Embora tenha sobrevivido a tragédia, a vida de Borders foi destruída pelos ataques ocorridos em 2001
Giovanna de Matteo Publicado em 30/08/2020, às 09h00
O que levou Marcy Borders às manchetes começa em 11 de setembro de 2001, após os ataques às torres gêmeas em Nova York. Ela tinha apenas 28 anos quando conseguiu um emprego no Bank of America, localizado em uma das Torres Gêmeas, no World Trade Center, e estava no local quando os atentados ocorreram.
Quando o avião terrorista atingiu um dos prédios, ela rapidamente correu na tentativa de fugir para um edifício próximo, percorrendo 81 andares de escada da Torre Norte, lugar onde residia seu escritório.
Chegando ao lobby do edifício, o fotógrafo Stan Honda conseguiu registrar uma foto que mostra a mulher completamente coberta pelas poeiras dos prédios que estavam em total desgraça.
Ficou conhecida como a "The Dust Lady", uma das mais famosas sobreviventes do ataque as torres gêmeas. A roupa que usava durante a foto também foi preservada e guardada como um símbolo de sua sobrevivência.
A imagem que Honda tirou entrou para a história e foi homenageada e lembrada em muitos artigos famosos sobre o atentado de 11 de setembro. Além disso, a sobrevivente fotografada também foi convidada para vários eventos ao longo dos anos que tinham o objetivo de manter viva a história e memória das vítimas do ataque, ação do grupo terrorista Al-Qaeda contra os Estados Unidos.
Vida após a tragédia
Embora o acidente não tenha tirado sua vida, Borders teve que enfrentar muitas consequências que afetaram seu modo de viver. Por ter passado por um trauma tão grande, Marcy desenvolveu problemas psicológicos e emocionais que controlaram sua vida.
A mulher também teve problemas com depressão profunda e abuso de álcool e drogas por cerca de uma década, que levou ao fim do seu casamento, à perda da custódia dos filhos e de seu emprego.
Borders revelou em março de 2012, em entrevista à AFP, que uma das coisas que fez com que ela tivesse forças para se recuperar e retornar à sobriedade foi quando soube da morte de Osama bin Laden, líder do ataque terrorista. "Ainda vivo com medo. Não consigo pensar estar lá, naqueles alvos, nas pontes, nos túneis, nas estações (de metrô)", declarou ela.
Marcy Borders morreu em 24 de agosto de 2015 devido a um câncer de estômago. Ela foi diagnosticada em agosto de 2014 e na mesma entrevista disse que acreditava que seu câncer foi provocado pela poeira tóxica que inalou quando fugia do desabamento do World Trade Center. "Eu definitivamente acredito porque não tive nenhuma doença. Não tenho pressão alta, colesterol alto nem diabetes", afirmou ela com bastante convicção.
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