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Matérias / Personagem

Maria Firmina dos Reis: conheça a primeira romancista do Brasil

Durante a escravidão, a memorável escritora enfrentou o machismo e racismo eminentes no país

Victória Gearini Publicado em 11/01/2021, às 14h59 - Atualizado às 18h56

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Maria Firmina dos Reis, romancista brasileira - Divulgação
Maria Firmina dos Reis, romancista brasileira - Divulgação

Maria Firmina dos Reis foi uma ilustre escritora brasileira que se consagrou na literatura nacional por ser considerada a primeira romancista do país. Como mulher negra, a autora enfrentou diversos obstáculos diante do cenário machista e racista que imperava no Brasil durante o período da escravidão.

Vida pessoal

Nascida em São Luís, no Maranhão, em 1825, Maria Firmina era filha de Leonor Felipa, uma escrava do comendador Caetano José Teixeira — comerciante e proprietário de uma companhia comercial durante o período imperial.

A certidão de nascimento e o registro de batismo da escritora não especificam o nome de seu pai. Contudo, o seu registro de óbito consta o nome de João Pedro Esteves, sócio do escravocrata da mãe da romancista.

Segundo o site Literafro, — o portal de literatura Afro-Brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais — a escritora mudou-se em 1830 para a vila de São José de Guimarães, ao lado de sua família. Durante boa parte de sua vida, residiu na casa de uma tia materna, que era mais bem situada financeiramente. 

Maria Firmina dos Reis, escritora nacional / Crédito: Wikimedia Commons

Já em 1847, foi aprovada na cadeira de Instrução Primária, exercendo a profissão de professora de letras. Em contrapartida, especula-se que a autora nunca tenha se casado, como aponta a pesquisa revelada pelo site Literafro, em 2018.

Carreira como escritora

Enfrentando os preconceitos eminentes da época, tornando-se educadora, a brasileira levou anos para conseguir publicar o seu primeiro e mais importante livro, Úrsula, segundo a Revista Galileu. 

De acordo com o site, Maria Firmina foi vítima do machismo e racismo que imperavam no Brasil naquele período. Portanto, a obra Úrsula foi publicada somente em 1859. Contudo, logo o livro tornou-se relativamente popular, não só pela representativa da autora, mas também em decorrência da sua memorável narrativa. 

Nesta aclamada obra, a escritora revelou a perversidade e as problemáticas por trás da escravidão. Além disso, abordou a dura realidade enfrentada pela população negra no Brasil.

Busto de Maria Firmina dos Reis / Crédito: Wikimedia Commons

Abordando assuntos considerados inéditos até então, o clássico revolucionou a literatura nacional. Isso porque, boa parte dos escritores reconhecidos na época eram homens brancos, que narravam a vida de uma parcela rica e escravocrata da população.

Em meio a este cenário, Maria Firmina rompeu com paradigmas deste período, apresentando pessoas escravizadas como protagonistas humanizadas.

"Úrsula, romance de Maria Firmina dos Reis, foi escrito em 1858 e pode ser considerado o primeiro romance abolicionista brasileiro de autoria feminina. A escritora é um exemplo de mulher que teve acesso à educação, mesmo sendo afro-brasileira. Dessa forma, pode-se dizer que a educação foi a forma encontrada para que a autora manifestasse sua visão crítica quanto à sociedade em que vivia", explica o artigo Um olhar sobre o romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis por Soraia Ribeiro Cassimiro Rosa.

"Maria Firmina dos Reis ainda impressionou a comunidade em que viveu fundando uma escola mista, algo inédito para a época de acordo com Duarte (2004). Sua educação transcendeu a formação das mulheres de seu tempo, o que pode ser comprovado nos relatos dos muitos escritos deixados pela autora, dando relevância à reconstituição histórica do papel da mulher na sociedade do século XIX no Brasil", documenta o artigo.

Últimos anos

Em seus últimos anos de vida, a autora enfrentava dificuldades financeiras e problemas de saúde. Acredita-se que ela tenha falecido em novembro de 1917, cega e pobre.

Com o passar do tempo, o seu trabalho foi esquecido e negligenciado pela sociedade, até que em meados dos anos 1960, um historiador encontrou uma de suas obras em um sebo. Foi a partir desta descoberta que o pesquisador trouxe à tona, novamente, a representatividade dos livros da primeira romancista do país. 

Entretanto, mesmo com todas as informações coletadas sobre Maria Firmina nas últimas décadas, sua fisionomia ainda hoje permanece um mistério. Portanto, todas as imagens atreladas à autora não passam de meras especulações.


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