutas heróicas. 

Uma curiosidade, aliás, é que seu sobrenome é falso, tendo o objetivo de esconder sua origem judia. Ele é inspirado em François Séverin Marceau, um famoso general francês que deixou sua marca na trajetória do país durante o século 18. 

Montagem mostrando Marcel interpretando seus personagens / Crédito: Divulgação/ Wikimedia Commons/ National Archives and Records Administration/ Erling Mandelman

Mímica como forma de sobrevivência 

Marcel sempre possuiu inclinações artísticas, com seu maior ídolo sendo Charlie Chaplin, ator que se destacou durante o cinema mudo por sua habilidade de criar humor usando-se justamente da mímica. 

As crianças adoravam Marcel e se sentiam seguros com ele. As crianças tinham que parecer que estavam simplesmente indo de férias para uma casa perto da fronteira com a Suíça, e Marcel realmente os deixou à vontade", relatou o primo do artista, George, em uma entrevista ao Jewish Telegraphic Agency no ano de 2007, quando o mundo lamentava a morte do mímico aos 84 anos de idade. 

Por vezes, Marceau se disfarçava de um treinador levando um grupo de escoteiros para acampar na floresta. Em outras situações, porém, precisava improvisar para garantir que os pequenos chegassem com vida à fronteira da Suíça.

Um desses episódios se deu quando ele avistou patrulhas alemãs, mas fingiu, através apenas de seus gestos, ser um batedor francês, isto é, um membro do exército que ia na frente reconhecendo o terreno antes do restante das tropas. 

Sua imitação foi convincente o suficiente para que os alemães recuassem, uma vez que estavam em um número pequeno para enfrentarem sozinhos um batalhão — e era melhor evitar conflitos nesse caso. 

Pós-guerra e estrelato

Montagem mostrando fotografias de Marcel / Crédito: Divulgação/ Wikimedia Commons/ National Archieef

Quando a Segunda Guerra chegou ao fim, Marcel pôde aplicar suas habilidades para o teatro, como quisera inicialmente.

Seus primeiros espetáculos foram para plateias de soldados mesmo, porém isso não impediu que ele rapidamente ganhasse reconhecimento internacional por suas impressionantes performances, ainda segundo o All That Is Interesting. 

Na época, inclusive, vale dizer que a mímica havia perdido seu destaque, porém graças ao artista francês, essa forma de arte voltou a chamar atenção, inspirando novas gerações de mímicos.

Ele passou 50 anos exercendo a carreira, período durante o qual viajou pelos palcos do mundo inteiro. Os personagens criados por Marcel, seus figurinos e as maquiagens em preto e branco com as quais pintava o rosto se tornaram clássicos da mímica que habitam até hoje nosso imaginário. 

Vocês precisam saber que precisam ir em direção à luz, mesmo que saibam que um dia seremos pó. O que é importante são os nossos feitos durante a nossa vida”, afirmou o artista durante uma palestra de 2001 na Universidade de Michigan. 

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