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Matérias / Crimes

A mente perturbada de Mark Chapman, o lunático que matou John Lennon

Na noite em que foi assassinado, o ex-Beatles havia autografado um disco para o homem que deu fim à sua vida de forma covarde e rápida

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 15/04/2020, às 18h00 - Atualizado às 19h00

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Mugshot de Mark Chapman - Divulgação
Mugshot de Mark Chapman - Divulgação

Os Beatles sempre fizeram sucesso por onde passavam. Revolucionários e amados, o quarteto de Liverpool atraia multidões e seus fãs eram capazes das mais diversas loucuras para estarem o mais perto possível de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

Apesar da grande demanda, sempre que possível, os ‘Reis do Iê, Iê, Iê’ reservavam um tempo para atenderem os Beatlesmaníacos. Em uma dessas paradas, já após a separação do grupo, John Lennon encontrou um fã que mudaria sua vida para sempre.

John Lennon autografando álbum de Mark Chapman / Crédito: Wikimedia Commons

Era uma segunda-feira, 8 de dezembro de 1980, pouco antes das 22h, o ex-Beatles estava em frente ao Edifício Dakota, onde vivia, quando autografava seu recém-lançados álbum Double Fantasy para Mark Chapman: aquele mesmo que mais tarde puxaria o gatilho dando fim à vida do ícone do rock mundial.

A vida conturbada de Mark Chapman

Filho de um sargento da Força Aérea e de uma enfermeira, Chapman teve uma infância difícil, marcada pelo medo e por abusos físicos e emocionais de seu pai. A falta de estrutura familiar acarretou em diversos problemas na vida do jovem, que logo aos 14 anos Mark já matava aulas para usar drogas.

Mas tudo mudou em 1971, aos 16 anos, quando ele descobriu a religião e tornou-se presbiteriano — o que foi seu segundo nascimento. Tempos depois, passou a trabalhar para a Visão Mundial, ajudando refugiados vietnamitas. Mais tarde, se mudou para o Líbano para fazer um trabalho semelhante por lá.

Após ingressar na Blankenship como estudante do Covenant College, uma escola evangélica presbiteriana, ele desenvolveu pensamentos suicidas depois de um caso amoroso. Tempos depois ele foi diagnosticado com depressão clínica, o que piorou após a separação de seus pais.

Mugshot de Mark Chapman em 1980 / Crédito: Divulgação

Em 1978, decidiu fazer uma viagem ao redor do mundo, foi quando conheceu e se apaixonou por sua agente de viagens, Gloria Abe. Os dois se casaram no ano seguinte, mas ele começou a desenvolver diversas obsessões depois que perdeu seu emprego. Algumas de suas fixações estavam ligadas a Lennon e ao livro O Apanhador no Campo de Centeio.

Motivação para o crime

O planejamento do crime começou meses antes do assassinato. Fã de longa data de Lennon e dos Beatles, Chapman teria se zangado com o músico após o cantor declarar que "os Beatles eram mais populares que Jesus”, o que ele considerava uma blasfêmia.

Chapman também teria ficado zangado com a suposta falsidade entre discurso e realidade de John Lennon, afinal, o músico dizia para imaginarmos um mundo sem propriedade que vivia só de paz e amor, mas por outro lado “ele estava lá com milhões de dólares, iates, fazendas e propriedades rurais, rindo de pessoas como eu, que haviam acreditado nas mentiras, comprando discos e construindo grande parte de seus bens”.

Os Beatles em julho de 1964 / Crédito: Getty Images

Ao longo dos anos, Chapman apoiou e negou que se sentia justificado por suas crenças espirituais na época ou tinha a intenção de adquirir notoriedade com o crime. A única vez que ele fez uma declaração pública antes de sua sentença foi durante um breve episódio psicótico, no qual ele estava convencido de que o significado de suas ações era para promover O Apanhador no Campo de Centeio.

Segundo Chapman, ele tinha uma lista alternativa de alvos em mente, como o companheiro de Lennon nos Beatles, Paul McCartney; o apresentador Johnny Carson; a atriz Elizabeth Taylor; o ator George C. Scott; a ex-primeira dama Jacqueline Kennedy; o presidente eleito dos EUA Ronald Reagan e governador do Havaí George Ariyoshi. Em 2010, Chapman declarou que o único critério para lista era a pessoa ser “famosa” e que escolheu Lennon por conveniência.

O crime e a condenação

Após autografar o disco de Chapman, Lennon partiu, acompanhado de Yoko Ono, para uma sessão de gravação no Record Plant Studios. Após o compromisso, os dois retornaram ao apartamento, em Manhattan, em uma limusine, por volta das 22h50.

Ao saírem do veículo, Chapman apareceu e disparou quatros vezes pelas costas — a curta distância — contra Lennon. Imediatamente, o músico foi levado ao pronto-socorro do Hospital Roosevelt, mas por volta das 23h ele foi declarado morto.

No dia seguinte, Yoko emitiu um comunicado para a imprensa dizendo que "não terá funeral para John". Ela terminou o discurso com a seguinte frase: "John amava e orava pela raça humana. Por favor faça o mesmo por ele”. Os restos mortais do músico foram cremados e espalhados por Ono no Central Park, em Nova York — onde o memorial Strawberry Fields foi criado mais tarde.

John e Yoko, em novembro de 1980 / Crédito: Getty Images

Já Mark Chapman foi condenado à prisão perpétua em 1981. O pedido de sua liberdade condicional foi permitido após o ano de 2000 — duas décadas após o crime —, entretanto, ele já foi negado mais de dez vezes. Em entrevista recente, Mark se disse envergonhado pelo crime: “Daqui a 100 anos se lembrarão dele como alguém que foi assassinado, e isso é negativo”.


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