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Matérias / Personagem

Morto pelo próprio exército: a inusitada saga de Amédée Laharpe

Natural da Suíça, o soldado se destacou nos batalhões da França e da Itália, mas teve um fim trágico e, no mínimo, confuso

Pamela Malva Publicado em 21/03/2021, às 11h00

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Busto de Amédée Emmanuel - Wikimedia Commons
Busto de Amédée Emmanuel - Wikimedia Commons

Primo de Frédéric-César de la Harpe, um importante líder político da Suíça, o jovem Amédée Emmanuel François Laharpe não enxergava a diplomacia da mesma forma que seus familiares. Ele, no mínimo, tinha opiniões diferentes dos outros nobres.

Ao contrário de Frédéric, que participou ativamente da formação da República Helvética e ainda serviu como professor de Alexandre I da Rússia, Amédée sentia que aquele não era seu lugar, ainda que ambos tivessem recebido a mesma criação.

Nascido em Château Hutins, no Cantão de Vaud, Suíça, em 1754, o homem participou de levantes, foi obrigado a sair de seu país e ainda serviu em dois exércitos estrangeiros. Seu fim, contudo, veio cedo demais e partiu de quem ele menos esperava.

Um estranho no ninho

Quando jovem, Amédée estudou em um instituto fundado por Martin von Planta, localizado em Haldenstein, um antigo município da Suíça. Por lá, ele teve a mesma educação que seus conterrâneos, mas acabou criando diferentes ideologias.

Quando mais velho, ele viajou para a Holanda, onde conheceu um contexto bastante diferente do que vivia e, assim, fez parte de um regimento mercenário. Ao voltar para casa, seu caminho já estava traçado, mas era bem distinto do que a família esperava.

De volta ao Cantão de Vaud, Amédée assumiu o comando de uma rede de milícias, compartilhando de diversos ideais populistas. Com a chegada da Revolução Francesa, então, ele abriu mão de todos os benefícios da nobreza, aos quais tinha direito.

Busto de Amédée Emmanuel no Palácio de Versalhes / Crédito: Wikimedia Commons

As faces de uma revolução

De forma sempre muito ativa, Amédée participou de levantes e de grandes banquetes realizados durante a revolução. Um deles, organizado em 14 de julho de 1791, recebu o nome de Banquet de Rolle e comemorou a Tomada da Bastilha.

Tamanho foi o alvoroço gerado pelo grupo do qual Amédée fazia parte que Berna, a então capital da Suíça, enviou cerca de 4 mil soldados para sufocar as comemorações. Com isso, diversos membros da milícia tiveram de fugir do Cantão de Vaud.

A fim de evitar as represálias, então, Amédée abandonou seu país de origem e partiu na direção da França, onde alistou-se no Exército. Foi lá que ele encontrou sua verdadeira vocação, carreira na qual investiu toda a sua força, além de seus últimos dias de vida.

A Queda da Bastilha, por Jean-Pierre Houël / Crédito: Wikimedia Commons

Linha de frente

Uma vez aceito pelos militares franceses, o suíço logo acabou conquistando patentes e uma grande admiração dos oficiais. Com isso, ele teve uma rápida ascensão e assumiu o cargo de chefe do batalhão já em meados de 1792.

Guiando sua própria tropa, Amédée destacou-se no Cerco de Toulon e ainda foi promovido a general de brigada, em 1794. Naquele mesmo ano, contudo, o militar decidiu deixar os batalhões franceses de lado e passou a servir no Exército da Itália.

Sob os comandos de Napoleão Bonaparte, o soldado tornou-se comandante de uma das quatro divisões que derrotaram os austríacos durante a Campanha de Montenotte. Em seguida, ele ainda lutou na Batalha de Montenotte e na Segunda Batalha de Dego.

Fotografia do Arco do Triunfo, em Paris / Crédito: Wikimedia Commons

O fim de um soldado

Tendo vencido, em partes, o exército de Johann Beaulieu, as tropas de Amédée foram realocadas para defender os italianos de um possível contra-ataque austríaco. Foi assim que o suíço conquistou mais uma vitória, agora na Batalha de Fombio, em 8 de maio.

O problema é que, naquela mesma noite, os franceses perseguiram as tropas de Amédée até a comuna de Codogno. Durante a noite, então, um conflito bastante confuso colocou franceses, italianos e austríacos na mesma zona de batalha.

Em meio aos ataques e defesas, Amédée, que estava voltando de um reconhecimento de campo, acabou sendo atingido por um de seus homens por engano. Ele morreu ali mesmo, aos 41 anos. Em homenagem ao soldado que teve uma morte trágica e inesperada, o nome dos Laharpe foi esculpido no histórico Arco do Triunfo, em Paris.


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