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Matérias / Personagem

Morta em Auschwitz aos 14 anos: Rutka Laskier, a menina que também escreveu um diário

O diário de Rutka foi mantido escondido por 63 anos por uma amiga que ela fez na época

Ingredi Brunato Publicado em 26/09/2020, às 08h00

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Fotografia de Rutka Laskier. - Wikimedia Commons
Fotografia de Rutka Laskier. - Wikimedia Commons

O diário da Anne Frank foi um grande best-seller, trazendo as experiências da menina judia dos 12 aos 15 anos, enquanto ela se escondia dos nazistas com sua família, vivendo momentos de agonia.

A garota acabou produzindo uma documentação histórica sobre como era viver naquele período sendo judeu, ao mesmo tempo em que descreve a triste história de sua aolescência aprisionada e cercada de medo, em que, contudo, não deixa de sonhar com um futuro melhor. 

Houve, no entanto, outra menina judia que também confiou suas vivências a um diário.  Era Rutka Laskier. Os escritos da jovem foram publicados apenas em 2006 (ainda em polonês, e no ano seguinte em inglês), muito depois do relato de Anne, que teve sua primeira edição em 1947. As comparações entre os esconderijos, assim como os medos e os desejos sentidos pelas duas foi inevitável. 

O manuscrito dessa segunda foi mantido por uma amiga da jovem judia, Stanisława Sapińska, que então tinha 21 anos, e conheceu Rutka durante o período em que ela escrevia. Quando a menina foi levada para Auschwitz, pediu que Stanisława escondesse o diário, o que ela continuou fazendo pelos próximos 63 anos. Apenas em 2005, uma de suas sobrinhas informou o presidente de um Centro de Cultura Judaica próximo a respeito da existência dos escritos. 

História 

Antes da invasão alemã à Polônia, ela e sua família levavam uma vida comum. O avô da menina era o coproprietário de uma bem-sucedida empresa que operava um moinho de grãos. 

Quando o governo de sua a cidade foi tomado pelo Partido Nazista Alemão, os Laskier precisaram fugir, se mudando então para o sul da Polônia, passando a viver na cidade natal dos avós paternos da adolescente judia. Porém, não puderam ficar por muito tempo: quando a Alemanha invadiu de forma definitiva o país, a família de Rutka se mudou novamente, dessa vez para o Gueto de Będzin.

Foi durante essa estadia na comunidade judia que a jovem polonesa preencheu as 60 páginas de seu diário, ao decorrer de vários meses. Ela nunca contou para os pais e outros parentes sobre o caderno escolar que usava para desabafar sobre o que acontecia, mantendo tudo em segredo. 

Antiga família

Nem todos os parentes de Rutka morreram nas mãos dos nazistas. Seu pai, JakubLaskier, sobreviveu e se mudou para Israel, onde casou novamente e teve outra filha, chamada Zahava Scherz

Segundo Zahava, o pai nunca mencionou sua antiga família, provavelmente pelas memórias serem traumatizantes. Foi só quando a garota, já adolescente, descobriu um álbum de fotos antigo, que viu Rutka, seu irmão mais velho, e a antiga esposa ao lado de Jakub

Quando perguntou sobre para o pai, ele foi sincero, porém também nunca mais falou a respeito novamente. O relato da meia-irmã da autora do diário foi transmitido em um documentário da BBC de 2009, The Secret Diary of the Holocaust. 

Morte 

A princípio, acreditava-se que Rutka Laskier havia morrido junto com sua mãe e irmão mais velho em uma câmara de gás, aos 14 anos, no conhecido campo de concentração nazista de Auschwitz

Em 2008, contudo, após o diário da menina ter sido transformado em público, uma mulher que a havia conhecido quando eram prisioneiras dentro de Auschwitz veio a público. Era Zofia Minc, que dividiu o local com a adolescente e encarou um surto de cólera repentino. 

Teria sido assim, segundo contou Minc, que Rutka foi levada para sua morte por um guarda nazista. Foi revelado ainda que a garota de 14 anos implorou à outra que a levasse até a cerca elétrica para que pudesse se matar, no entanto, o guarda nazista que as acompanhava não permitiu. A autora do diário não só morreu sem a família, como também foi levada para o crematório ainda viva, sugerindo uma morte ainda mais perturbadora. 

Em uma das últimas frases de seu diário, a garota judia escreveu: “Se eu ao menos pudesse aceitar acabou e morrer de uma vez...Mas eu não posso, porque apesar de todas essas atrocidades, eu quero viver e esperar pelo dia seguinte.”


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