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Matérias / Personagem

Max Headroom: o eterno mistério do hacker que roubou o sinal de duas emissoras de TV

Em 1987, a interferência chocou os EUA ao sacanear funcionários de uma emissora de Chicago — driblando até mesmo o FBI

Wallacy Ferrari Publicado em 04/10/2020, às 09h00 - Atualizado em 18/02/2022, às 19h18

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Interferência de sinal no caso Max Headroom - Divulgação/ Youtube
Interferência de sinal no caso Max Headroom - Divulgação/ Youtube

A noite de 22 de novembro de 1987 parecia comum para a população de Chicago. O canal WGT-TV não tinha a antiga ligação com Overmyer Network e, desde a década de 70, lançava sua versão em rede nacional, almejando ser a quarta força televisiva do país. A WTTW ainda era apenas regional, sendo filiada ao canal PBS e retransmitindo grandes atrações, como a produção britânica 'Doctor Who'.

As emissoras transmitiam a programação comum no horário nobre de domingo, quando, na WGN, uma interferência na programação chamou a atenção dos espectadores e apresentadores da coluna de esportes do noticiário local. Após um chiado escuro, um sonido agudo e distorcido tomou a tela da emissora: era um ataque hacker, sequestrando o sinal do canal.

Não seria o primeiro caso nos Estados Unidos; um ano antes, um hacker identificado como ‘Captain Midnight’ (‘Capitão da meia-noite’, em tradução livre), invadiu o sinal de satélite da HBO durante o lançamento de um dos filmes mais aguardados pela emissora por assinatura.

O rapaz, posteriormente identificado pelo FBI como John R. MacDougall, colocou uma barra de cores com dizeres contestando o alto valor do canal, além de alertar duas outras emissoras por preços abusivos.

Intervenção do "Captain Midnight" na programação da HBO, em 1986 / Crédito: Divulgação

Ataque hacker

O ataque tímido de John não chegou perto da interceptação da WGN; após a distorção, um homem de terno apareceu para toda a cidade de Chicago na tela da emissora. Usando uma máscara do personagem britânico Max Headroom num fundo de barras giratórias, uma invasão de 23 segundos assustou a diretoria do canal e os espectadores, sendo corrigida rapidamente pelos engenheiros elétricos, que transferiram o sinal para o todo do prédio de gravações, intensificando seu sinal para o satélite receptor.

Ao retomar o jornal, o âncora Dan Roan brincou com a situação: “Bem, se você está se perguntando o que aconteceu, eu também estou”. A brincadeira parecia ter encerrado, porém, na mesma noite, a WTTW transmitia a série Doctor Who quando o mesmo chiado interrompeu a programação do canal, mas agora, com som. As palavras, distorcidas com um alterador de voz, provocavam a WGN pela emissora rival.

O suposto troll chamou o narrador da WGN, Chuck Swirsky, de “nerd” e “liberal”, além de atirar uma lata de Pepsi enquanto dizia o slogan da Coca-Cola. Em certo momento, chega a cantarolar o tema do desenho Clutch Cargo, que era transmitido pela emissora de Chicago.

As provocações atingiram até mesmo Michael Jackson, com a luva brilhante sendo vestida, mas posteriormente retirada, com Max afirmando estar “suja de sangue”. Por último, a câmera é cortada para os glúteos do hacker, que leva chicotadas, antes do sinal ser retomado.

Investigação intensa

As duas emissoras passaram a receber diversas ligações de telespectadores que tentavam saber sobre a intervenção, sem sucesso. Nos dias seguintes, os casos foram amplamente divulgados pelas emissoras de televisão por todo o país, sendo chamado de “pirataria televisiva”.

Uma rota foi traçada por engenheiros da cidade, que concluíram que, de uma altura maior do que os transmissores das emissoras, o hacker apontou um simples transmissor de satélite para o mesmo ponto das outras, reverberando o sinal hackeado com maior intensidade.

Com isso, a Comissão Federal de Comunicação (FCC) iniciou uma investigação junto ao FBI para localizar o suspeito. As autoridades circularam pela cidade e por todos os municípios vizinhos tentando achar equipamentos ou, ao menos, uma fantasia semelhante a localizada.

Nos três anos seguintes, a FCC conseguiu estipular que, caso o autor fosse encontrado, teria de arcar com uma multa de US$ 100 mil, além de um julgamento que poderia o levar para a prisão durante um ano.

O caso, no entanto, foi arquivado, visto que nenhum dos suspeitos foi associado a alguma evidência do sequestro de sinal. Ao longo dos anos, a comunidade local de hackers levantou alguns nomes, posteriormente sendo descartados. O que restou da tentativa foi inspiração para diversos filmes, como “V de Vingança”, “Hackers – Piratas de Computador” e a versão de 1989 de “Batman”.


*Com informações de: Tecmundo


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