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Matérias / Personagem

Muito além da foto: Danuta Danielsson, a mulher que deu bolsada em um neonazista

Em 1985, Danielsson golpeou um skinhead durante protesto de Membros do Partido do Reich Nórdico nas ruas de Växjö, na Suécia

Fabio Previdelli Publicado em 02/05/2020, às 08h00

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Mulher dando bolsada em neonazista - Hans Runesson
Mulher dando bolsada em neonazista - Hans Runesson

Em 13 de abril de 1985, Membros do Partido do Reich Nórdico (NRP) tomaram as ruas de Växjö, no sul da Suécia. Com cartazes nas mãos, os neonazistas aterrorizavam os habitantes locais.

No entanto, uma mulher não tinha medo, muito pelo contrário, foi fonte de resistência e, ao invés de ficar parada assistindo o ato, correu em direção a um skinhead e lhe atingiu com a bolsa na parte de trás da cabeça. Nesse instante, Hans Runesson apertou o botão de sua máquina fotográfica e registrou um dos momentos mais simbólicos de luta contra a extrema-direita.

Contexto

A responsável pelo golpe só fora conhecida mais tarde: era Danuta Danielsson, de 38 anos. A ação não foi algo irracional ou coisa de momento, muito pelo contrário: era um grito que já estava engasgado há anos e que veio em forma de revolta e vingança. Afinal, sua própria mãe havia sido vítima de atrocidades em um campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial.

Estátua de Danuta Danielsson / Crédito: Divulgação


A foto em preto e branco foi estampada no dia seguinte na capa do diário sueco Dagens Nyheter. Mais tarde, a imagem ganhou notoriedade na imprensa britânica e, mesmo sem o recurso das mídias sociais, Runesson ficou cada vez mais popular.

A “Mulher dando bolsada em neonazista”, como ficou conhecida, foi eleita a “foto sueca do ano” em 1985 e, posteriormente, acabou premiada como “foto do século” pela revista Vi e pela Sociedade de Fotografia Histórica da Suécia.

O que aconteceu com os personagens?

Apesar do protagonismo positivo em relação a foto, Danuta jamais pensou em se tornar famosa como a mulher que deu uma bolsada em um neonazista e sempre evitou contatos com a imprensa.

Ela jamais conseguiu lidar com toda a publicidade que o registro causou em sua vida. Deprimida e isolada em casa, se suicidou dois anos depois da fotografia ser tirada, quando tinha 41 anos.

Já o skinhead que foi atingido, conhecido como Seppo Seluska, foi condenado meses depois por homicídio e por torturar um judeu homossexual. O Partido do Reich Nórdico chegou a concorrer as eleições legislativas do país, mas teve poucos votos — ficando de fora do órgão sueco. Em 2009, o NSP foi dissolvido, 30 anos após o evento em Växjö.

Homenagem a Danuta Danielsson

Em 2014, a escultora sueca Susanna Arwin fez uma pequena estátua de Danielsson enfrentando o neonazista, e tinha a intenção de reproduzir uma em tamanho real para fixá-la na praça onde tudo aconteceu. Mas as autoridades locais entendiam que ela representaria uma glorificação da violência. “Não podemos aceitar que uma pessoa bata noutra por não gostar dela”, disse a vereadora Eva Johansson ao Washington Post.

Apesar da polêmica, a estátua foi colocada na cidade sueca de Gotemburgo e a imagem de Danuta ficou eternizada em diversos grafites pela cidade — e também na história da região.


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