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Matérias / Personagem

Maria Isabel, a protagonista de um dos maiores mistérios da Família Imperial Brasileira

Quinta filha de Dom Pedro I com a Marquesa de Santos, a jovem Condessa de Iguaçu intrigou historiadores durante anos — por mais que estivesse morta

Pamela Malva Publicado em 15/04/2020, às 18h30

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Maria Isabel, a filha mais nova de Dom Pedro I com a Marquesa de Santos - Wikimedia Commons
Maria Isabel, a filha mais nova de Dom Pedro I com a Marquesa de Santos - Wikimedia Commons

Entre idas e vindas do Brasil Império, Dom Pedro I e Domitila de Castro Canto e Mello, a Marquesa de Santos, marcaram a história com um amor polêmico. Protagonistas de uma relação pública, eles selaram o compromisso com cinco filhos.

A última das crianças, Maria Isabel de Alcântara Bourbon, nasceu logo depois da morte de sua segunda irmã a, até então, caçula da família. Por isso, inclusive, as duas tinham o mesmo nome: foi a forma que Domitila encontrou para homenagear a filha falecida.

Diante do pai imperador, da mãe marquesa e dos diversos irmãos e meio-irmãos herdeiros, Maria Isabel cresceu para se tornar a Condessa de Iguaçu. Ela, entretanto, nunca recebeu títulos ou terras de Dom Pedro I, por ser fruto de uma relação adúltera.

Por grande parte de sua vida, ela viveu nas sombras de uma família tipicamente imperial e foi criada da mesma forma que seus irmãos. Na morte, contudo, as coisas foram um pouco diferentes e, de certa forma, misteriosas.

A vida no palácio

Maria Isabel foi fruto de uma relação verdadeiramente apaixonada, ainda que extraconjugal. Assim, ela não experienciou as mesmas atrocidades que os filhos da Imperatriz Leopoldina, esposa de Dom Pedro I que sofria em suas mãos.

Marquesa de Santos, a mãe de Maria Isabel / Crédito: Wikimedia Commons

Sua infância fora bastante banal para a época, enquanto sua educação seguia o mais perfeito modelo europeu. Cercada de vestidos e peças de porcelana, Maria Isabel aprendeu as tradicionais regras de etiqueta, assim como todas as suas irmãs.

Aos 18 anos, sem terras em seu nome e sem qualquer rótulo imperial, a jovem casou-se com Pedro Caldeira Brant, o Conde de Iguaçu. Assim, ela recebeu o título pelo qual ficou conhecida e, com o marido, teve sete filhos.

O fim chegou em setembro de 1896, quando a Condessa morreu, aos 66 anos. Daquele dia em diante, ainda que a vida de Maria Isabel tivesse chegado ao fim, um novo mistério estava apenas começando.

A vida depois da morte

Ao contrário de diversos outros membros da família imperial, o paradeiro do corpo da Condessa de Iguaçu permaneceu um mistério por bastante tempo. Historiadores e entusiastas tinham dificuldades para cravar um local provável.

Como Maria Isabel passou grande parte de sua vida viajando entre São Paulo e Rio de Janeiro, uma das maiores dúvidas dizia respeito aos dois estados. Será que ela foi enterrada em um deles? Se sim, em qual cemitério?

Existia, ainda, a questão da Europa. Como diversos indivíduos da família foram, de fato, sepultados em países europeus, existia a grande possibilidade de que a filha de Dom Pedro I estivesse sob terras da Alemanha ou de Portugal.

Cansado da dúvida centenária, o arquiteto e historiador Paulo Rezzutti decidiu investigar todo e qualquer documento para descobrir o real paradeiro de Maria Isabel. Autor da biografia de Dom Pedro I, ele sabia exatamente onde procurar.

Maria Isabel, já mais velha, com um de seus filhos / Crédito: Wikimedia Commons

Uma pesquisa incansável

Em 2015, em entrevista ao Estadão, Paulo contou que revirou todos os documentos de cemitérios no Rio de Janeiro, na Tijuca e no centro da cidade carioca. Sem qualquer informação de qualidade, viu que era hora de uma nova abordagem.

Foi em uma das edições do jornal Estado de Minas que ele encontrou sua primeira pista. Na crônica descoberta, o autor contava sobre sua relação amigável com a Condessa de Iguaçu, que morava em São Paulo.

De volta à São Paulo, Rezzutti dedicou certo tempo para estudar e analisar obituários. Foi assim que encontrou a notícia da morte de Maria Isabel, publicada pelo O Estado de S. Paulo, em 6 de setembro de 1896.

Com o local da morte em mãos, Paulo só precisava descobrir o cemitério. “Foi enterrada no Cemitério Municipal”, dizia o registro do Cartório de Registro Civil de Santa Ifigênia. A quinta filha de Dom Pedro I estava enterrada no Cemitério da Consolação, mesmo local do sepultamento de sua mãe, a Marquesa de Santos.

Por fim, bastou consultar o Arquivo Histórico Municipal para descobrir o número da lápide da Condessa de Iguaçu. Sem adornos ou seu nome gravado na pedra, Maria Isabel foi enterrada ao lado da avó — que, mais tarde, foi movida de lugar — e do meio-irmão, o filho mais velho de Domitila.


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