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Matérias / Bizarro

Minoru Tanaka e Tatsumi Kaneda: os japoneses que foram parar na Coreia do Norte — e não queriam voltar

Em 1978, o japoneses viviam uma vida normal com sua esposa e filhos, até que eles e suas respectivas famílias desapareceram. O mistério só foi solucionado 30 anos depois

Paola Churchill Publicado em 03/06/2020, às 11h48

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Foto de Minoru Tanaka, a esquerda e Tatsumitsu Kaneda, a direita - Divulgação
Foto de Minoru Tanaka, a esquerda e Tatsumitsu Kaneda, a direita - Divulgação

Minoru Tanaka vivia no Japão, em 1978, e tinha uma rotina normal ao lado de sua esposa e filhos. Ele também trabalhava em uma loja de ramen na cidade de Hyogo. Tudo ocorria normalmente até que o homem e sua família desapareceram sem deixar vestígios.

As coisas começaram a ficar ainda mais estranhas quando um de seus funcionários, Tatsumitsu Kaneda, disse para alguns colegas próximos que iria à Tóquio visitar Tanaka. Ele e a família foram até a capital japonesa e nunca mais foram vistos. Um mistério duplo.

O governo japonês começou uma série de intensas buscas aos dois vendedores e suas famílias, afinal, a história de dois pacatos japoneses que sumiram do nada, deixou a nação intrigante. Inclusive, o próprio primeiro ministro do país, Shinzo Abe prometeu que resolver esse desaparecimento seria sua prioridade.

O governo do país alegava que Tanaka havia sido sequestrado por agentes da Coreia do Norte. As alegações não foram em vão: o Japão possui uma lista com 17 cidadãos que foram sequestrados por agentes norte-coreanos e enviados ao território de Kim Jong-Un.

A Coreia do Norte nunca se pronunciou sobre as acusações. No entanto, em 2014, o país decidiu quebrar o silêncio. O governo norte-coreano disse durante uma conferência em Estocolmo, em maio daquele mesmo ano, que os dois homens haviam entrado no país, mas que não tinha mais informações sobre seus paradeiros. Era o começo de mais um mistério.

Primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe/Crédito: Wikimedia Commons

O acordo 

O país aceitou a declaração, no entanto, procurava saber da localização dos outros desaparecidos, que foram suspostamente sequestrados por agentes norte-coreanos. Os dois países então chegaram a um acordo.

Nesse acordo, A Coreia do Norte iria divulgar dados de todos os japoneses que viviam no território, em troca, afirmou que a nação teria que enviar um relatório com as sanções unilaterais que o país fez.

A parceria, no entanto, foi por água abaixo, quando a Coreia do Norte voltou a fazer testes nucleares e mísseis e em 2016. O comitê especial que estava encarregado de investigar o paradeiro dos japoneses desaparecidos foi cancelado. Passaram a acreditar que toda a procura havia sido em vão. 

Os familiares só tiveram novas informações em 2019, três anos depois, quando a Coreia do Norte informou que Tanaka e Kaneda estavam junto de suas famílias morando no distrito de Pyongyang. Após 30 anos de procura, os dois foram encontrados e poderiam voltar para casa.

Assim, o mistério estaria solucionado, até que, uma segunda revelação deixou o governo japonês com diversas dúvidas: Tanaka e Kaneda não queriam voltar para o país e decidiram que viveriam na nação de Kim Jong-Un. 

O ditador coreano Kim Jong Un/Crédito: Wikimedia Commons

Apesar de Tanaka e Kaneda não quererem voltar para casa, existem outras pessoas desaparecidas e os familiares delas não perderam as esperanças, já que o primeiro ministro japonês ainda cumpre a sua promessa de fazer tudo ao seu alcance para achar esses cidadãos e trazer eles de volta ao país. Até agora, Shinzo Abe conseguiu reapatriar cinco dessas pessoas.

Shinzo também tenta constantemente marcar reuniões para discutir o caso com o líder socialista Kim Jong-Un, mas até agora, não obteve resultados satisfatórios.


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